“Inglaterra Dia 2 de março de 1810: Hoje, eu me apaixonei…” Aos dez anos de idade, Miranda Cheever não dava sinais de que fosse se transformar numa bela mulher. E mesmo com tão pouca idade, ela aprendeu a não alimentar expectativas de encontrar um grande amor… até àquela tarde em que Nigel Bevelstoke, o charmoso e atraente visconde Turner, beijou sua mão e disse que um dia ela cresceria e seria uma jovem linda e cativante, tanto quanto era simpática e inteligente. E foi nesse dia que Miranda soube que amaria aquele homem para sempre…
que era diferente. Em uma sociedade que valorizava meninas com pele de porcelana,
olhos claros e cabelos loiros, a jovem – com seu longo cabelo castanho, suas
pernas desengonçadas, seus lábios grandes, e seu perigoso olhar questionador – aprendeu a se conformar em não ser o
centro das atenções, fato que fez dela uma criança curiosa e observadora. Acostumada
a analisar as pessoas ao seu redor ela não estava preparada para ser observada,
por isso, quando o jovem visconde Turner olhou em seus olhos e disse que ela
cresceria e se tornaria uma mulher linda e inteligente ela teve certeza de que
havia encontrado o homem da sua vida. Miranda carregou essa certeza em seu
coração, e em seus diários, por longos anos, e ao alcançar a idade de se casar
não conseguiu deixar de sonhar com aquele menino que anos atrás roubou seu
coração, um rapaz que deu lugar para um homem rígido e amargurado, um homem que
jurou nunca mais se apaixonar. De um lado Miranda sofre calada por um amor que
nunca irá florescer, de outro espera que Turner se desfaça dos fantasmas do
passado e volte a sorrir, para que quem sabe assim, ele possa tornar os sonhos
de infância dela uma doce realidade.
…permita que Miranda
cure sua alma, filho. Sabe muito bem que ela poderá fazê-lo se você lhe der uma
chance.
já sabe que é apaixonada pelo mocinho, entretanto que não faz nada para
deixá-lo encurralado por esse amor. Como Miranda cresceu entre os membros da
família Bevelstoke, ou seja, conviveu desde a infância com Turner (o irmão mais
velho dessa família), antes mesmo de amá-lo como uma mulher ama um homem ela o
admirou como um irmão mais velho, como uma figura amorosa e inteligente que
soube reconhecer algo de especial nela. Assim o leitor contempla uma jovem que
quer estar na presença do seu amado, quer ser observada e desejada por ele, mas
que antes de qualquer coisa quer conversar e desfrutar de sua companhia. Já
Turner é um poço de tristeza. Saindo de um relacionamento doloroso, embasado
apenas na paixão, ele perdeu um pedaço de sua alma, uma parte leve e jovem de
sua vida. Hoje Turner é um visconde que adora e cuida de sua família, que não
vive por aí ostentando seu título, mas que também prefere permanecer longe da
sociedade e da esperança de viver uma vida feliz em família – afinal, ele sabe
que isso é praticamente impossível. O
fato é que Turner não quer se casar e muito menos amar, o que vai contra as
esperanças mais remotas de Miranda.
diálogos inteligentes, irônicos (já que o casal adora se alfinetar), e uma
paixão que nasce aos poucos, que vai conquistando o leitor a cada página. E
isso é exatamente o ponto alto do livro. O romance demora a aparecer e, mesmo
diante do desejo físico, não é descrito como algo simples e fácil de curar tudo
e todos. Aqui o amor não é instantâneo, ou muito menos superficial, ele é
doloroso, complexo e requer muita força e paciência dos personagens principais.
Tanto é que, ao narrar esse enlace como algo real, a autora dá espaço para as inconstâncias da personalidade de
Miranda e de Turner – ela deixando transparecer suas inseguranças e imaturidade
(afinal ela tem pouco mais de dezenove anos), e ele permitindo que todo o seu
rancor e medo o afaste daqueles que o querem bem. E, mesmo que para alguns isso
possa parecer ruim (visto que essas são características ‘negativas’), para mim
foi incrível, forte o suficiente para me fazer entender e aceitar esse casal.
Eles erram, brigam, entram em conflitos de interesse, mas ainda assim se gostam
de uma maneira pura e verdadeira.
e sorrisos, a autora apresenta uma história previsível, mas extremamente
bonita. Tem algo na narrativa da Julia Quinn que me encanta completamente, seja
os medos dos seus mocinhos (que sempre precisam superar algum trauma), a força
(e um pouco de teimosia) de suas mocinhas, ou ainda os momentos familiares
intensos… Não sei, o fato é que tudo se completa para a construção de uma
realidade sonhada por muitas mulheres: um lar construído com amor e respeito. O
resultado final é uma leitura romântica, engraçada e extremamente fluída. É
claro que encontramos alguns pontos contraditórios ou questionáveis, mas
estamos falando de um romance, de vidas transformadas por amor, então não
precisamos de lógica ou perfeição, apenas de sentimento. E isso a Julia Quinn
tem de sobra.
para ler os próximos volumes da trilogia da família Bevelstoke. Ainda prefiro a série dos Bridgertons,
mas quando falamos da Julia Quinn, meu coração é igual coração de mãe: sempre
cabe mais um.
– Mas é apenas um livro.
– Não, é uma obra de arte.
em edições de banca são um verdadeiro mistério, então que tal dar uma olhadinha
no aspecto externo da obra? As páginas são em folhas de jornal (o que deixa o
livro bem leve), as letras em fonte pequena, e o livro em si tem um formato
reduzido – o que, segundo as editoras, permitia que as mulheres carregassem
seus livros nas bolsas sem nenhum peso. Em uma comparação simples, eles se
parecem com os livros pocket
americanos.
diferença nesse tipo de livro. Apesar de que, em alguns casos, a editora Nova
Cultural editava as histórias, cortando trechos e/ou mudando a ordem de alguns
capítulos. Dói falar isso, me senti roubada quando descobri o fato, entretanto
esse não é o caso desse livro. Graças aos céus!
de um Grande Amor é o primeiro volume da Trilogia Bevelstoke, saga que narra as peripécias amorosas dos três
irmãos Bevelstoke. Sendo assim, a trilogia é composta pelos livros: The Secret Diaries of Miss Miranda Cheever (Traduzido como História de um Grande Amor), What Happens in London, e Ten Things I Love About You.
de fechar) chegou a publicar apenas o primeiro volume da série.
aproveitei para escolher um da minha autora preferida, a Julia Quinn. E, claro,
não poderia ter escolhido um livro melhor! Agora quero saber da escolha de
vocês, conte-nos qual foi a obra lida e, se quiser, deixe sua resenha (ou o
nome do livro) no quadro a seguir:
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