Mikhail Dubrinksy é o Príncipe dos Cárpatos, o líder de uma sábia e secreta raça ancestral que vive na noite. Tomado pelo desespero, com medo de nunca encontrar a companheira que iria salvá-lo da escuridão, a alma de Dubrinksy gritava na solidão. Até o dia em que uma bela voz, cheia de luz e amor, chegou a ele, atenuando sua dor e seu anseio. Raven Whitney possui poderes telepáticos e os utiliza na captura dos mais depravados serial-killers. Desde o momento que se conheceram, Raven e Mikhail foram incapazes de resistir ao desejo que faiscava entre eles. Mas forças sombrias tentarão destruir esse frágil amor. E mesmo que sobrevivam, como poderão – cárpato e humano construir um futuro juntos?
Editora: Universo dos Livros l 461 páginas l Compre aqui: Amazon l Skoob l Classificação: 5/5
“Ele era alto, moreno, musculoso, mas eram os olhos, flamejando de energia, escuridão, com mil segredos, que chamavam a atenção imediatamente. Aqueles olhos podiam fascinar, hipnotizar, assim como o poder de sua voz”.
Com um enredo sedutor e misterioso, Príncipe Sombrio é o tipo de livro que nos conquista aos poucos. A cada novo capítulo, descobrimos mais sobre os Cárpatos, suas habilidades, sentimentos e forma única de ver a vida. A autora nos apresenta a uma raça forte e dominadora, que ameaçada pelas crenças e mitos que iludem os humanos – que muitas vezes com sede de sangue iniciam guerras contra os Cárpatos por confundi-los com os sanguinários vampiros – lutam pela sobrevivência de sua espécie. Entretanto, a luta de um Cárpato vai além das batalhas corpo a corpo, seus maiores inimigos são os sentimentos de solidão e escuridão presentes em seu próprio ser, elementos esses que tendem a dominar um Cárpato levando-o para caminhos de sangue e dor.
É por meio de Mikhail, líder dos Cárpatos que descobrimos os segredos que envolvem essa raça. No início, as dúvidas sobre as características desses seres misteriosos e sobrenaturais me atormentaram, senti falta de uma apresentação sobre eles, antes do desenvolver da narrativa precisava saber mais, contudo, minhas dúvidas foram sanadas aos poucos, como já disse, de capítulo em capítulo a autora introduz novos fatores, o que nos envolve cada vez mais nesse mundo sobrenatural e alimenta uma leve curiosidade sobre as peculiaridades desses guerreiros.
Mikhail é um Cárpato com muitos anos de existência e depois de tanto tempo, vê a solidão apossar-se de seu ser. O fato é que os Cárpatos precisam de uma companheira para amenizar a escuridão que os envolve – só uma companheira é capaz de fazer um Cárpato voltar a sentir, a viver uma felicidade até então desconhecida. Porém, as guerras e batalhas enfrentadas por essa raça enfraqueceram seu povo, e as mulheres Cárpato são cada vez mais raras de se encontrar. Os homens perderam a esperança, e a dor da solidão está os afastando da vida.
Raven é uma humana com poderes telepáticos, os quais são usados para encontrar e caçar homens com mentes perturbadas. Em busca de descanso, ela viaja para as montanhas dos Cárpatos, crente que lá irá encontrar paz e conforto, contudo, nesse lugar misterioso ela se conecta a uma alma sofredora e solitária – Ela encontra a mente de Mikhail, e ciente de sua dor, passa a compartilhar com ele um vínculo de cumplicidade e afeto.
“Ninguém, até aquela mortal miúda e frágil, havia sequer pensado no preço que ele pagava constantemente. Uma humana. Ela tinha tido a coragem de enfrentá-lo, e Mikhail não podia fazer nada além de respeitá-la por isso”
O encontro de Mikhail e Raven é arrebatador, os dois juntos podem ser extremamente irritantes – Sim, bem irritantes. Ele, pela primeira vez desde muito tempo, volta a sentir, a enxergar a beleza de viver e por isso, não quer deixar Raven escapar de sua vida, dominando-a com sua autoridade e poder. Ela, por outro lado, sente-se ligada a ele, mas tem a impressão de que lhe falta opção sobre escolher ou não, ficar ao lado de Mikhail. Assim, na primeira parte do livro resume-se a descoberta do sentimento que os envolve – Seria amor? Ou dominação?
