Certo dia, quando Lucy Silchester volta do trabalho, há um envelope de ouro no tapete. E um convite dentro dele para se encontrar com a Vida. Sua vida. Pode soar peculiar, mas Lucy leu sobre isso em uma revista. De qualquer forma, ela não pode ir ao encontro: está muito ocupada desprezando seu emprego, fugindo de seus amigos e evitando sua família. Mas a vida de Lucy não é o que parece. Algumas das escolhas que fez — e histórias que contou — também não são o que parecem. Desde o momento em que ela conhece o homem que se apresenta como sua vida, suas meias-verdades são reveladas totalmente — a não ser que ela aprenda a dizer a verdade sobre o que realmente importa. Lucy Silchester tem um compromisso com sua vida — e ela terá de cumpri-lo.
Editora: Novo Conceito l 384 Páginas l Romance l Compare & Compre: Submarino • Saraiva l Skoob l Resenha: Kamila Mendes
Sempre quis ler algo de Cecelia Ahern, mas nunca tinha tido a oportunidade. Então, um dia, entrando na livraria, me deparei com a pergunta “E se você tivesse a chance de mudar sua vida?”. Comprei o livro imediatamente, mas demorei dois anos para lê-lo (não me orgulho disso). Entretanto, é fato que depois que comecei não consegui mais parar.
Lucy Silchester é uma jovem que segue uma vida oculta. Não, ela não tem uma segunda identidade ou coisa parecida. Mas sua vida realmente é oculta. Por alguns anos, Lucy manteve seus amigos e familiares o mais longe possível. Inventando mentiras, saindo de eventos apressadamente, evitando perguntas íntimas; a jovem se afastou de todos e manteve uma rotina confortável: acordar, trabalhar, chegar em casa, e assistir ao programa televisivo de seu ex (isso só aos domingos). Mas tudo muda quando ela passa a receber envelopes de ouro com um convite para encontrar com sua Vida. A jovem os ignora o quanto pôde até que chega o momento em que todos recebem o convite para entregar a ela (todos mesmo, desde seus pais até a sua chefe!). Quando cheguei nessa parte do livro pensei “pronto, vai perder toda a graça e se tornar um livro de autoajuda”. Mas estava felizmente enganada.
Quando Lucy se encontra com sua Vida, ela toma um susto. Sua Vida não é nada do que eu esperava e me surpreendi com isso. Primeiro, é um homem (isso mesmo, uma pessoa) chamado Vida. Ele é mal humorado, tem pele úmida e está visivelmente doente. A conversa entre eles é tensa e Lucy prefere esquecer tudo até que, depois de uma quase tragédia, ela decide se encontrar novamente com Vida e sua “vida” sofre uma grande reviravolta.
Fiquei encantada com o livro. Apesar do tema claramente clichê, o livro é leve, cheio de momentos hilários e personagens complexos e comuns, como eu e você. A personagem central, Lucy, vive uma obsessão por seu ex, já que um assunto inacabado de seu passado amoroso a forçou a mudar sua própria personalidade. Blake, o ex de Lucy, é aquele palerma por quem “a gente” já foi apaixonada (sim, todas nós já tivemos um Blake em nossas vidas): bonito, atlético, sedutor, mas de mente pequena e egoísta. Já Vida é outro nível. É ele quem sofre as consequências das atitudes de Lucy. Você já pensou que, cada vez que você toma uma atitude, certa ou errada, desde uma mentirinha boba, outra pessoa sofre as consequências? Então, esse é Vida. O estado de saúde e humor dele é consequência direta de todas as decisões que Lucy já tomou na vida. Por isso, entre outros motivos, ele é o meu personagem predileto. Cheio de humor sarcástico, às vezes negro, ele sofre as maiores mudanças enquanto Lucy permanece a mesma e no final acabei apaixonada por ele.
“Como você acha que a vida acontece? Uma série de coincidências e ocorrências tem que acontecer de alguma forma. Todas as nossas vidas se chocam e se batem de frente e você acha que não nenhuma razão e rima para isso?”
O livro fez com que eu parasse pra pensar: Afinal, quem te ama se interessa pela sua vida e não só com seu corpo e estética. Não é um livro chato ou maçante. A leitura é leve e ao mesmo tempo em que diverte também traz inúmeras reflexões. Muito fofo, rico em detalhes, só peca por alguns errinhos de ortografia, mas isso é perdoável. Super indico!
Beijos!
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