Depois de 450 anos, esperava-se que Nastasya já tirasse de letra essa história de imortalidade. No último outono ela buscou refúgio em River’s Edge, uma espécie de retiro espiritual onde ela e outros imortais tentam estabelecer a paz com seu passado tortuoso. Porém, em vez disso, tudo o que Nastasya descobriu – além de que detesta acordar cedo numa cama dura para catar ovos de galinhas furiosas – é que ela não está segura em lugar nenhum. Nem mesmo ao lado do cara/viking/deus grego mais gato do mundo, Reyn, que ela ainda não descobriu se é sua ruína ou sua última chance de ter um amor. Nastasya conseguiu se manter bem até o Ano-Novo, mas parece que agora, depois que fez um pedido um tanto ambicioso na hora da virada, tudo está indo por água abaixo. Nada que faz dá certo, tragédias acontecem quando ela está por perto, tudo parece não ter propósito e, pior, ela nem sabe mais porque continua sequer tentando! Como sempre soube, sua família vem de uma grande linhagem das trevas, e Nastasya já está se convencendo de que não há escapatória. Como se não bastasse, os súbitos e totalmente enlouquecedores beijos de Reyn não estão ajudando… Mas quando Nastasya não aguenta mais a pressão e resolve fugir de tudo para seguir o próprio rumo, ela se vê numa situação ainda mais sombria, perigosa e destruidora do que jamais pôde imaginar. River’s Edge nunca pareceu tão longe, ou tão agradável…
Editora: Galera Record l 256 Páginas l Romance Sobrenatural l Compre aqui: Amazon l Skoob l Classificação: 4/5
Cair das Trevas é a aguardada continuação do livro Amada Imortal (resenha aqui), um dos melhores romances sobrenaturais que li em 2012. Com uma premissa inusitada a autora nos apresenta a imortal Nastasya, uma jovem de 450 anos que carrega em seu passado o peso de infinitas perdas: familiares, irmãos de criação, bichinhos de estimação, paixões, e um amor de sangue que ultrapassa as barreiras do tempo. Durante anos ela presenciou a morte das pessoas que amava, então, depois de tanta dor, decidiu deixar de dar voz ao sentimentalismo, o que a tornou um ser vivo, mas frio. Sua existência vazia foi suficiente durante vários anos, contudo, quando sua indiferença ameaçou se tornar maldade ela fugiu para River’s Edge, local onde outros imortais buscam curar e superar seus medos. Lá ela enfrentou seu passado, descobrindo quem é e de onde vem o seu poder. Entretanto, tal revelação trouxe à tona uma verdade: Nastasya está rodeada por um poder maligno, então seria ela digna de libertação?
“Ah, certo. Isso mesmo. Porque eu sempre, infalivelmente, estragava tudo. Sempre me esfaqueava pelas costas. Tinha medo de ser feliz, porque ninguém pode ser feliz para sempre, e não conseguiria suportar o medo da perda inevitável da felicidade.”
Com um final digno de quero mais Amada Imortal deixa-nos ávidos por sua continuação, e em um clima de descobertas iniciamos a leitura de Cair das Trevas querendo respostas para as nossas inúmeras perguntas: O que Nas quer afinal? Ela vai se libertar do seu passado? Vai se deixar curar e escolher viver uma nova vida? E o mais importante, vai ela dar uma chance ao sentimento e viver o amor mais impróprio – e intenso, que já bateu em sua porta nesses longos 450 anos?
Logo no início da narrativa a autora coloca em jogo todos os medos da personagem principal: sua vontade de ter uma nova vida, seu medo do passado, seu anseio em se livrar das trevas que estão em seu coração, suas dúvidas quanto a merecer a libertação… No fundo Nas quer uma vida nova, porém parece que tudo que ela toca apodrece, ou que tudo que ela faz tem um objetivo maligno, ou pior ainda, que todas as suas escolhas levam ao sofrimento de alguém ao seu redor. Então a grande questão é: Ela quer ser diferente, mas se ela não pode, porque lutar contra isso? Ainda mais se suas tentativas só causam dor às pessoas que ama.
O que mais gosto nessa série, e nesse livro em particular, é exatamente esses pontos de reflexão, a forma como o passado moldou a personagem e o quanto ela tem que lutar, diariamente, contra a vontade de seguir o caminho mais fácil. Outro ponto positivo são as citações do passado da personagem; é incrível ler sobre suas experiências, sejam elas nas décadas de 50 ou no início da baixa idade média. E para completar o pacote ainda temos ação, suspense e, o principal, ROMANCE! Tá que eu queria mais deste último, mas entendo que esse não é o foco da autora; a intenção dela não é que o amor cure a mocinha, mas que ela tenha força o suficiente para se transformar a ponto de poder experimentar o amor.
Quanto à narrativa da autora eu gosto muito da forma dela escrever, só sinto que ela pecou um pouco na extensão de alguns conflitos; a meu ver, alguns dos problemas centrais da obra poderiam ter sido solucionados de forma mais objetiva. Além disso, se tem uma coisa que gosto nessa saga é que ela não possui ares juvenis, como coisas do tipo ‘nunca sei o que quero e tudo mais’, porém nesse livro em específico (pelo menos em alguns momentos), parecia que eu estava lendo um livro jovem adulto e isso me desanimou um pouco. Ora, a protagonista tem 450 anos gente, pelos céus! Contudo isso não é um grande defeito, só é algo que me deixou confusa quanto ao futuro da série.
No geral a leitura foi muito prazerosa e a parte final, com toda a sua ação e o romance, foi… UAU, simplesmente fiquei com o coração apertado. Estou mais que curiosa para ler a continuação.
Para ler ao som de…
Sobre a Série
Cair das Trevas é o segundo volume da trilogia Immortal Beloved, composta pelos livros: Immortal Beloved, no Brasil publicado como Amada Imortal; Darkness Falls, nacionalmente lançado como Cair das Trevas; e Eternally Yours, que ainda não possui previsão para o lançamento no Brasil.
Quotes Preferidos
“E então, minha mente girou com sentimentos e emoções e com a sensação embriagada de estar completamente presa a ele, desesperada para estar com ele, com fome dele, do toque dele. Era como se eu tivesse conjurado magick com nossos beijos: a mesma luz branca e intensa enchendo meu peito, a explosão de alegria quase dolorosa, os sentimentos tanto de poder quanto de curiosidade. Essa paixão era magick muito forte.”
“Liberto as trevas. Eu tinha me libertado da velha vida como de um pela de lagarto; meus velhos amigos, meu velho eu. Tudo era novo.”
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