Simon Basset, o irresistível duque de Hastings, acaba de retornar a Londres depois de seis anos viajando pelo mundo. Rico, bonito e solteiro, ele é um prato cheio para as mães da alta sociedade, que só pensam em arrumar um bom partido para suas filhas. Simon, porém, tem o firme propósito de nunca se casar. Assim, para se livrar das garras dessas mulheres, precisa de um plano infalível. É quando entra em cena Daphne Bridgerton, a irmã mais nova de seu melhor amigo. Apesar de espirituosa e dona de uma personalidade marcante, todos os homens que se interessam por ela são velhos demais, pouco inteligentes ou destituídos de qualquer tipo de charme. E os que têm potencial para ser bons maridos só a veem como uma boa amiga. A ideia de Simon é fingir que a corteja. Dessa forma, de uma tacada só, ele conseguirá afastar as jovens obcecadas por um marido e atrairá vários pretendentes para Daphne. Afinal, se um duque está interessado nela, a jovem deve ter mais atrativos do que aparenta. Mas, à medida que a farsa dos dois se desenrola, o sorriso malicioso e os olhos cheios de desejo de Simon tornam cada vez mais difícil para Daphne lembrar que tudo não passa de fingimento. Agora ela precisa fazer o impossível para não se apaixonar por esse conquistador inveterado que tem aversão a tudo o que ela mais quer na vida.
Editora: Arqueiro l 288 Páginas l Romance de Época (Com conteúdo adulto) l Compre aqui: Amazon l Skoob l Classificação: 5/5 ♥
‘O Duque e Eu’ é o primeiro volume entre oito livros que narram as aventuras da grande e barulhenta Família Bridgerton. Sendo ela composta por oito irmãos, a série conta com uma obra para cada um deles, apresentando-nos a família como um todo, porém priorizando as histórias particulares de cada um dos seus membros, que são: Anthony, Benedict, Colin (lindo), Daphne, Eloise, Francesca, Gregory e Hyacinth. Desta forma, mesmo que cada livro apresente início, meio e fim, é importante lê-los em sequência para evitar spoilers, já que é comum os irmãos participarem (leia-se intrometerem) nas histórias uns dos outros. Exatamente por isso, neste primeiro volume não conhecemos apenas a história de Daphne, a irmã mais velha entre as moças da casa, e consequentemente, nossa protagonista; o que acontece de fato é que mergulhamos na rotina dessa família, nas façanhas e artimanhas desses jovens, na grandiosidade do amor que os une, e principalmente, somos tocados pelas descrições rotineiras e verdadeiramente familiares, como o amor de uma mãe protetora e cuidadosa e a amizade e cumplicidade nutrida entre esses irmãos. Mas então vocês se perguntam, e o romance? Pois bem, e onde mais o amor se consolidaria se não no seio de uma família?
“- As mães da sociedade, seu tolo. Aqueles dragões cuspidores de fogo que têm filhas em idade de casar, que Deus nos ajude. Você pode fugir, mas é impossível se esconder delas. E devo alertá-lo para o fato de que a minha é a pior de todas. – Minha nossa… E eu pensando que a África era perigosa.”
Imagine-se situado na alta sociedade londrina, na época dos grandes bailes, vestidos redondos, mães casamenteiras, e convenções sociais que ditam e definem o comportamento populacional; pois bem, esse é o cenário dessa trama, que abusa do que os romances de época possuem de melhor para criar uma história doce e bem-humorada, capaz de emocionar e tocar o coração do leitor.
Em meio a tantas regras sociais e comportamentais, comuns ao período descrito, Daphne se destaca por sua personalidade, pois diferentemente das outras donzelas da sua idade ela conviveu tempo suficiente com seus irmãos mais velhos para saber ser uma boa ouvinte (isso sem comentar o gancho de direita que aprendeu com eles), além de evitar ‘afetações e afeminações’ desnecessárias, o que faz dela uma moça forte, alegre e, como ela mesma já ouviu de diversos rapazes, distinta de todas as outras raparigas da época. A questão é que, além de ter uma beleza normal segundo os padrões ditados em tal período, ela tem um comportamento que amedronta seus pretendentes, o que faz dela uma boa amiga, mas não uma donzela que inspira duelos ou poesias. E exatamente por isso, depois de dois anos do seu debute e de algumas propostas de casamento rejeitadas, ela não encontrou seu futuro esposo, alguém com quem ela pudesse construir o sonho de ter uma grande família, e um homem pelo qual ela se sinta envolvida e até mesmo apaixonada.
