Ao perderem-se no êxtase erótico que volta a renascer entre eles, Nathan Manning, conde de Blackhearth e Cassandra Willows, a mais famosa costureira de Londres e criadora de “brinquedos” sexuais, estão a tentar a sorte – ficando vulneráveis a um passado que ainda ameaça destruir as suas vidas e a sua paixão; à mercê de segredos sombrios e tácitos que são chocantemente, perigosamente… tabu.
Editora: Quinta Essência l 240 páginas l Romance Adulto l Compre aqui: Wook l Classificação: 5/5
“Nathan rolou, fazendo-a deslizar para debaixo de seu corpo, ao mesmo tempo que entrelaçava os dedos nos dela. Segurando-lhe as mãos contra os lençóis, baixou os lábios e beijou-a. Não se assemelhou a qualquer beijo que haviam partilhado antes; foi doce e pleno de um ávido e saboroso prazer e um profundo desejo. Cassandra mergulhou naquele beijo, erguendo-se ao seu encontro, entrelaçando a língua na dele. Quando Nathan recuou, os olhos emitiam um brilho tão surpreso como os dela. Fixou-a intensamente. — És minha – sussurrou.”
Tabu possui um enredo repleto de romance, sensualidade e drama capaz de envolver qualquer leitor, isso claro, dentre aqueles que gostam de um bom romance adulto do gênero histórico. A autora, Jess Michaels (pseudônimo de Jenna Petersen, nome com o qual publica romances mais leves), narra os fatos com uma agilidade impressionante, fazendo com que sua objetividade nos enlace à leitura. Além disso, nos envolvemos também com um pequeno mistério que cerca a narrativa. Conforme a leitura avança, fica claro que existe um segredo a ser revelado, criamos hipóteses, mas somente perto do final do livro compreendemos a totalidade e o significado do mesmo, fato que me surpreendeu e mudou a minha interpretação da história. Para ser clara, antes dessa revelação diria que o livro se resumia em um belo romance, repleto de paixão, amor, sedução e intrigas, mas, após a quebra de tal mistério, compreendi que a narrativa também agrega uma pitada de drama, emoção e muito crescimento pessoal por parte dos personagens principais.
A trama gira em torno da história de amor de Cassandra Willows e Nathan, o conde de Blackhearth. Quando jovens, o casal não escondia a força de seu amor e envoltos em uma rede de paixão, resolveram se casar. Entretanto, separados pela barreira formada pelas diferenças sociais existentes entre suas famílias, a única opção que lhes restava para viver tal amor, era fugir para se casar. Contudo, Cassandra não apareceu no local marcado para o encontro ante a fuga, fazendo com que a dor do abandono impulsionasse Nathan a viajar imediatamente para a Índia, mantendo a esperança de esquecer sua amada completamente.
Convencido de que alcançou o objetivo de sua viagem, quatro anos depois Nathan retorna a sua cidade natal com uma única intenção – Se vingar de Cassandra, magoá-la e humilhá-la da mesma forma que ela fez com ele. Seu plano é chantageá-la, usando seu passado e sua atual profissão para fazê-la aceitar um “acordo” – Ele não revelaria seus segredos, contudo, ela teria que se submeter a ele, sendo sua amante, aceitando-o em sua cama quando ele bem entendesse.
O reencontro do casal é fulminante. Cassandra se sente insultada por Nathan, reconhece que ele almeja a vingança, mas escolher fazê-la sua amante não é só humilhante, é doloroso, e o pior é que sua situação não lhe reserva outra saída a não ser a de aceitar tal condição. O fato é que, rever Nathan não só traz lembranças do passado, como também faz Cassandra imaginar como teria sido se tivesse se casado com ele. Por esse motivo, ela tenta manter-se distante, mas a escolha de vingança de Nathan não permite que ela fuja da sedução que emana dele, de seu olhar penetrante e de todas as sensações e sentimentos que seu toque é capaz de provocar nela.
