Escócia 1761. Deveria ser um sonho, fruto de seu exagerado desejo de aventura. Katrine Campbell custava a acreditar que havia sido sequestrada por um demônio de cabelos negros que a olhava com desdém e zombaria. Suas ideias românticas sobre os valentes homens das Terras Altas se desvaneceram, mas não a determinação de infernizar a vida de seu captor. Ele conhecia a força de seu temperamento explosivo, o poder de reação de uma Campbell.O jovem senhor do clã Maclean se achava na obrigação de vingar os parentes da perfídia dos Campbell. Durante séculos persistia a hostilidade entre os clãs, e o primeiro diálogo que tivera com sua prisioneira reafirmava sua convicção sobre a astúcia e a falsidade de seus inimigos. A refém era bela e perigosa, capaz de preparar-lhe uma doce e cruel armadilha… e fugir!
Editora: Nova Cultural l 256 páginas l Romance de Banca l Compre aqui: Amazon l Skoob l Classificação: 5/5 ♥
Assim que terminei de ler “Sedução”, um romance histórico publicado no Brasil pela Editora Planeta, da mesma autora de “Amor Cativo”, a Nicole Jordan, sabia que me apaixonaria por todos os livros da autora. O fato é simples, ela tem uma narrativa envolvente, do tipo que não nos deixa dúvida sobre a qualidade de sua escrita. Além do romance, ela utiliza muito bem aspectos de drama, abordando temas complexos como guerras, preconceito social, perdas familiares e paixões impossíveis, surpreendendo-nos com os caminhos inusitados de suas histórias e emocionando-nos com o crescimento e amadurecimento pessoal de seus personagens.
E como não poderia ser diferente, em Amor Cativo ela faz uso de suas principais características como escritora. A mocinha, Katrine Campbell, é forte e determinada, mas ao mesmo tempo, bondosa e sonhadora. Metade inglesa e metade escocesa, ela foi criada como uma boa dama inglesa, contudo, sempre manteve a vontade de voltar para suas terras de origem, sonhando com a beleza e com o mistério das Terras Altas. Para a surpresa de Katrine, sua vontade de viver uma grande aventura é logo saciada, em sua primeira noite nas terras escocesas ela é surpreendida por um charmoso e destemido invasor, que motivado por uma guerra entre os clãs escoceses e a guarda inglesa, invadiu a casa do tio de Katrine, um de seus grandes inimigos.
Ao invadir a casa de Colin Campbell, Raith Maclen não esperava encontrar Katrine, e sem opções, acaba tendo que sequestrá-la, impossibilitando assim, que ela relate sobre a invasão. A primeira troca de olhares entre eles é, por incrível que pareça (ou nem tão incrível assim, considerando que a história é um romance) repleta de paixão, contudo assim que a descendência de Katrine é descoberta, Raith a repele, passando a considerá-la sua inimiga. Isso porque a guerra que afligiu os clãs escoceses transformou-os em um povo exigente e desconfiado com aqueles que não são seus semelhantes, e mesmo Katrine tendo metade de sangue escocês, ela é considerada por Raith, e por seus companheiros, uma representante do povo que causou perdas e muita dor para os escoceses, e esse motivo, é mais do que válido para ela ser tratada com hostilidade por eles. O fato é que, existe um contexto histórico por trás da história, elemento esse que vai sendo revelado aos poucos. Raith e Katrine não se suportam, ela não aceita a forma como é tratada por ele e não entende o preconceito e a amargura que guiam as ações de Raith. Já ele, vê nela todos os outros ingleses que algum dia fizeram mal ao seu povo, descontando nela a raiva que a guerra trouxe para sua vida.
Já deu para perceber que Katrine e Raith passam boa parte do livro brigando, certo? Existe um grande conflito de criação entre eles, afinal cada um deles vê o mundo de uma forma diferente. Entretanto, a paixão vislumbrada entre o casal no primeiro momento em que se encontraram não diminui com a barreira criada por suas origens, muito pelo contrário, ela se fortalece com o tempo. O convívio mantido pelo cativeiro de Katrine é o suficiente para fazer com que Raith questione suas crenças e imagine uma vida sem guerras, contudo, ele não aceita isso e não quer admitir que sente algo por Katrine, uma “inglesa”. Contudo, não mandamos no coração, não é mesmo?
“- Parece que consegui mais aventuras do que poderia imaginar – acrescentou Katrine. Raith não pôde conter a emoção que o invadiu. “Eu a quero”, pensou com uma convicção tão poderosa quanto o desejo que o consumia. “É loucura, mas eu a quero.” Tentou manter o bom senso. Lembrando-se de quem ele era, de quem ela era. Mas perdeu a batalha consigo mesmo. Vagarosamente estendeu a mão para pegar uma gota de água que escorria pelo queixo de Katrine.O toque suave e o olhar apaixonado fizeram o coração de Katrine dar um salto. Apesar de sua inexperiência, sabia o que se passava com ele. Mas não sabia, em absoluto, como lidar com um homem viril e perigoso como Raith. Entreabriu os lábios em silencioso protesto quando ele ergueu a mão para tocar uma mecha de seus cabelos. _ Você… vai me beijar de novo? – Você gostaria?”
Emocionante, divertido, romântico. Um livro perfeito para quem gosta de histórias envolventes, daquelas que nos prendem do início ao fim. Raith é um personagem rico, repleto de medos e feridas causadas pela guerra. Katrine é arrebatadora. Direta e bondosa, ela tenta de várias formas ajudar Raith a superar e enfrentar seus medos, mesmo que para isso, ela tenha que abrir mão de seu coração. As idas e vindas do casal são de tirar o fôlego e suas brigas, só nos fazem torcer ainda mais por um final feliz. Sem dúvida, Amor Cativo é um dos melhores romances de banca que já li. Super recomendado!
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