Um ódio transformado em paixão arrebatadora é a tônica deste romance previsível, porém fascinante, sobre a história de uma bela milionária americana que se envolve com um líder de guerrilheiros no México. Impulsiva, mimada e apaixonada, a bela milionária Sheila Rogers, que vivia em Austin, no Texas, contraria as expectativas de seus pais e foge para Juárez, no México, com Brad Townsend, um homem bonito, envolvente, mas que nada mais era senão um caça-dotes. A lua de mel do casal converte-se num verdadeiro inferno quando seu marido é brutalmente assassinado e ela é sequestrada e levada, aparentemente por um bando de pistoleiros, para um refúgio nas montanhas. É ali que Sheila conhece Ráfaga, homem corajoso e idealista, que, como nas histórias de Robin Hood, encarna a esperança de milhões de pessoas oprimidas, acostumadas a viver sem comida, sem justiça e à mercê da vontade das autoridades locais. Logo, o ódio se transforma numa paixão arrebatadora e a rejeição inicial, num amor intenso e febril.
Editora: Galera Record l 366 Páginas l Compre aqui: Amazon l Skoob
Depois de ler e ouvir inúmeros comentários positivos sobre a narrativa da autora Janet Dailey fiquei extremamente curiosa para conhecer seu trabalho, sendo assim, na primeira oportunidade que tive parei com minhas leituras atuais para ler o livro “A carícia do vento”, obra de estreia da autora, um romance contemporâneo reconhecido mundialmente por sua trama envolvente e sedutora, que de forma abrangente tem como tema principal a síndrome de Estocolmo.Assim que iniciei a leitura de tal obra me vi capturada pela força dos sentimentos retratados, a autora escreve de uma forma favorável ao envolvimento do leitor, que se perde diante dos conflitos de emoções desenvolvidos na trama. A amplitude do livro é tamanha que podemos avaliá-lo de diversas formas. Meu lado blogueira, me fez pesquisar mais sobre tal publicação, imaginei o impacto da obra em 1979, ano em que foi inicialmente lançada no Brasil, me perguntei como as leitoras da época receberam o livro, um romance intenso, cativante e extremamente sensual, em que a paixão carnal se funde com o amor em uma explosão de cenas marcantes. Indo além, passei a enxergar a repercussão da obra diante desse gênero literário, de princípio, exclusivamente voltado para o público feminino, marcado até mesmo, por um preconceito sem tamanho com relação ao conteúdo simplório dessas tramas, e então conclui que esse romance é como um dos meus romances de banca preferidos, é forte, envolvente, apaixonante e ao mesmo tempo, ingênuo em sua visão romancista da vida. As semelhanças são tantas que, por aqui ele também foi lançado no formato de romance de banca, fato que me fez pesquisar mais e descobrir que a autora possui outros livros publicados no Brasil nesse mesmo formato literário.
O livro também despertou em mim a leitora apaixonada por romances, aquela parte que todos temos espiritualmente romântica, que se derrete com histórias de amor que nascem sob as piores circunstâncias e que sobrevivem aos altos e baixos da vida. Sob esse ponto de vista, vejo em Sheila Rogers uma jovem forte que em um cenário rústico e perigoso, distante da civilização a qual ela está acostumada, se encontra nas mãos de um bando de pistoleiros. Como prisioneira, ela é inserida em uma nova terra, local onde as regras sociais as quais está acostumada não possuem valor algum. Nesse meio tempo, ela amadurece, cria novos valores e encontra onde menos espera um grande amor.
O enlace amoroso é rico em altos e baixos, não encontramos uma trama fácil ou dócil – Sheila encontra seu verdadeiro amor? Talvez, mas isso não ocorre de forma repentina ou simples, mesmo o romance seguindo por trilhos previsíveis. Preciso salientar que Ráfaga, o grande nome masculino da obra é misterioso o suficiente para criar em quem lê um sentimento platônico de amor e raiva, sentimentos que como já sabemos, caminham paralelamente. Além de romance, a trama também é repleta de ação e mais uma vez, Ráfaga tem um papel decisivo nessa parte da história, enchendo-a de força e magnitude. Avaliando o livro com o coração ansioso por um belo romance, me deliciei com a obra, me envolvendo com os personagens e suas lutas internas, me emocionei, me apaixonei e suspirei com a força que Sheila e Ráfaga nutrem.
Por fim, pelo último ponto de vista, avaliei a escrita da autora como um todo: sua repercussão, a destreza com que ela aborda o romance, os aspectos históricos inseridos na obra, e claro, a leveza da paixão narrada. Sabe aqueles romances açucarados, e até em certo ponto improváveis, que tanto gostamos? Pois bem, A carícia do vento se enquadra nesta classe, em que o romance supera a lógica da história. E daí se ela se apaixonou pelo homem que a sequestrou? Homem que a princípio, pareceu a distanciar de tudo o que ela mais amava? O amor da trama supera tais aspectos, e esse é o ponto chave do livro, o romance é tão intenso que mesmo quando somos guiados pela razão, acabamos por acreditar nele. Sendo assim, só me resta indicar a obra a todos os apaixonados por romance, não tenho dúvidas que vocês se deliciarão com tal história.
Quotes Preferidos
“Ela deu uma breve risada, olhando para ele bem a tempo de ver um leve sorriso tocar a dureza da sua boca. O pulso se acelerou ao ver o modo como o sorriso mudava as feições ásperas. Sheila se deu conta do quanto ficara descontraída com ele, e se enrijeceu imediatamente, tirando o braço da mão que a segurava levemente. Como é que poderia achá-lo tão encantador?”
“- Se tivesse que fazer tudo de novo, ainda faria a mesma escolha? – Quem sabe? A vida não permite que se volte atrás nos caminhos, nem que se mude de direção. O hoje pode mudar o amanhã, mas não o ontem.”
“Naquele momento, senti um desejo como nunca senti antes. Pensei em satisfazê-lo, possuindo-a. Mas possuí-la uma vez era como beber água do mar. Descobri que tinha que ter mais do que o seu corpo. Queria o seu pensamento, coração e alma.”
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