Em meio às armadilhas da corte, o amor de um monarca pode representar poder e riqueza, mas também a mais brutal das ameaças. Viúva de um mercador, dona de um segredo capaz de abalar todo o reino, a plebeia Alice Perrers é afastada da família para viver sob a proteção da rainha Filipa da Inglaterra. Porém, sua beleza e perspicácia atraem Eduardo III, e o caso de amor entre eles logo se transforma em um escândalo na corte. Condenada por todos como uma oportunista que enriqueceu manipulando um rei doente, Alice precisa lutar para defender sua honra.
Editora: Record l 546 Páginas l Romance Histórico l Compre aqui: Amazon l Skoob l Classificação: 5/5
Alice Perrers é uma figura histórica (do século XIV, para ser mais exata) conhecida por exercer influência e até mesmo certo nível de controle no aclamado rei da Inglaterra Eduardo III. Contudo, com um pé na história e outro na ficção a autora Emma Campion dá voz a uma pergunta que muitos ignoraram – Em que cenário uma plebeia, nascida de pais comerciantes e dona de nada mais do que sua beleza e inteligência, seria capaz de exercer algum tipo de domínio sob um rei? Baseando-se em fatos verídicos, claramente embasados em anos de pesquisas bibliográficas, a autora dá vida a uma Alice que não foi apenas a conhecida amante do rei, retratando também uma criança que um dia sonhou com um casamento por amor, uma jovem que foi empurrada pela família a um enlace perigoso que trouxe a ela inúmeras felicidades, mas também incontáveis perdas, recriminações e desilusões, e uma mãe que lutou incansavelmente pelo bem estar dos seus filhos. Na visão da autora o erro de Alice foi confiar demais, se entregar sem receios… Mas, o que ela poderia ter feito de diferente? Sendo uma mulher, teria ela poder suficiente para dizer não aos homens que se impuseram em seu caminho?
“QUANDO TIVE EU A escolha de ser diferente do que fui? Deveria eu ter sido mais egoísta, mais inflexível, mais rebelde? (…). Serei uma pecadora, ou uma criada obediente? Na condição de ser do sexo feminino, eu era aceitável apenas como filha virginal, esposa ou viúva – a menos, é claro, que eu fizesse os votos a Deus. Fui as três coisas – filha, esposa, e viúva -, além de amante.”
Que eu sou apaixonada por romances históricos não é nenhuma novidade, entretanto devo dizer que esse é o meu primeiro contato com uma obra que, além do romance, dá vida a inúmeros fatos verídicos de nossa história. É claro que falamos de uma fantasia e ainda mais óbvio que essa seria uma versão provável, mas ainda assim romantizada, do papel de Alice na sociedade Inglesa daquele período, porém não consegui deixar de me sentir parte da época vividamente descrita pela autora: as roupas, os penteados, o papel da corte, as intrigas, os costumes, as batalhas perdidas, o controle do Rei e da Rainha na vida dos que estão ao seu redor… Tudo é tão verídico e bem justificado que durante a leitura é quase impossível lembrar que estamos lendo uma obra de ficção. E sim, minha opinião pode parecer suspeita por eu ser uma amante incondicional desse momento histórico, contudo é fato que eu devorei o livro com os olhos críticos de uma fã e ainda assim fui completamente surpreendida pela autora.
Além do elemento histórico contamos também com uma narrativa que encanta, emociona e incita a nossa curiosidade; longe de qualquer embate sobre a realidade por trás dessa obra é válido de dizer que ela é sim uma história de romance. A trama é descrita como uma bibliografia ditada pela própria Alice, em seu presente atual ela percebe que precisa explicar com detalhes todos os caminhos que tomou e que a tornaram quem ela é hoje, assim mergulhamos completamente em sua vida: sua primeira paixão, a graça de amar e ser amada, a benção de um filho, a companhia de bons amigos e então, em contra partida, a inveja, a dor, o preconceito, a perda e a desgraça. Nunca torci tanto para que a história fosse diferente, nunca me vi tão aflita ou comovida por uma jovem que nada mais foi do que um peão nas mãos dos poderosos homens de sua vida. E isso não quer dizer que Alice seja uma santa, não quer dizer também que ela não tenha amado o rei e aproveitado cada momento que teve em sua companhia, muito pelo contrário, significa que sem direito de defesa – apenas por amar, se doar, e não se rebelar contra as ordens recebidas – ela recebeu o olhar reprovador de muitos e levou a culpa pelo declínio de um reino. Talvez seja por isso que o livro A Amante do Rei tem uma conotação tão pessoal e emocional, pois ele vem em defesa de Alice ao mostrar sua verdadeira face.
“– Amar um rei, Alice, é como dançar uma música estonteante, girando em sua direção, girando para longe dele.”
Com um cenário tão atrativo e uma história repleta de intrigas e mistérios só posso dizer que me apaixonei. Assim como Alice eu suspirei de amor, comemorei a felicidade, me deslumbrei com tanto luxo, me permiti sonhar, chorar, ficar de luto e, principalmente, me indignar com aqueles que um dia chamei de amigos. De fato eu vivi as experiências de Alice, e não importa se a versão da autora Emma Campion não é fiel a realidade, o que vale é que em meu interior eu escolhi defender e lutar pela felicidade dessa mulher. Então, você quer motivos para ler esse livro? Eu lhe dou alguns: a possibilidade de viajar no tempo, a certeza de suspirar com tanto romance, a oportunidade de refletir sobre o papel social da mulher, e a condição de telespectador ansioso para descobrir mais e mais sobre a influência de personagens tão célebres quanto Eduardo III, Rainha Filipa e Isabel de França na vida da plebeia Alice Perrers. Você foi convencido? Eu espero que sim.
Para ler ao som de…
♪ Ever worry that it might be ruined
Does it make you wanna cry
When you’re out there doin’ what you’re doin’
Are you just getting by ♪
♪ This is the last time I’m asking you this
Put my name on the top of your list
This is the last time I’m asking you why
You break my heart in the blink of an eye ♪
Quotes Preferidos
“Os bisbilhoteiros adoram rotular pessoas que eles temem. Isso os faz sentir que são superiores e que não têm tanto medo.”
“Não compreendo o modo como funciona meu coração. Ele tem sua própria noção do tempo”.
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