Peça-me o que quiser é uma trilogia erótica espanhola (e que exatamente por isso conta com elementos culturais típicos dessa região) escrita pela autora Megan Maxwell. A saga é composta pelos livros Peça-me o que quiser, Peça-me o que quiser agora e sempre, e Peça-me o que quiser ou deixe-me (que será publicado no Brasil em Janeiro de 2014) e narra a história do casal Judith e Eric Zimmerman, par romântico que nasceu de um enlace puramente físico, mas que logo mergulhou em uma relação de fome e posse tanto corporal quanto emocional. Tudo o que ele queria era dominar, dar prazer, e apresentar o seu mudo a enervante e surpreendente senhorita Flores – sua funcionária, enquanto ela apenas esperava passar imune ao olhar gélido e ao mesmo tempo apaixonante do senhor Zimmerman, também conhecido como o homem de gelo. Consumidos pela paixão eles se entregam sem reservas ao anseio de dar prazer um ao outro, e em um acordo mútuo de dominação eles se deixam levar por seus sonhos mais profundos.
Submissão, erotismo, uma relação que começa no ambiente de trabalho e que leva a mocinha a explorar um lado seu que ela nunca imaginou existir… Clichê? Sem dúvida! Mas a grande questão é que um clichê, quando bem escrito e desenvolvido, pode agradar uma ampla gama de leitores. Contudo, não posso dizer que a escrita da Megan Maxwell é totalmente surpreendente ou inusitada, muito pelo contrário, ela caminha sob a tênue linha do simples e direto, muitas vezes pendendo para o lado da objetividade quando poderia explorar mais as emoções abordadas em seu romance. Ainda assim, mesmo entre tanto clichê e previsibilidade, existe algo de cativante nessa saga, ponto que me fez não desistir dela – o que hoje eu vejo como uma boa escolha.
Com tempero latino e uma abordagem excitante, a autora conta a história da secretária espanhola Judith Flores e seu chefe, o alemão Eric Zimmerman, também conhecido como Iceman: um homem muito sério e com os olhos azuis mais intensos e sexies que ela já viu. Recém-chegado ao comando da empresa Müller, antes dirigida por seu pai, Eric tem uma atração instantânea pelo jeito divertido de Judith e exigirá que ela o acompanhe nas viagens de trabalho pela Espanha. Mesmo sabendo que está se metendo numa situação arriscada, a ideia de estar ao lado de Iceman é irresistível. Com ele, a jovem viverá experiências sexuais até então inimagináveis, em um universo de fantasias eróticas pouco convencionais. Conciliando sexo e romantismo na medida exata, Peça-me o que quiser é uma história de amor cheia de encontros e desencontros, na qual os jogos eróticos, o voyeurismo e o desejo de ultrapassar todos os limites do prazer são os grandes protagonistas.
Editora: Suma de Letras l 398 Páginas l Adulto (Erótico) l Compra aqui: Amazon l Skoob l Classificação: 3/5
Eu não tenho problema com literatura adulta ou erótica, entretanto iniciar e manter a leitura de Peça-me o que quiser foi um desafio para mim. Com uma trama batida e com personagens que inicialmente não me envolveram (Eric por ser um tremendo mandão controlador, e Judith por se deixar transformar em uma submissa chorosa quando está perto dele) acabei arrastando as cem primeiras páginas do livro, infelizmente o lendo por obrigação. E se não fosse suficiente meu desânimo, foi nesse ponto da narrativa que a autora apresentou o verdadeiro teor erótico do livro, me assustando e enojando (sim, vocês leram as palavras certas) com algumas cenas entre o casal. Confusa com o rumo da obra eu interrompi a leitura e fiquei alguns dias decidindo se iria ou não retomá-la, o que como brasileira que não desiste nunca, eu fiz. E sabe o que é mais engraçado? Eu sempre li este tipo de livro longe de qualquer senso crítico ou preconceituoso, mas com essa série eu tive que trabalhar minha capacidade de não julgar ou censurar os personagens. Claro que não posso dizer que concordo ou admiro o estilo de vida deles, mas agora sou capaz de ver o sentimento que os une, a dor que eles já passaram, e a forma que eles lutam para encontrar a verdadeira felicidade.
