Sempre é o final da amável trilogia de Maggie Stiefvater, Os Lobos de Mercy Falls. Desta vez, os riscos estão maiores do que nunca: enquanto o pai de Isabel planeja acabar com todos os lobos de uma vez por todas, Sam e Isabel procuram por maneiras de salvar a matilha, e Cole corre em busca de uma cura para Grace. Porém a peça central da série é o romance — entre Sam e Grace, claro, e entre Cole e Isabel — e a escrita brilhante e pungente de Maggie não desaponta. Sam e Grace roubam momentos doces e de tirar o fôlego juntos, durante o período das imprevisíveis transformações de Grace, e Cole e Isabel lutam para derreter o interior frio um do outro. Os leitores irão se derreter também, e encontrarão um satisfatório, porém não tão perfeito, final.
Editora: Agir l 376 Páginas l Jovem Adulto l Compre aqui: Amazon l Skoob l Resenha: Kamila Mendes
Essa é mais uma resenha na qual optei por não escrever muito a fim de evitar o risco de spoilers. Para quem não sabe, ‘Sempre’ se trata do último livro da minha amada série Os lobos de Mercy Falls e como fã da saga, posso dizer que a espera de anos por esse livro valeu a pena. (Saiba mais sobre a série AQUI, na resenha do primeiro livro da mesma).
*Pule esse parágrafo se você ainda não leu os outros livros da trilogia*. ‘Sempre’ responde algumas questões que ficaram rondando a cabeça dos fãs sobre o casal Grace e Sam. Em ‘Espera’, segundo livro da saga, vemos a agonia de Grace, e em ‘Sempre’ essa agonia é presente nos conflitos de Sam. O pai de Isabel consegue um mandado judicial para caçar e eliminar os lobos, fazendo com que Izabel, Cole e Sam tentem arranjar uma forma de impedir essa caçada. Tudo isso enquanto Grace luta para se manter consciente e para estabelecer uma relação pacífica com seus pais.
A narrativa do último livro da trilogia firmou minha admiração pela escrita suave, descritiva, e pessoal de Maggie Stiefvater. A autora me conquistou com o primeiro livro da saga, Calafrio, que apresenta um romance simples, sem melodramas e com um baita desafio. A saga não é focada em seres sobrenaturais. Maggie criou um universo em que se tornar lobo é uma doença transmitida pela saliva e em ‘Sempre’ entendemos como funciona essa enfermidade e acompanhamos a luta de Cole, roqueiro conhecido, mas com sérias tendências suicidas que escondem um coração sensível e uma inteligência brutal, em busca de uma cura.
Maggie fecha um ciclo amarrando todas as pontas. Firmando Sam e Grace como um casal fora do comum no mundo literário, onde estamos acostumados com amores avassaladores. O romance deles é calmo e flui como um rio. Há respeito entre eles, de forma que não impõem sua vontade um ao outro, muito ao contrário, eles se completam. Izabel continua confusa, mas dessa vez conseguimos entender seus motivos: patricinha, filha de um mega advogado, mimada e cheia de vontades, a única coisa que realmente deseja é ser amada e ser uma pessoa melhor. É dela e de Cole os momentos mais marcantes e cheios de uma sinceridade cruel presentes no livro.
Na realidade, no meu ponto de vista extremamente suspeito, ‘Sempre’ aborda mais sobre as relações humanas, do que sobre algo sobrenatural. Descrevendo sobre o desenrolar da relação dos pais de Grace com Sam, e a aceitação dos pais de Grace com a nova vida da filha (como adulta). Sem comentar sobre as descobertas pessoais que envolvem Cole e Izabel. No geral, ‘Sempre’ é um final digno para uma série amável.
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