“A vida de Belly é medida em férias de verão. Para ela, todas as coisas boas só acontecem entre os meses de junho e agosto, quando está na casa de praia junto a Susannah, única e melhor amiga de sua mãe e uma espécie de tia, e seus dois filhos, Jeremiah e Conrad. Mais do que irmãos postiços e companheiros de férias, os filhos de Susannah tornaram-se o centro das suas emoções. A véspera do aniversário de 16 anos de Belly marca também o fim daquele que parece ser o último verão onde estarão todos reunidos em Cousins Beach. A partir do ano seguinte todos estarão ocupados demais e talvez algum deles já nem esteja mais entre nós…”
Editora: Galera Record l 287 páginas l Jovem Adulto l Compre aqui: Amazon l Classificação: 5/5
O livro “O verão que mudou a minha vida” é a cara do verão – ensolarado, divertido, envolvente. A história nos fascina com sua leveza, e a realidade presente na narrativa da autora nos prende a leitura de uma forma incrível. E o melhor é que a história, mesmo sendo leve e juvenil, tem um forte lado emocional que a torna intensa e emocionante.
Belly e sua família passam todos os verões na casa de veraneio da melhor amiga de sua mãe, Susannah. É nesse momento que as famílias, que sempre foram muito unidas, se encontram para aproveitar as férias como muita diversão. Por esse motivo, Belly, seu irmão mais velho e os dois filhos de Susannah (Conrad e Jeremy) cresceram juntos e compartilham de uma amizade especial que se fortalece a cada novo verão. Contudo, mesmo sendo amigos, Belly, a mais jovem e a única menina da “turma”, sempre foi deixada de lado pelos meninos, fato que para ela vai mudar nesse verão, afinal, ela irá completar 16 anos.
“… foi um verão que eu nunca mais esqueci. Foi o verão em que tudo começou. Foi o verão em que fiquei bonita. Porque, pela primeira vez, me senti assim, bonita. A cada verão até este, eu acreditava que as coisas seriam diferentes. A vida seria diferente. E naquele verão finalmente foi. Eu fiquei diferente”
Esse é o grande ponto do livro, as mudanças pelas quais Belly está passando. Ela tem 15 anos e está na temida fase da adolescência em que deixamos de ser vistos como crianças, para “finalmente” sermos reconhecidos como jovens adultos. Assim, a primeira parte do livro nos apresenta a Belly, aos seus medos, suas dúvidas, suas transformações, para isso a autora mescla presente e passado, fazendo com que mergulhemos em lembranças e sonhos.
Outro aspecto da história é que, nesse verão a idade também muda a aparência de Belly, que está mais bonita, mais mulher, entretanto ela não percebe isso, e vai descobrindo aos poucos as novidades de se ter 15 para 16 anos, passando pelo primeiro encontro, o primeiro beijo “de verdade”, as festas na praia, as aulas de direção. E foi exatamente com isso que a autora me conquistou, com a forma de narrar tão bem todas as incertezas e descobertas dessa idade.
Li comentários de que a Belly, em alguns pontos da história, se torna irritante. Bem, ela tem 15 anos, quem não é irritante nessa idade? Para mim, são as dúvidas e contradições da personalidade de Belly que nos envolvem na trama, afinal ela é o reflexo de nossa juventude, todos já passamos pela fase na qual ela se encontra, em que queremos ser vistos de forma diferente, ser aceitos pelo que somos. Isso faz dela extremamente jovem, ou seja, em alguns momentos, indecisa, emotiva, ciumenta, mas foi exatamente isso que me cativou, pois passei pelo mesmo que ela (Todos passamos, não é mesmo?), a transformação da idade, o momento em que nos tornamos diferentes aos olhos dos outros, mesmo não estando preparados para tantas mudanças, as dúvidas, os medos, os sonhos.
Além disso, o livro aborda os amores de verão. Sim, no plural {rs}. Quando se é jovem não sabemos mensurar a intensidade de nossos sentimentos e Belly se vê dividida entre a amizade e cumplicidade que compartilha com Jeremy e o sentimento forte que sempre nutriu por Conrad. Esse triângulo amoroso é tão natural e complexo que não sabemos o que esperar da história, em determinados momentos torcemos por um casal, em outro mudamos de opinião até que a narrativa se transforma, passando a dar ênfase, não só no amadurecimento de Belly, mas sim em um fato que pode comprometer seus próximos verões.
“… muitas coisas podiam acontecer entre agora e depois. Lembrei-me de que eu ia precisar aproveitar aquele verão ao máximo, realmente esgotar tudo que pudesse fazer, caso nunca mais tivesse um igual. Afinal, logo completaria 16 anos. Estava ficando velha. As coisas não podiam continuar as mesmas para sempre”
O aspecto emocional que a autora agrega à história é como um dia de chuva em plena semana de férias de verão. Somos levados pela correnteza de sentimentos que envolvem Belly, Jeremy e Conrad e ficamos apreensivos para saber o que o futuro reserva a eles quando então, o livro acaba. É, quando li a última página fiquei repleta de dúvidas, queria mais, precisava saber com certeza como as coisas iriam ser dali por diante, mas a autora só nos dá um gostinho do possível futuro da trama, nos preparando para os próximos livros da trilogia. Isso mesmo, esse livro faz parte de uma trilogia, o que me deixou bem contente, os livros já foram lançados nos EUA com os respectivos nomes: “It’s not summer without you” e “We’ll always have summer”.
Estou louca para ler os próximos livros! A narrativa da autora é envolvente, a leitura é ágil e a história é linda. Com seu lado jovem, repleto de diversão e superação, a trama nos encanta e com seu lado emocional familiar, ela nos conquista por completo. Super recomendado para quem gosta de histórias juvenis recheadas com bons personagens, paixão, conflitos familiares e muito sol.
Agradeço a editora Galera Record pela cortesia!
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