Comigo, éramos seis: Alyssa, Verônica, Andrew, Matt, Thomas e eu. Cúmplices, unidos. Mas isso foi até ele aparecer. Eu o vi no estacionamento, descendo de sua moto negra, com os cabelos pretos compridos em seu ombro, a falta de um sorriso no seu rosto, sua aura cheia de mistérios. Tudo isso faria dele o assunto da escola. Ele era lindo, isso era inquestionável, mas havia alguma coisa nele…
O mistério começa quando uma família nova se muda para a pequena cidade de Dalthin. Pai e filho já chegam causando: August Smith como o professor ranzinza do ensino médio e Daniel Smith, seu filho, como o aluno novo e enigmático. Com sua moto, jaqueta de couro e olhos que carregam a palavra problema, Daniel chama a atenção de Ann e do seu grupo de amigos. Tanto é que em poucas horas o garoto vira o assunto preferido da escola, principalmente da nossa protagonista e de sua melhor amiga, que chegam a brigar pela atenção do novato. Contudo, o que era para ser uma história de romance e amizade, vira um drama instigante quando uma das melhores amigas de Ann é baleada poucas horas depois de pegar uma carona com Daniel. E então, surge a pergunta: – Será que Daniel é culpado por essa morte?
Ann é uma garota repleta de sonhos e inseguranças, mas também é dona de uma personalidade forte – do tipo que fala exatamente o que está pensando. Ela e seus amigos dão vida a panelinha dos populares, bem típica do ensino médio, que guia o clima da história: segredos, dúvidas profissionais, primeiro amor (e todos os altos e baixos desse tipo de relação), problemas familiares e muitas festas. Por isso, uma das coisas que mais gostei na trama é como a autora trouxe um mistério instigante para um universo jovem. Nesse ponto, lembrei de Riverdale, sabe? Com suspense, aventura e muito romance!
Por falar em romance, aqui nós temos um quase triângulo amoroso. O amor de Ann é, sem dúvida, Matt – seu melhor amigo e por quem é apaixonada desde sempre. Os dois vivem brigando e fingindo que não estão prontos para namorar (o que rende muitas cenas no estilo cão e gato), mas no fundo não veem a hora de ficar juntos. O clima pega fogo entre eles e, apesar de eu achar o Matt um tico controlador em muitos momentos, gostei de como a amizade entre eles é o que prevalece. Até quando brigam, eles continuam cientes de que são melhores amigos. Contudo, não dá para negar que Daniel meche com Ann. E, mesmo quando ele é o principal suspeito dos crimes que rondam a cidade, a jovem não consegue ficar muito tempo longe.
Confesso que achei o final um pouco aberto. Mas, apesar de já imaginar o desfecho para o qual estávamos seguindo, não esperava por mais mortes, tiros e grandes revelações. Então apesar de querer algumas explicações, gostei de como a autora finalizou a trama. De fato, trata-se de um livro jovem, um pouco sensual, com personagens que estão longe da perfeição (e que, exatamente por isso, são gente como a gente), e com aquele clima de jovens fugindo da polícia e resolvendo – sozinhos – grandes crimes.
Como já disse, a escrita da autora é bem jovem e atual. E, considerando o começo da trama, é o tipo de história fluida que não nos deixa parar de ler. Vale muito a pena dar uma chance!
Beijos!
Comente via Facebook