Enquanto o círculo de seis se prepara para o confronto final contra o exército sombrio da vampira Lilith, o campo de batalha se altera. Na Irlanda um círculo de pedras serve como portal para outra terra, para outra época… Blair Murphy sempre trabalhou sozinha. Destinada a ser uma caçadora de vampiros em pleno século XX, ela vive para caçar.Mas, numa época muito anterior à sua, vê-se como a guerreira num círculo de seis, escolhida pela deusa Morrigan para derrotar a vampira Lilith e seus asseclas.
Editora: Bertrand Brasil l 334 páginas l Compre aqui: Amazon l Classificação: 5/5
O Baile dos deuses é o segundo volume da Trilogia do Círculo da Nora Roberts. Uma aventura misteriosa que une seis guerreiros de personalidades e tempos distintos para uma guerra contra Lilith, uma vampira que visa dominar o mundo com seu exército de mortos-vivos. Para quem não leu o primeiro livro, A Cruz de Morrigan, fique tranquilo, tentei evitar dar detalhes que possam comprometer a leitura de vocês, mas se você já leu o primeiro volume, se prepare, porque O Baile dos deuses é ainda mais envolvente.
“… ela virou o rosto da direção das montanhas, com suas névoas e segredos. E na direção do vale chamado Silêncio, onde, em questão de semanas, haveria sangue e morte. Eles lutariam, pensou ela e alguns pereceriam. Mas lutariam para que a vida pudesse prosseguir.”
Quando começamos a ler a continuação de uma saga ou série, esperamos que alguns mistérios sejam revelados aos poucos, encaminhando a trama para o grande desfecho, afinal, é isso que ocorre com a maioria das sequências, não é mesmo? Pois bem, em O Baile dos deuses não é assim. O livro não conta com uma introdução sobre a série, ele inicia exatamente no ponto em que o anterior parou, dando a narrativa um ritmo extremamente intenso, de forma que logo de início, a autora já acrescenta aventura à trama, envolvendo-nos completamente.
Nossos guerreiros, Glenna, Hoyt, Larkin, Moira, Blair e Cian estão próximos do desfecho da missão conferida a eles por Morrigan, deusa da vida, e para obter sucesso, precisam se fortalecer. Assim, a caminho do Vale do Silêncio, local em que a batalha final acontecerá, travam pequenas guerras com Lilith, situações em que os colocam à prova, fortalecendo entre eles os laços de amor e amizade.
“… eu disse que tu és o meu ar, a minha palpitação, o meu coração, a minha voz. Eu te amarei mesmo quando tudo isso acabar. Amarei a ti, somente a ti, até que todos os mundos acabem”
Como característico da Nora, em meio à batalha, ela sempre encontra lugar para grandes paixões. Acredito que a autora trabalhe isso muito bem, mostrando que mesmo em meio a dor, a perda, e a morte, existe sim espaço para a felicidade. Ela narra com destreza o quanto a solidão aflige os ânimos até mesmo dos melhores guerreiros, descrevendo que quando carregamos o peso de uma grande e importante missão, tudo fica mais fácil quando temos alguém para dividir o sofrimento das perdas e a alegria das vitórias. E Blair, uma das guerreiras do círculo de seis, é um dos personagens da trama que mais sofre com isso, ela perdeu tudo o que amava, tendo que se acostumar com uma vida de solidão ainda menina.
“… havia aquele lugarzinho secreto dentro dela, que estava cansado, cansado demais de ficar só, de ser o que era, de fazer o que tinha de fazer, exigindo-lhe que permanecesse sozinha. Sozinha, com sangue, morte e uma violência sem-fim.”
Em A Cruz de Morrigan o casal que protagoniza a narrativa é Glenna e Hoyt, com os quais me diverti muito. Mas no segundo volume, confesso que o casal é mais intenso, mais envolvente. Ao ler o primeiro livro fica claro quais serão os possíveis casais, tanto que não é segredo que Blair e Larkin iriam se envolver. Mas o que me surpreendeu foi a forma como isso ocorreu. Blair foi criada para ser uma guerreira, desde pequena aprendeu que as coisas não são fáceis para mulheres duronas e por isso, tem feridas muito intensas em seu coração. Já Larkin, veio de outro tempo, onde as mulheres se comportam como donzelas em perigo, e ele, como um grande galanteador, sempre soube como ampará-las. Entretanto, Blair é diferente das mulheres com as quais Larkin está acostumado a se envolver, e o que começa como um jogo de desejo, logo termina como uma paixão impossível.
O fato é que Blair não quer se envolver emocionalmente, ela não se considera pronta para isso, sem mencionar que ela é bem orgulhosa, do tipo de mulher que faz de tudo para não se render aos seus sentimentos. Mas Larkin possui um grande coração e tenta de várias formas ajudá-la a curar suas feridas. O resultado disso é muita paixão, brigas e claro, muito bom humor, eles sem dúvida, fazem o gênero de casal mega engraçadinho.
Gostei muito do livro, a superação dos personagens, o clima constante de ação e mistério e as tiradas irônicas fazem da Nora uma das minhas autoras prediletas. Seus livros nos envolvem, seus personagens nos comovem e a forma que ela narra o amor é tão real e objetiva, que chegamos a refletir sobre a simplicidade desse sentimento. Outro ponto forte são os cenários descritos, as paisagens contribuem para o clima histórico e medieval da trama, que se divide entre o tempo passado, presente e futuro.
Romance e mistério é o que encontramos nesse livro, então, se você está procurando uma aventura apaixonante, pode ler a Trilogia do Círculo sem medo, tenho certeza que você irá se render aos encantos da Nora Roberts.
Comente via Facebook