John e Jenny eram jovens, apaixonados e estavam começando a sua vida juntos, sem grandes preocupações, até ao momento em que levaram para casa Marley, “um bola de pelo amarelo em forma de cachorro”, que, rapidamente, se transformou num labrador enorme e encorpado de 43 quilos. Era um cão como não havia outro nas redondezas: arrombava portas, esgadanhava paredes, babava nas visitas, comia roupa do varal alheio e abocanhava tudo a que pudesse. De nada lhe valeram os tranquilizantes receitados pelo veterinário, nem a “escola de boas maneiras”, de onde, aliás, foi expulso. Mas, acima de tudo, Marley tinha um coração puro e a sua lealdade era incondicional. Imperdível.
304 Páginas l Compre aqui: Amazon l Skoob l Resenha: Kamila Mendes l Classificação: 5/5
É impressionante o reboliço que a adoção de um animal de estimação causa na vida das pessoas. Decidi escrever essa resenha, porque hoje ganhei um gatinho de minha mãe (já tinha um que está muito enciumado e desconfiado com o novo filhote…rsrrsrs) e adotar um animal é realmente um ato de amor. Mas o livro Marley & Eu vai muito além de exaltar os benefícios da adoção animal. Na realidade, John Grogan conta a biografia da ‘pessoa’ que esteve presente nos momentos mais importantes de sua vida: o Labrador, com ‘distúrbio de personalidade’, Marley. Sendo assim, John narra, com simplicidade e humor, seu amadurecimento como homem, profissional, marido e pai, tudo com a companhia do inseparável Marley. Engana-se quem pensa que o livro se resume ao que foi mostrado no filme (sim, Owen Wilson interpreta John Grogan de forma magistral), mas a obra é mais profunda, pois fala de laços de afeto.
“Com o dinheiro que gastamos com Marley, poderíamos ter comprado iates. Mas quantos iates te esperam na porta de casa depois do trabalho ou te acordam com uma lambida no rosto pela manhã?”
O casal toma a decisão de adotar um cachorrinho quando Jenny se dá conta de que mal consegue manter uma samambaia viva (um grande problema quando se pretende ter filhos). John, então leva sua esposa para escolher aquele que ficaria mundialmente conhecido como “o pior cão do mundo”.
Marley tem problemas de comportamento: hiperativo, destrói tudo ao seu alcance, tem medo de tempestades e trovões a ponto de abrir rombos nas paredes apenas para tentar chegar perto de seus donos e se proteger. Também é um buraco sem fundo, come tudo o que vier e ainda rouba da cozinha, da geladeira, sem contar que bebe água do vaso sanitário. Enfim, o cão tem o comportamento que faria qualquer pessoa lhe entregar a carrocinha. Mas a família Grogan escolheu ficar com ele, e graças a tomada dessa decisão eles puderam vivenciar o amor mais leal que algum dia poderiam conhecer.
Quando a esposa sofreu com a primeira gravidez e John não conseguia falar com ela, foi Marley que a consolou, permitindo que esta ficasse agarrada ao seu pelo, chorando por horas a fio. Quando ela teve complicações pós-parto, o animal aguentou calado e sem revidar, os gritos, e até uma surra que recebeu dela. E mais, quando as crianças cresceram, Marley estava lá os ajudando a andar e até mesmo, a falar, cuidando dos filhos de seus donos como cuidaria de seus próprios filhotes.
O livro tem uma grande carga de emoção. Tem momentos que você parece não conseguir respirar de tanto rir; em outros tem raiva de certos lapsos de intolerância dos donos e vizinhos. Em alguns ainda, você se emociona com as atitudes abnegadas de Marley (mas, afinal, todo cão de estimação é assim!) e quando chega o ápice da narrativa, não há viva alma que consiga segurar as lágrimas.
Dou cinco estrelas e recomendo a leitura a qualquer um que ame os animais, independente de ser ‘pai’, ou ‘mãe’ de algum peludo, ou não. A leitura vale a pena pelo exemplo de amor incondicional e fidelidade que o Pior cão do Mundo dá e recebe de seus donos, ou melhor, de sua família.
Quotes Preferidos
“Talvez ele detivesse o segredo da boa vida, nunca se deter, nunca olhar para trás, viver cada dia com impulso, vivacidade, curiosidade e disposição adolescente. Se pensarmos que somos jovens, então talvez o sejamos, não importa o que diga o passar dos anos.”
“Para um cão,você não precisa de carrões, de grandes casas ou roupas de marca. Símbolos de status não significavam nada para ele. Um graveto já está ótimo. Um cachorro não se importa se você é rico ou pobre, inteligente ou idiota, esperto ou burro. Um cão não julga os outros por sua cor, credo ou classe, mas por quem são por dentro. Dê seu coração a ele, e ele lhe dará o dele. É realmente muito simples, mas, mesmo assim, nós humanos, tão mais sábios e sofisticados, sempre tivemos problemas para descobrir o que realmente importa ou não. De quantas pessoas você pode falar isso? Quantas pessoas fazem você se sentir raro, puro e especial? Quantas pessoas fazem você se sentir extraordinário?”
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