Após o fim da América do Norte, uma nova nação chamada Panem surge. Formada por doze distritos, é comandada com mão de ferro pela Capital. Uma das formas com que demonstram seu poder sobre o resto do carente país é com Jogos Vorazes, uma competição anual transmitida ao vivo pela televisão, em que um garoto e uma garota de doze a dezoito anos de cada distrito são selecionados e obrigados a lutar até a morte! Para evitar que sua irmã seja a mais nova vítima do programa, Katniss se oferece para participar em seu lugar. Vinda do empobrecido distrito 12, ela sabe como sobreviver em um ambiente hostil. Peeta, um garoto que ajudou sua família no passado, também foi selecionado. Caso vença, terá fama e fortuna. Se perder, morre. Mas para ganhar a competição, será preciso muito mais do que habilidade. Até onde Katniss estará disposta a ir para ser vitoriosa nos Jogos Vorazes?
Editora: Rocco l 397 páginas l Distopia l Compre aqui: Amazon l Skoob l Classificação: 5/5 ♥
Vocês já devem ter lido inúmeras resenhas do livro Jogos Vorazes. A trilogia virou febre por apresentar um contexto inusitado, e o sucesso das obras só aumentou com adaptação da história para o cinema. Até mesmo aqui no blog já tivemos um post sobre o livro – Fuxicos & Futricos 31, coluna da querida Paulinha. Por esse motivo pensei muito se iria ou não resenhar tal obra, contudo, senti que não poderia deixar de expressar minha opinião sobre a história, sendo que, a grandiosidade da narrativa é tamanha que por mais que vocês tenham ouvido falar sobre a trama nada do que eu diga servirá para prepará-los para a mesma, entretanto, posso deixá-los ansiosos para ler o livro e confesso, essa é minha meta de hoje.
“Como deve ser, imagino, viver num mundo onde a comida surge com um apertar de botões? (…) O que eles fazem o dia inteiro, essa gente da Capital, além de decorar os próprios corpos e esperar cada novo suprimento de tributos que vão morrer para garantir a diversão deles?”
Acho impossível alguém não conhecer a premissa central de Jogos Vorazes, mas para a contextualização, ele é um livro juvenil que vai além das fronteiras estabelecidas entre drama, romance e ação. Com uma mescla de estilos a narrativa nos transporta para uma sociedade futura conhecida como o país de Panem, economicamente e territorialmente dividido em Distritos. No total são 12 Distritos, todos subjugados à Capital, a responsável pelo controle da população de todo o país. Os Distritos mais pobres, ou seja, a maioria dos Distritos, são os que sofrem mais com o controle da Capital, que os obriga a trabalhar por algo que não fica para os trabalhadores, para ser mais clara, você planta e colhe a comida da Capital, mas quase nada desse alimento fica para o seu próprio consumo. Fácil de imaginar essa hierarquia, não é mesmo? Uma escala futura entre os países desenvolvidos e aqueles subdesenvolvidos, uma crítica social bem feita sobre a exploração de muitos, para a riqueza de poucos. Então vocês se perguntam, porque os Distritos não se unem contra a Capital? Pois bem, eles já fizeram isso e o resultado foi um grande massacre, e também, a criação dos Jogos Vorazes.
Os Jogos Vorazes são uma espécie de “evento esportivo” criado para agradar a Capital e mostrar para todos os moradores de Panem o poder que ela possui. Para isso, cada Distrito é obrigado a mandar dois tributos para os Jogos, um rapaz e uma menina, lá eles encontrarão os tributos dos outros Distritos e lutarão por sua sobrevivência, se digladiando por alimento, água e principalmente pela vitória.
“Levar as crianças de nossos distritos, força-las a se matar umas às outras enquanto todos nós assistimos pela televisão. Essa é a maneira encontrada pela Capital de nos lembrar de como estamos totalmente subjugados a ela. (…) A mensagem é bem clara: “Vejam como levamos suas crianças e as sacrificamos, e não há nada que vocês possam fazer a respeito…”
Não existem dúvidas sobre a intensidade desse roteiro, não concordam? A autora aborda com destreza um tema profundo e complexo. Pessoas, ou melhor, jovens mantidos em uma arena sobre a influência da Capital, servindo como diversão enquanto perdem suas vidas de formas horripilantes, tudo por quê? Por poder. Para que a Capital mostre que todos os outros Distritos estão sob seu comando, que eles devem continuar a trabalhar para sustentar os luxos da Capital, pois não lhes restam alternativas, “eles são fracos” e sempre serão lembrados disso, afinal, esse é o propósito dos Jogos Vorazes.
Quando mergulhei na narrativa não conseguia deixar de pensar na crítica social abordada pela autora, em como ela descreveu um futuro talvez não tão distante para nossa atual sociedade, que não se diferencia da Capital quando o assunto é dominação e capitalismo. Só por isso já me apaixonei pelo livro, mas a meu ver, a grande sacada foi o ar de “Reality show” que os Jogos trouxeram à história. A narradora, a forte e determinada Katniss, é perspicaz e inteligente ao ponto de aprender a jogar com a Capital, a ser na arena aquilo que o público espera dela, as consequências podem levá-la a uma morte planejada e dolorosa, ou a um possível momento de glória, tudo depende dela aceitar as regras do jogo. Devo citar aqui também que o Peeta, um dos tributos dos Jogos é incrivelmente perfeito, ele nos conquista aos poucos e quando vemos, já estamos totalmente apaixonados. Fim do momento tietagem. (rsrs)
Dor, perda, luta, amor… O que esperamos encontrar em uma arena feita para a morte onde os competidores antes de qualquer coisa, devem se lembrar de proporcionar um show para aqueles que os assistem?
Incrível, emocionante, eletrizante. Quem já leu, compreende o que digo – Jogos Vorazes é uma leitura que marca, impacta. E quem ainda não leu, só posso dizer que, se você gosta de emoção, superação e algumas pitadas de romance, corre, porque Jogos Vorazes é muito bom!
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