Assim, confiante de que o livro teria algum ponto positivo continuei a leitura, e de certa forma fui fisgada por ela. Eric se transformou de um personagem duro e inflexível para alguém que sabe esconder e proteger seu coração – ele já perdeu alguém e agora só quer deixar o passado para trás e construir uma nova história. Ao passo que Judith se mostrou uma jovem corajosa, forte, e muito amorosa com todos que estão ao seu redor, o que de alguma maneira justificou suas inconstâncias e teimosias e fez dela o par perfeito para Eric. Sendo assim o quesito romance é o ponto alto do livro, a forma como os personagens se envolvem, como eles se deixam conhecer e decidem enfrentar seus medos juntos, ou ainda a maneira como eles apostam no que sentem um pelo outro, tudo isso fez a leitura valer a pena. Graças ao romance eu ri, torci e me emocionei com essa história, deixando até de me importar com a superficialidade da escrita da Megan Maxwell.
No geral eu terminei a leitura dividida: metade de mim se envolveu com o romance e torceu pelo casal, enquanto a outra metade ficou receosa com a condução da autora e as cenas eróticas descritas por ela. Porém, algo que eu ainda não sabia o que era me fez querer ler imediatamente a continuação da obra, e mais uma vez, eu segui essa intuição.
“– Pequena nunca farei nada que você não aprove antes. Mas quero que saiba que seu jogo é meu jogo. Seu prazer é meu prazer, e você e eu somos os únicos donos dos nossos corpos.”
Em Peça-me o que quiser agora e sempre, Judith terá que tomar a decisão mais difícil de sua vida. O que ela realmente quer? Viver sua paixão é tudo o que importa?
Editora: Suma de Letras l 332 Páginas l Adulto (Erótico) l Compre aqui: Amazon l Skoob l Classificação: 4/5
Eu comecei a leitura de Peça-me o que quiser agora e sempre curiosa em demasia. A autora segue um constante ciclo de sexo, amor, brigas e separação que consome o leitor, deixando-o ou ansioso por saber quando o clico irá terminar e recomeçar, ou pê da vida com as idas e vindas do casal. Entretanto, é fato que nesse volume ela explora mais o lado emocional de seus personagens, dando vida ao amor e ao futuro que eles podem ter se permanecerem juntos. E, aqui sim, eu passei a gostar da trilogia e da escrita da autora.
De início eu não entendi a mudança, a escrita da Megan não teve um amadurecimento, e muito menos a história se transformou em algo mais complexo, então por qual motivo eu não conseguia parar de ler o livro? Eu gostaria de dizer com certeza o que é esse algo mais presente na escrita da autora, essa característica que me surpreendeu no primeiro livro e me conquistou no segundo, mas sabe qual é a verdade? Eu não sei como defini-lo, ou muito menos como descrevê-lo, eu só sei que em algum ponto entre as leituras desses dois livros eu deixei de lado meu olhar preconceituoso para dar de cara com um belo romance, um amor controverso e inusitado confesso, mas nem por isso menos emocionante.
Outros pontos que colaboraram para que eu mudasse de opinião foram: a transformação da personagem principal, que finalmente se mostrou uma mulher que sabe o que quer e que é dona do seu corpo e do seu coração; a inserção de personagens secundários carismáticos demais; a abordagem de temas adultos mais reais e facilmente presentes em nosso dia a dia; e claro, a luta de Eric em tentar dar voz aos seus sentimentos por Judith. Isso quer dizer que o livro é ótimo? Ainda não, mas faz valer seu lado positivo.
Meu veredito final é: Bom, muito bom. Perfeito? Longe disso, mas digno de uma chance na sua lista de leitura. Ah, e vale dizer que o livro realmente é para quem gosta de literatura adulta, não adianta ler esperando suspense e ação, ou um drama digno do Nicholas Sparks, o foco aqui é outro, então pense nisso antes de embarcar nessa leitura. E para quem já leu os dois livros, fiquem comigo na torcida e na contagem regressiva para o lançamento do volume final dessa trilogia que, comemorem, já está em pré-venda!
“– Você tá começando a ficar perigosa. Muito Perigosa.”
Quotes Preferidos
“Nunca pensei que eu pudesse fazer o que estou fazendo contigo. Você me domina e me submete de tal maneira que não consigo dizer não. E não consigo dizer não porque meu corpo e eu inteirinha querem fazer tudo o que você quiser. (Peça-me o que você quiser).”
“Enfia isso na sua maldita e quadrada cabeça alemã! Não me importo com o futuro. Só o que me importa é você… você… Você, seu cabeça-dura safado! (Peça-me o que você quiser).”
“(…) você é o sol da minha vida e, se te vejo triste, não consigo ser feliz – sussurra em meu ouvido. (Peça-me o que quiser, agora e sempre).”
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