“Desejava Nathan, mas odiava a chantagem que exercia sobre ela. Ansiava seu toque, mas temia as emoções que lhe inspiravam. Desejava que voltasse para ela, e receava que isso acontecesse…”
A partir do momento em que Cassandra aceita o acordo de Nathan a história transborda sensualidade. Para quem não sabe, importei esse livro da Wook, uma livraria de Portugal, então é de se esperar que a edição do livro seja realizada de forma diferente que a tradicional edição brasileira, mas mesmo ciente das possíveis diferenças, não estava preparada para a intensidade e sensualidade das cenas de Nathan e Cassandra. Como já disse, a narrativa da autora é ágil, então tão logo o acordo é selado, somos bombardeados por um jogo de poder, no mínimo, bem sensual, em que tanto Nathan como Cassandra visam por meio do desejo, dominar seu parceiro.
“Farei com que me supliques, Cassandra – rugiu. – Não que me peças.”
A forma como Nathan e Cassandra se separaram não foi capaz de abrandar a paixão existente em seus corações, sendo que sob o pretexto do acordo, deixam a atração que os consome guiar seus atos, vivenciando tórridos momentos de paixão. Aqui, adianto que nessas cenas a autora não poupa detalhes. Nada de edições e cortes, como habitualmente vemos nos livros nacionais, o texto é mantido na íntegra o que, confesso, me assustou um pouco de início (Por isso, digo que o livro é especial para quem gosta de uma leitura sensual e adulta), mas me cativou ao mesclar sensualidade com paixão. Sabemos que o desejo, facilmente tende a preceder o sentimento, assim, em cada momento que Nathan resolvia procurar Cassandra, tentando colocar seu plano de vingança em prática, falhava ao se deixar consumir pela paixão. Logo, ambos percebem que o desejo que os consome é mais do que ódio, saudade ou vingança, mas ante tal revelação, criam uma barreira de mágoas, segredos e ressentimentos do passado, visando manter intactos seus corações.
A questão chave é a capacidade de superação e amadurecimento de cada personagem. No geral a trama pode parecer previsível, mas no momento em que os personagens passam a enfrentar seus medos e erros, a narrativa se torna surpreendente e até mesmo imprevisível.
Gostei muito do livro, os personagens são fortes e determinados. Cassandra é um exemplo de superação, mesmo diante de tanta dor e perdas ela não desistiu de tentar ser feliz. Nathan é o típico mocinho arrebatador e dominante, as contradições de sua personalidade me cativaram por completo. Existem também, outros personagens secundários que me encantaram, um deles, em especial, é o Mister Stephan Undercliffe, ele é definitivamente um fofo. Além do enredo, da narrativa e dos personagens, gostei também de como a autora abordou o preconceito da época. Existem alguns romances históricos que revelam esse aspecto, mas em Tabu, a autora não deixa de salientar a força das imposições sociais da época.
Assim, só posso dizer que definitivamente Tabu me conquistou, talvez seja porque adoro romances históricos, talvez pela surpresa com relação à narrativa… Bem, não sei ao certo, só sei que Tabu virou um dos meus livros preferidos de 2011 (Vocês viram ele no vídeo do Top 5 de 2011 não é?!).
Desta forma o indico para quem gosta de romances recheados de sensualidade e paixão. E para quem me perguntou sobre a tradução dos livros. Bem, o Português é o utilizado em Portugal. Existem sim, algumas diferenças na forma pela qual as frases são construídas, e até mesmo em algumas palavras, que são escritas de forma bem diferente da nossa ou podem não ser reconhecidas logo de início (exemplos: “facto, controlo no lugar de controle, apercebeu, sobrolho no lugar de sobrancelha, entre outras), mas nada disso atrapalha a leitura.
Para quem gostou do livro, aqui vai um bom fuxico, Tabu faz parte de uma série intitulada “Albright Sisters”. No site da autora a série é composta por três livros, excluindo-se Tabu, que é considerado um livro à parte. Confira as capas dos livros americanos (Lindas não é mesmo?):
Para terminar, resolvi deixá-los com um gostinho de quero mais. Separei um trecho do livro para mostrar a vocês o quão sensual ele é. Como sei que nem todos gostam desse tipo de leitura, separei esse trecho da resenha e aqueles que escolherem lê-lo, precisam clicar AQUI.
Bom, é isso galera. A resenha ficou enorme né? Espero que não tenha enchido a paciência de vocês!
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