Primeiro livro de bem-sucedida trilogia, mistura fantasia sobre imortais a uma história moderna de jovem em busca de si mesma e de redenção. Questões de identidade e moralidade aparecem na trama, protagonizada pela imortal Nastasya. Nascida em 1551, acostumada a beber e sair para baladas cada vez mais loucas, ela perdeu o rumo. Suas conexões com outros imortais, interessados apenas em suas habilidades mágicas, a fazem partir em busca de um propósito. E o encontra em uma espécie de clínica de reabilitação para os de sua espécie, onde conhece um pouco mais sobre o próprio passado e cria importantes laços para o futuro.
Editora: Galera Record l 280 Páginas l Compre aqui: Amazon l Skoob l Classificação: 5/5 ♥
Amada Imortal faz parte da trilogia “Immortal Beloved”, composta por:
Immortal Beloved – Livro 1, com título nacional de “Amada Imortal”; Darkness Falls – Livro 2, ainda não publicado no Brasil; Eternally Yours – Livro 3, ainda não publicado no Brasil.
Quando se trata de livros não existe sentimento melhor do que o de se surpreender com uma história. Minha relação com o livro “Amada Imortal” se iniciou com um leve indício de curiosidade, achei a premissa da trama até certo ponto inusitada, gostei da capa e simplesmente resolvi que queria lê-lo. Entretanto, confesso que não esperava muito da obra, ela me lembrava, exaustivamente por sinal, da série “Os Imortais” da Alyson Noel, uma comparação que no meu caso passa longe de ser positiva. Por isso, sem nenhuma expectativa, fui pega de surpresa. Logo no início da narrativa me envolvi com a personagem principal e mergulhei em sua história de vida, me deliciando com os mistérios da trama e me espantando ao compreender o verdadeiro enfoque da história.
Digam-me, que tipo de romance juvenil sobrenatural nós estamos acostumados a ler? A grande maioria dos livros desse gênero (que sim, eu adoro) se baseia em um triângulo amoroso, com uma mocinha descobrindo seu lado “Power Girl” e lutando ao lado de um herói “Bad boy” (que por sinal é sempre super apaixonante) por algo fundamental em seu destino. Não sei para vocês, mas para mim, essa fórmula já está meio batida, atualmente procuro livros que fujam do convencional e foi exatamente isso que senti ao ler “Amada Imortal”. O elemento fundamental para isso, ao meu ver é claro, é a Nastasya, personagem central da história. Nada nela é simples e previsível, muito pelo contrário, ela não segue um padrão convencional de comportamento, ela não é “boazinha” ou muito menos “queridinha”, suas atitudes são um reflexo de seu passado, por isso, ela é irônica, impessoal, egoísta em alguns momentos e até mesmo frágil e infantil (só que nunca irritante), mas o ponto é que tudo isso faz dela mais “humana”, mais real, ou seja, mais parecida com o leitor.
Além da inusitada personalidade de Nastasya, o livro foge dos padrões ao dar enfoque no drama existencial que aflige a personagem e não, como é mais comum, no romance. Imaginem-se como imortais no momento em que realmente percebemos o que isso significa, quando entendemos que as pessoas que amamos, ao longo dos anos e séculos, vão sempre nos deixar. Assombroso não é mesmo? É impossível não se espantar, não ficar com medo de se apegar, de se machucar, de perder aqueles com quem nos importamos, e como qualquer pessoa, para fugir do medo, seria impossível não se afastar de tudo isso, se desprender dos sentimentos, vivendo cada dia de forma desapegada, tratando o tempo e os pequenos detalhes do dia a dia com uma insignificância justificada pela dor da solidão, das cicatrizes que nunca curam. Essa é a perspectiva de Nas, ela viveu e viu mais do que deveria, se sente só em meio da multidão, não vê propósito em sua vida de imortal e simplesmente, deixa que a vida a conduza, e não o contrário.
No início a dor da personagem não é palpável, ela não se faz de mártir e por isso, aparenta ser mais forte do que realmente é, contudo, chega um momento de sua existência que Nas precisa decidir o que realmente quer e é nesse ponto que a leitura engrena, nos envolvendo com seus mistérios e demasiadas emoções. Ressalto que alguns dos medos e receios de Nas são apresentados em formas de memórias e visões de seu passado, fato que me fez gostar ainda mais da narrativa da autora que no geral, é jovem e fluída.
Além do drama que envolve o passado e o futuro de Nas, temos elementos mágicos que dão um ar de ação e mistério ao livro, é muito bom ler sobre essas energias e como elas podem levar um Imortal pelos caminhos das sombras. Outro elemento de destaque é o romance, ele não está no núcleo central do livro, mas surge de uma forma despretensiosa, entre as trevas eu diria, e aos poucos vai tomando forma. É algo complexo de se definir, clichê se for visto por um lado e totalmente inusitado se for visto por outro, é atemporal, carnal, mágico, impossível e com um toque de “Romeu & Julieta” se me permitem uma comparação mais audaciosa, mas independente da definição, é capaz de nos deixar aflitos pelos outros livros da trilogia, ansiosos para saber como tal sentimento irá se desenrolar.
No geral o livro pode ser definido como uma boa introdução a trilogia, muitos pontos ficaram suspensos e muita história ainda tende a se desenrolar, por isso, ele pode parecer em alguns momentos superficial, brando quando se trata de emocionar o leitor, mas por narrar de uma forma tão direta os sentimentos de Nas acabei me envolvendo demais na história, isso acrescentado com a surpresa que a leitura gerou foi o suficiente para me fazer incluí-lo na minha lista de livros favoritos. Para concluir, indico a leitura para aqueles que estão cansados dos “romances sobrenaturais” convencionais e que gostam de literaturas misteriosas e para lá de envolventes.
Quotes Preferidos
“O que havia dentro de mim era tão feio, tão infeliz, tão encharcado de dor e horror que a ideia de alguém conhecer isso era terrível e difícil de compreender. Eu me sentia como um rato encurralado cuja jaula está sendo lentamente baixada em óleo fervente. Eu sentia o nível subindo, sentia o óleo queimando minha pele…”
”No momento seguinte, apertei os olhos para examiná-lo melhor – seu rosto era familiar. Seria ele modelo? Eu o teria visto em uma propaganda de cueca de 12 metros de largura na Times Square? Seria ele ator? De alguma novela? Não consegui identificá-lo enquanto abria a janela. Por favor, por favor, seja um louco faminto por sexo que quer me sequestrar e me fazer escrava sexual, implorei em silêncio.”
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