Todos os dias se parecem na vida que Judith McPherson leva ao lado do pai. Eles têm uma rotina simples e reclusa, numa casa repleta de lembranças da mãe que ela nunca conheceu, e as únicas pessoas com quem convivem são os fiéis da igreja cristã a que pertencem. Judith não tem amigos na escola, onde é alvo de gozações, e para encontrar consolo se refugia no mundo de sucata que construiu em seu quarto. Lá, cada dia é um dia, e a vida pode ser incrivelmente feliz graças a sua imaginação. Basta acreditar que a Terra Gloriosa, como ela chama sua maquete, é realmente o paraíso prometido onde um dia vai viver ao lado da mãe. Aos dez anos, Judith vê o mundo com os olhos da fé, e onde os outros veem mero lixo, ela identifica sinais divinos e uma possibilidade de criar. Assim, constrói bonecos de pano e inventa para eles histórias felizes na Terra Gloriosa. O que nem Judith poderia imaginar é que talvez seu brinquedo seja mais do que uma simples maquete. Pelo menos é o que parece quando ela cobre a Terra Gloriosa de espuma de barbear e a cidade aparece coberta de neve na manhã seguinte. Um pequeno milagre, é assim que ela interpreta esse e outros sinais parecidos. Tão pequeno que muitas pessoas poderiam pensar que não passa de coincidência, mas Judith sabe que milagres nem sempre são grandes, e que reconhecê-los é um dom de poucas pessoas. Longe de ser benéfico, no entanto, esse poder traz consigo uma grande responsabilidade. Afinal, seria certo usar a Terra Gloriosa para se vingar de Neil Lewis, o colega que a maltrata todos os dias na escola?
Editora: Paralela l 312 Páginas l Romance l Compre aqui: Amazon l Skoob l Resenha: Kamila Mendes l Classificação: 5/5
Essa não é uma resenha longa, nem abarrotada de opiniões. Na realidade, é mais um texto apreciativo sobre uma obra que faz o leitor rever alguns conceitos e se questionar no que acredita de fato. De forma que a pergunta que permeia a obra é ‘-você acredita em milagres?’
“A fé é um salto: você está aqui, a coisa que você quer está lá. Há um espaço entre você e ela. Você só tem que saltar. Andar sobre as águas, mover montanhas e trazer os mortos de volta à vida não é difícil. Você dá o primeiro passo e o pior já passou, você dá o segundo e já está na metade do caminho”
A Menina que fazia Nevar é uma leitura descompromissada e prazerosa. É interessante ver como uma menininha de 10 anos coloca de forma tão inocente, e ao mesmo tempo tão intensa, suas emoções e sentimentos.
Nossa protagonista Judith, uma jovem garotinha que vive ao lado do pai viúvo, é muito religiosa, e por acreditar em Deus e ter valores diferentes da maioria de seus colegas chega a sofrer bullying na escola. Para compensar a frieza paterna, a ausência da mãe (falecida após o parto) e as agressões verbais e físicas, Judith constrói em seu quarto a Terra Gloriosa (feita de lixo e sucata), um local onde ela se refugia, encontrando nele abrigo e consolo.
Em certa segunda-feira, quando o valentão da escola decide afogá-la na privada, Judith faz neve na Terra Gloriosa e acredita que a nevasca que atingiu sua cidade logo em seguida é obra de um milagre realizado por ela. A partir daí vemos então os conflitos, vitórias e dúvidas de uma garotinha que, na realidade, quer apenas ter um amigo. Enquanto isso Judith percebe o peso do poder da fé e precisa aprender a lidar com ele.
Esse livro não prega religião e nem se quer é uma crítica aos religiosos ou qualquer denominação. A religião aqui é apenas um plano de fundo para uma narrativa densa, porém leve, dolorida, mas gostosa de ler.
O livro nos leva a refletir sobre os pequenos milagres da vida… E sem dúvidas você vai rir e chorar. A única coisa que me incomodou foi o final. Penso que ele poderia ter sido mais detalhista, mais substancial e menos subjetivo; a única falha de um livro doce! Sendo assim, apesar do final frustrante, dou cinco estrelas a este maravilhoso e tocante romance.
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