*SINOPSE COM SPOILERS! NÃO LEIA SE AINDA NÃO LEU O 1º LIVRO DA TRILOGIA: JOGOS VORAZES* Mistura de ficção científica com reality show, passando pela mitologia e pela filosofia, Em chamas é o segundo volume da bem-sucedida trilogia iniciada com Jogos Vorazes, mais novo fenômeno da literatura jovem dos últimos tempos. Com mais de quatro milhões de exemplares vendidos apenas nos Estados Unidos e por 130 semanas na lista dos mais vendidos do The New York Times, a trilogia assinada por Suzanne Collins ganhará adaptação para o cinema, com estreia prevista para março de 2012. Depois de os Jogos Vorazes, competição entre jovens transmitida ao vivo para todos os distritos de Panem, Katniss agora terá que enfrentar a represália da Capital e decidir que caminho tomar quando descobre que suas atitudes nos jogos incitaram rebeliões em alguns distritos. Dessa vez, além de lutar por sua própria vida, terá que proteger seus amigos e familiares e, talvez, todo o povo de Panem.
Editora: Rocco l 413 páginas l Distopia l Compre aqui: Amazon l Skoob l Classificação: 5/5
Em Chamas é o segundo volume da trilogia Jogos Vorazes – Resenha do primeiro volume AQUI, a magnitude do livro é tamanha que, me dei conta que não seria capaz de escrever uma resenha que fizesse jus a história sem revelar nenhum detalhe da mesma, por esse motivo, não vou me estender comentando as minúcias da trama, evitando assim, os temidos spoilers, contudo, aviso que essa resenha pode conter uma ou outra informação referente ao desfecho do primeiro volume da trilogia, por esse motivo, aqueles que ainda não leram Jogos Vorazes devem pensar bem se querem ou não ler esse post.
“O pássaro, o broche, a canção, as amoras, (…). Eu sou o tordo. O que sobreviveu apesar dos planos da Capital.”
Em Chamas tem tudo o que uma continuação precisa ter para cativar completamente um leitor, emoção, raiva, amor, dor, são tantas emoções presentes nas páginas desse livro que é impossível descrever o que ele representa para quem o lê. O fato é que ele aprofunda a história, nos levando por caminhos imprevisíveis, deixando a trama, como um todo, ainda mais complexa e envolvente. Para ser mais direta, Jogos Vorazes, o primeiro livro da trilogia, é incrível, bem escrito, apaixonante, contudo, ele não nos permite conhecer a fundo os personagens centrais como acontece no segundo livro da trilogia. É impossível terminar de ler Em Chamas sem ter a impressão de que você conhece a fundo cada sentimento vivenciado e narrado pelos personagens, suas dúvidas e medos estão mais claros e isso (tendo em vista as características da personagem que narra a história) nos envolve de uma forma inexplicável. Vocês sabem, nossa narradora, a Katniss, não é do tipo que dá frente aos sentimentos, ela age com a razão, mas mesmo assim, mesmo moldada pela sociedade da época, por suas perdas e sofrimentos, nem ela é capaz de segurar a avalanche de emoções presentes na trama.
“Fujo do que não consigo combater. Do que só pode me trazer danos. Só que dessa vez é o meu coração, e não o meu corpo, que está se desintegrando.”
O desfecho dos Jogos Vorazes deu uma esperança a Katniss e até mesmo ao seu distrito, contudo, a força presente nas atitudes dessa jovem a levou a um confronto de interesses mediado pela dominadora Capital. Sendo assim, a questão central do livro é que, em uma sociedade marcada pela dominação e soberania de alguns, para que as pessoas os respeitem é preciso deixar claro o quão poderoso você é, e a Capital não medirá esforços para fazer valer seu poder, independente das consequências de suas atitudes. Vocês conseguem compreender a imensidão dessa batalha? O s jogos políticos e de poder presentes na trama? Não tem como deixar de comentar a crítica social presente na narrativa, que dessa vez não se limita a dispersão social criada por um sistema capitalista, ela vai além, mostrando o outro lado da moeda, demonstrando o quanto os “políticos” são capazes de colocar em risco em nome de sua soberania absoluta. – Fato não muito distante da nossa realidade, não é mesmo?
“A única coisa que consigo pensar é nos corpos flácidos de nossas crianças em nossa mesa de cozinha, enquanto minha mãe receita o que os pais não tem condições de dar a elas. Mais comida. (…) E aqui na Capital eles vomitam pelo prazer de encher seus corpos ininterruptamente. Não por causa de uma enfermidade do corpo ou da mente, nem por causa de alguma comida estragada. É o que todo mundo faz numa festa. É o esperado. Faz parte da diversão.”
Preciso falar também da surpresa presente no livro. Até certo ponto, a trama caminha de uma forma direta e imaginável, os conflitos apresentados já eram esperados, então, a autora novamente nos surpreende, acrescentando ação a história. Nesse momento tive uma explosão de sentimentos, raiva e frustração para ser mais sincera, e é a partir desse ponto de a autora me convenceu completamente de seu potencial. Junto com a ação, temos novos personagens, muito apaixonantes por sinal, mais emoção e também, uma boa dose de romance. Para aqueles que diziam que “Faltou romance em Jogos Vorazes”, afirmo que Em chamas está abarrotado dele, mesmo esse não sendo o foco da narrativa.
Para concluir, só posso dizer que indico demais o livro e que estou me segurando para ler A Esperança, parte final da trilogia, tenho certeza que vou me emocionar um bocado com esse livro, afinal, o desfecho de Em Chamas é arrebatador, muita coisa está em jogo e diante de tanta dor pela qual esses personagens passaram talvez, ainda haja uma fagulha de esperança.
“[…] não estamos apenas bonitos, estamos escuros e poderosos. Não, mais do que isso. Nós, os amantes desafortunados do Distrito 12, que sofremos tanto e desfrutamos tão pouco as recompensas de nossa vitória, não estamos procurando os favores dos fãs, não estamos agraciando-os com nossos sorrisos, ou recebendo seus beijos. Nós não queremos perdão.E eu adoro isso. Poder finalmente ser eu mesma.”
Beijos!
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