“Mas não estava em outra época e lugar, e nada daquilo era normal. Trazia a fotografa dela consigo há mais de cinco anos. Atravessou o país por ela.” “Era estranho pensar nas reviravoltas que a vida de um homem pode dar”. Até um ano atrás, Thibault teria pulado de alegria diante da oportunidade de passar um fim de semana ao lado de Amy e suas amigas. Provavelmente, era exatamente isso de que precisava, mas quando elas o deixaram na entrada da cidade de Hampton, com o calor da tarde de agosto em seu ápice, ele acenou para elas, sentindo-se estranhamente aliviado. Colocar uma carapuça de normalidade havia-o deixado exausto. Depois de sair do Colorado, há cinco meses, ele não havia passado mais do que algumas horas sozinho com alguém por livre e espontânea vontade. (…) Imaginava ter caminhado mais de 30 quilômetros por dia, embora não tivesse feito um registro formal do tempo e das distâncias percorridas. Esse não era o objetivo da viagem. Imaginava que algumas pessoas acreditavam que ele viajava para esquecer as lembranças do mundo que havia deixado para trás, o que dava à viagem uma conotação poética. prazer de caminhar. Estavam todos errados. Ele gostava de caminhar e tinha um destino para chegar.
Editora: Novo Conceito l 349 Páginas l Romance l Compre aqui: Amazon l Skoob l Resenha: Kamila Mendes l Classificação: 5/5
Quando comecei a ler ‘Um homem de sorte’ o fiz sem nenhuma expectativa. Ouvi opiniões negativas de alguns amigos que leram o livro e não gostaram por o acharem previsível, e como tenho poucas experiências com Nicholas Sparks (na realidade li apenas dois livros dele), me pautei nessas incursões literárias e resolvi não esperar nada da leitura. Até a metade de livro me arrastei, achando-o monótono e sem graça, mas quando dei por mim, havia sido mordida pelo bichinho do romance e estava completamente encantada com Logan Thibault e com Elizabeth, e bastante enojada com o comportamento abusivo de Keith Clayton.
O livro conta a história de Logan que vai a pé do Colorado à Hampton para descobrir quem é a misteriosa mulher que o protegeu. Sendo mais clara, Logan é ex-fuzileiro americano e serviu por três vezes no Iraque. Durante os anos em que serviu as Forças Armadas americanas, Thibault encontrou no deserto do Kuwait a fotografia de uma loira misteriosa e desde que resolveu guardá-la a sorte esteve ao seu lado. Acreditando que tinha uma dívida com a mulher da fotografia, Logan segue até Hampton na companhia de Zeus, seu pastor-alemão e fiel escudeiro. Durante a jornada ele conhece Keith e Beth, e como é de se esperar de um livro de Sparks, há um triângulo amoroso às avessas.
Como em toda a narrativa de Sparks, a história nunca gira em torno somente do personagem central. Sendo assim, ‘Um Homem de Sorte’ nos mostra os relacionamentos familiares desenvolvidos nas pequenas cidades do sul dos EUA. Mas os personagens que realmente me marcaram foram Keith e Zeus. Keith Clayton é o típico valentão da escola que nunca cresceu. Casou-se com a mulher mais bonita da cidade apenas por status e se tornou policial para poder exercer o poder a seu bel prazer. Infantil, preguiçoso e mulherengo, Keith impede que sua ex-esposa tenha uma vida amorosa e tenta a todo custo mudar seu filho, para que ele seja mais parecido com o pai.
Sparks construiu bem seus personagens. Apaixonei-me por Thibault, senti raiva e nojo de Keith Clayton (por vezes tive vontade de jogar o livro na parede de raiva) e entendi Beth, apesar de também querer bater nela, às vezes. Ou seja, ele conseguiu seu intuito, eu vivi seus personagens à medida que progride na leitura.
Indico aos amantes de Sparks e aos românticos de plantão. Mas se você não gosta de romances e nem de histórias que se alongam demais, não tente ler ‘Um Homem de Sorte’, a não ser que queira se desafiar a uma leitura diferente do seu comum. Assim como eu, que escolhi esse livro como meu desafio de leitura do mês de Janeiro.
Dou cinco estrelas!
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