O engraçado é que ambos querem se sobressair, Mikhail quer fazer Raven aceitá-lo, ele precisa que ela o aceite como ele realmente é. Já Raven tem medo de ceder porque sabe que o que sente por Mikhail é forte demais e por isso, quer que ele a compreenda. O impasse dos dois me incomodou, eu pensava – “Cara, assim você não vai fazer que ela aceite o amor que sente por você. Acorda!”. E logo depois falava – “Mulher, ele te ama, desperta para vida, por favor?”. Eu confesso que achei que o livro ia permanecer nesse contexto, e por isso os personagens não haviam me conquistado, o cenário era bom, mas esses dois não. Contudo, para minha surpresa a trama evoluiu, tanto Mikhail como Raven deixaram transparecer lados novos – Ele mostrou que além de forte e dominador é carinhoso e amoroso, e ela, fez-se forte para enfrentar o mundo novo ao qual estava passando a fazer parte.
“-Ótimo! – ela virou e olhou para ele. – Isso é ótimo! Excelente, Mikhail. Chame os lobos para me comerem Ivã. É típico de você. Tão lógico. Ele mostrou os dentes brancos e brilhosos para ela como um predador faminto e rui discretamente, em uma provocação. – Não são os lobos que iriam achar você deliciosa”
Quando o amor deles se torna palpável, estamos completamente envolvidos na trama, e então, a autora nos surpreende acrescentando muita ação. Novos Cárpatos aparecem, e nosso coração vai a mil com o turbilhão de sentimentos que nos assalta. O final é tão incrível que mal posso esperar pelos próximos livros, cito que existem três Cárpatos em particular que se destacam no final do livro que me ganharam logo de cara, não vejo a hora de descobrir mais sobre suas próprias histórias.
Além do cenário, da evolução da trama, dos personagens e do clima de ação, outro ponto forte é o amor – emoção que se torna mais forte a cada nova página do livro, fato que nos encanta por completo. É bonito ver o sentimento crescer e amadurecer, o desejo se tornar um amor puro e verdadeiro, em que Mikhail e Raven, deixam de lado o aspecto individual para tornarem-se apenas um, se completando em suas diferenças. Contudo, já aviso que esse amor é regado a cenas bem sensuais, repletas de paixão e sensualidade.
“Ela era um milagre de beleza, uma mistura de fragilidades humanas, coragem e compaixão. A mão de Mikhail segurou um monte de cabelo, mantendo a cabeça de Raven parada. A boca era como uma chama sedosa movendo-se no peito dele, aumentando o calor e o fogo até transformar sua mente em uma nuvem vermelha de urgência. – Isso é perigoso, pequenina”
No geral foi a surpresa que me fez adorar esse livro. A evolução da narrativa é perceptível, nunca mudei tanto de opinião sobre uma obra e por isso estou totalmente entregue a essa nova série. Hoje entendo o porquê de tanto sucesso, e claro, os motivos que levaram a autora a escrever tantos livros, o cenário é tão rico e misterioso que é óbvio que existe muito conteúdo a ser explorado. Preciso citar também, que não pude deixar de notar as semelhanças existentes entre Os Cárpatos com a Irmandade da Adaga Negra e até mesmo, com a série Sookie Stackhous, da autora Charlaine Harris. O curioso é que ambas surgiram após o lançamento do primeiro livro da série Os Cárpatos, o que me fez admirar a série ainda mais.
Só existe um ponto que me incomodou até o final do livro – a revisão da obra. No decorrer da narrativa existem vários erros de digitação, troca de nomes de personagens e erros de concordância, acredito que a pressão para o lançamento da mesma tenha colaborado para isso, mas fiquei um tanto decepcionada com esses detalhes.
Porém, no geral, a narrativa da autora com seu cenário sensual e misterioso, supera esse fator e com certeza, nos faz querer mais.
Confiram as capas do livro pelo mundo:
Agradeço a editora Universo dos Livros pela cortesia! E fico na espera do próximo volume da série!
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