Divagando entre o ponto de vista de Daphne, a autora apresenta Simon, o duque de Hastings, grande amigo de Anthony que retorna para Londres depois de vários anos viajando pelo mundo. Os motivos que o trazem a Londres são infinitamente dolorosos, e enfrentar tais memórias com as mães casamenteiras em seu encalço, buscando nada mais do que um bom partido para suas filhas, não é nada fácil. Assim, em busca de uma forma de fugir do passado, e também de um futuro indesejado, ele vê em Daphne a solução para os seus problemas, resolvendo ajudá-la, e consequentemente se ajudar também, estabelecendo um cortejo de aparências. Ele iria visitá-la, ela o receberia com a graça e honras devidas ao ganhar a atenção de um duque, até que ele estivesse longe das mães ‘aves de rapina’, e ela se tornasse um bom partido, visto que foi capaz de despertar o interesse do Duque. Ideia perfeita, não é mesmo? Em tese talvez, mas tente juntar duas pessoas com tamanha força de espírito como Daphne e Simon e espere que as coisas saiam como planejado… Impossível, simplesmente impossível.
Dizer que a instituição familiar é o ponto alto da série escrita pela Julia Quinn seria dizer o óbvio, porque o livro, e a saga como um todo, são essencialmente sobre isso. Tudo, desde o bom-humor, o romance e o drama, giram em volta do enlace familiar… Da família Bridgerton, dos sonhos em ter uma família de Daphne, e claro, do herói que balanceia essa equação apresentando aos leitores seus traumas e decepções familiares. Ler sobre isso, a respeito das dores, perdas, triunfos e amores desses personagens é incrivelmente natural. É estranho porque considerando o cenário comum e o romance previsível, espera-se algo tão fantasioso e superficial que quando nos deparamos com um enredo diferente disso é impossível não se surpreender. Eu sei que como uma amante do gênero, como um fã da autora, e como uma leitora que os apresenta um dos seus romances favoritos (E olha que essa é a segunda vez que o resenho para vocês, veja o livro em formato de romance de banca aqui) sou suspeita para falar, mas não posso negar a força dessa história. Ora, esse deveria ser só mais um romance, e mesmo assim, não consigo deixar de vê-lo como um livro lindo, emocionante, tocante, que fala sobre superação, mágoas, medos, preconceito e infinitos dramas familiares que enfrentamos todos os dias. Não sou ingênua de pensar que todos os leitores irão ver esse romance sob o mesmo ponto de vista que eu, mas é como se ele fizesse parte de mim, então não posso e não consigo vê-lo de outra maneira.
Sabe do que mais gosto nesse livro, e nessa série em especial? Todos os personagens principais possuem um defeito, uma mágoa, um medo, uma imperfeição que seja, que os afasta da felicidade. Um sentimento de culpa ou de dor que eles carregam diariamente, e que não são capazes de ver o quanto tal carga está pesada. Exatamente como nós, não é? E é isso que me emociona, a apresentação da dor e da superação; fico pensando que, se tais personagens conseguiram enfrentar seus medos, nós também somos capazes de tal ação. E Simon, ah o Simon, ele é o mestre nesse quesito, ele e Anthony, o irmão protagonista do próximo livro da série Os Bridgertons, estão no topo da minha lista de personagens guerreiros.
Será que escrevi demais? Será que foi suficiente? Ainda queria falar o quão incríveis são os outros membros da família Bridgerton; o quanto chorei e ri relendo o livro, mesmo sabendo exatamente como as coisas iriam acontecer; o quanto as superficialidades e fantasias presentes na história me passaram despercebidas; o quão enigmática é a figura da Lady Whistledown e claro, o quanto o romance da trama é lindo e envolvente… Devo ter me repetido em elogios, e claro me estendido em descrições, mas o fato é que sou apaixonada incondicionalmente por esse livro, seu encanto, sua emoção, sua alegria, é como um porto seguro, sei que sempre que quiser posso retornar para essa leitura em busca das infinitas emoções que ela gera em mim.
Quotes Preferidos
“- No que diz respeito a você, meus padrões de beleza são os únicos que importam a partir de agora.”
“- Que diabo você pensa que está fazendo? – sibilou ela. – Protegendo minha irmã! – Do duque? Ele não pode ser tão perverso assim. Na verdade, ele me lembra você. Anthony soltou um gemido. – Então ela realmente precisa da minha proteção.”
“(…) – Antes de conhecer você, estava vivo apenas pela metade.”
“Daphne se abaixou e ajeitou as tulipas, roçando o braço de leve na frente do casaco dele. Ela imediatamente deu um salto para trás, surpresa com a quentura e a força dele. Meu Deus, se ela podia sentir tudo aquilo através da camisa e do casaco, como ele deveria ser… Daphne ficou vermelha, muito vermelha. – Eu daria minha fortuna por seus pensamentos – disse Simon, erguendo as sobrancelhas com curiosidade.”
Comente via Facebook