Continuação de Príncipe mecânico, “Princesa Mecânica” é ambientado no universo dos Caçadores de sombras, também explorado na série Os Instrumentos mortais, que chega agora ao cinema. Neste volume, o mistério sobre Tessa Gray e o Magistrado continua. Mas enquanto luta para descobrir mais sobre o próprio passado, a moça se envolve cada vez mais num triângulo amoroso que pode trazer consequências nefastas para ela, seu noivo, seu verdadeiro amor e os habitantes do Submundo.
Editora: Galera Record l 430 Páginas l Steampunk l Compre aqui: Amazon l Skoob l Classificação: 5/5 ♥
Incrível, surpreendente, inebriante… Não é segredo para ninguém que Princesa Mecânica foi um dos lançamentos literários mais aguardados por mim durante esse ano, afinal desde a leitura de Príncipe Mecânico não consegui deixar de pensar em como as coisas se desenrolariam no último livro da trilogia As Peças Infernais. Com um triângulo amoroso tão forte que impossibilita o leitor de escolher (pelo menos sem nenhum resquício de dúvida) um lado por qual torcer, com uma guerra misteriosa que coloca em jogo tudo o de mais valioso no mundo dos Caçadores de Sombra, e com um enigma a respeito de uma jovem que nem ao menos sabe o que verdadeiramente é, essa trilogia encanta, envolve e espanta constantemente o leitor. Se nos volumes anteriores acreditávamos que sabíamos como a história acabaria, alegro-me em dizer que em nenhum momento poderíamos prever as surpresas escondidas nas páginas deste livro. Então não tenham medo, não vou alertá-los a respeito desses segredos, apenas direi como fui consumida por essa trama, e como terminei tal leitura aos prantos.
“Eu a amo mais desesperadamente neste momento do que jamais o fiz, e daqui a uma hora a amarei ainda mais.”
Antes de qualquer coisa, principalmente para quem não conhece a saga, devo dizer que ela toma como pano de fundo uma Londres Vitoriana, fazendo uso então de vestuários, costumes, e paisagens próprias à época. Além disso, tal narrativa dá vida ao topo da árvore genealógica dos caçadores de sombra que conhecemos em Instrumentos Mortais (mundo contemporâneo sobrenatural que seria um resultado do que lemos em As Peças Infernais), o que significa que é aqui, no século XIX, que vemos os laços de sangue, amizade e amor unirem as principais famílias de caçadores de sombra. E sendo Princesa Mecânica o volume final dessa trilogia vitoriana é nele que descobrimos o quão únicos são esses laços. – Sabe aquele seu personagem favorito de Instrumentos Mortais? Pois bem, provavelmente você vai descobrir segredos incríveis sobre o passado dele em Princesa Mecânica, e se não fosse o suficiente, você ainda vai se deparar com tantos, mais tantos detalhes interligados entre esses dois mundos, entre o passado e o presente, que vai ser impossível não ver essas duas séries como uma só. Confesso que ainda estou boquiaberta com muitas das revelações feitas nesse livro, não consigo deixar de perguntar como nunca percebi isso ou aquilo, ou como fui capaz de me enganar tanto com um personagem. – Sério Cassandra, ele sempre esteve lá e eu nunca desconfiei?
Já para quem leu os volumes anteriores desta trilogia o mais importante a dizer é que a autora, além de nos espantar com seu inesperado desfecho, não sofre do mal do último livro, afinal ela soube muito bem utilizar cada página escrita para desvendar os mistérios de sua trama, sem deixar assim todas as grandes revelações para os capítulos finais. É como se ela trabalhasse com um infindável ciclo de drama, perda, ação, romance e recomeço, sempre colocando à prova o amor e a luta diária de seus personagens principais. E aqui é válida a observação de que nunca um núcleo de personagens, tanto os principais quanto os secundários, foi posto em teste com tanta determinação: a necessidade de escolher o amor pelo próximo e não por si mesmo, a luta para superar o preconceito quanto ao papel do poder feminino, a vontade de ser reconhecido por seus atos e não por sua família, o nascimento de amores puros que superam rixas e diferenças sociais… foram tantas batalhas emocionais que me vi torcendo com todas as minhas forças por cada um dos personagens desse livro.
E por falar em torcer, chegamos ao grande impasse da obra. Sendo ela embasada em um triângulo amoroso, por quem torcer? Como ter um final feliz quando se é impossível escolher apenas um lado para vencer? É importante dizer que o triângulo amoroso aqui não é clichê e muito menos repetitivo, trata-se de um amor inexplicável que une três jovens que se amam na mesma medida. E esse é o grande ponto, eles se amam – seja como amigos, amantes ou irmãos – o suficiente para abrirem mão do ciúme, da inveja e das inseguranças, eles simplesmente se doam e escolhem amar sem a necessidade de reciprocidade. Nesse ponto a autora conseguiu escrever um final inimaginável, surpreendente, impensável, feliz até certo ponto e doloroso em outro, motivo pelo qual eu chorei, e muito, ao ler o epílogo deste livro, um capítulo uma centena de anos a frente do mundo de As Peças Imortais, e que passa tanto por Instrumentos Mortais quanto pela nova série de caçadores de sombra que será lançada pela autora. Um capítulo que prepara nossos olhos para um novo mundo, ao mesmo tempo em que toca o nosso coração com o término de uma fase de risos, alegrias e conquistas.
“A medida do amor é amar sem medida”
Digam-me, por que o fim é tão doloroso? É claro que ri, torci, suspirei com o romance, e me alegrei pelo talento da autora em nos proporcionar uma história de amor infindável, a sua maneira. Entretanto, dói se despedir, como dói… Ainda assim, devo dizer que esse, sem dúvida, é um dos melhores livros que já li da Cassandra Clare, e que tanto sua história quanto seus personagens vão ter um cantinho em meu coração para sempre.
Sobre a Série
Princesa Mecânica é o terceiro volume da trilogia As Peças Infernais, composta pelos livros: Anjo Mecânico, Príncipe Mecânico e Princesa Mecânica (confira a resenha dos primeiros livros aqui).
Tem como não amar essas capas, essa série, e esse universo fantástico incrível?
Quotes Preferidos
“– Você ama os dois, e isso a destrói.”
“Tenho a sensação de que pode olhar dentro de mim e ver todos os lugares onde sou estranha ou diferente e adaptar seu coração, pois você é estranho e diferente da mesma forma.”
“(…) o fim de uma vida é a soma do amor que ela viveu…”.
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