Na cidade de Weslyn, Connecticut, onda a maioria das pessoas se preocupa em ver e ser vista, Emma Thomas preferia não ser percebida de forma alguma. Ela está mais preocupada em fingir perfeição enquanto puxa as mangas da blusa para baixo para esconder as marcas roxas, não querendo que ninguém perceba quão longe da perfeição ela realmente está. Sem esperar, ela encontra o amor. O amor a desafia a reconhecer seu valor, mas correndo o risco de revelar o terrível segredo que esconde. O livro “Uma razão para respirar” é eletrizante da primeira à última página; uma história ímpar sobre mudança, crueldade inesperada e uma garota se agarrando à frágil esperança. Uma Razão para respirar não é só um romance é um livro que aborda a violência doméstica e todos os dilemas que as crianças e adolescentes que passam por isso precisam enfrentar. A personagem principal vive esta realidade e tenta tornar-se invisível para que as pessoas a sua volta não a percebam. E por meio da amizade e amor ela tenta superar cada dia doloroso até que consiga escapar desta rotina. Uma história forte, emocionante, dura, real, meiga, triste e doce ao mesmo tempo, que vai mexer com os sentimentos do leitor. Uma leitura envolvente do inicio ao fim.
Editora: Pandorga l 496 Páginas l New Adult l Compre aqui: Amazon l Skoob l Resenha: Day Farias l Classificação: 4,5/5
Se você observasse Emma Thomas atravessar os corredores do seu colégio seria isso o que você veria: uma garota bonita, talvez tímida e quieta demais, mas que sorria ao lado da sua melhor amiga, Sara. Uma ótima esportista, totalmente focada em seus estudos e com nenhuma vida amorosa sobre a qual comentar. Você não notaria a dor nos olhos dela, a qual ela aprendera a esconder, e não veria as manchas roxas cobrindo várias partes da sua pele sob suas roupas…e ela também não permitiria que você chegasse perto o suficiente para ver. A menos que você fosse Evan Mathews e não tivesse nenhuma intenção de desistir dela.
“Ninguém nunca tentou se envolver comigo e me mantive sozinha. E assim as coisas deveriam se manter: seguras e simples. Como Evan Mathews conseguiu revirar completamente minha plana existência em apenas um dia?”
Sobreviver era tudo o que Emma queria. Sobreviver não só ao ano escolar decisivo em sua vida, como também a ter que voltar todos os dias para a casa de seus tios em uma rotina de dor física e emocional que ia além da completa humilhação… isso até seu caminho se cruzar com o de Evan, fazendo-a rever todas as suas prioridades; de repente sobreviver já não é o suficiente, ela quer viver. Viver ao lado dele que continua insistindo em conhecê-la melhor do que qualquer um e ter um vislumbre do que existe atrás dos muros que ela tão fortemente construiu. Mas será que algo tão puro quanto o amor pode realmente existir em um mundo tão obscuro quanto o dela?
O pensamento que prevalece ao fechar Uma Razão para Respirar é a possibilidade assustadora de que você pode conhecer ou ter conhecido alguma “Emma”. Ela poderia ter sido aquela garota quietinha do seu colégio em quem ninguém prestava atenção e ela parecia preferir que assim fosse. Ela poderia ser sua vizinha ou talvez, mais próxima, alguém da sua família… ela poderia ser alguém que você ama. Poderia ser você. Acredito que, todos aqueles que foram agraciados por Deus com uma família saudável, podem lamentar e até mesmo tomar um momento de seu tempo para pensar sobre o assunto ao ver um caso desse tipo de violência no noticiário, mas nunca compreender de forma completa a profundidade do trauma, do terror e da dor que pessoas que sofrem violência doméstica enfrentam.
Particularmente, eu só pude realmente compreender a dor causada por esse tipo de violência através dessa ‘janela’ aberta por Rebecca, que nos dá um vislumbre do que pode estar acontecendo atrás de portas fechadas e da aparente normalidade. Foi uma experiência incrivelmente real imaginar o lugar onde você deveria se sentir mais segura, sua casa, ser também o lugar onde você é torturada física e mentalmente. E a autora nos faz ver/sentir isso tão claramente, nos ‘transporta’ para a pele de Emma de uma maneira tão verdadeira que você não consegue se limitar a ser um telespectador. Por muitas vezes enquanto lia, percebi meu próprio punho cerrado ao compartilhar a ira, a dor de Emma e a minha própria impossibilidade de intervir… de salvá-la. Mas, eu não precisei, porque Evan está lá.
“Eu sabia, naquele momento, eu nunca iria amar alguém na minha vida do jeito que eu amava Evan Mathews”.
Uma Razão para Respirar é um livro completamente incrível, real e bem escrito, mas, mesmo assim, não consigo dizer que ele é para todo tipo de leitor. O abuso que Emma passa é tratado de uma maneira que inevitavelmente toca o leitor, fazendo-o refletir e sentir na pele tudo pelo qual a personagem passa; assim sendo, pode não ser adequado para quem não está acostumado a isso – no meu caso, o livro Os 13 Porquês meio que já me preparou para todas as emoções nessa vida literária!- risos. No geral, digo que esse é um livro muito intenso cuja leitura me absorveu por completo e que, mesmo fazendo algum tempo que a terminei, minha mente ainda está nela. Minha vontade de salvar todas as “Emma’s” que existem permanece aqui, e sinto que permanecerá para sempre.
Um livro que te faz sentir e refletir de forma tão verdadeira… preciso mesmo dizer o quanto o indico?!
Sobre a Série
A Trilogia Breathing é composta por Uma Razão para Respirar (lançado em março, pela editora Pandorga) e, os dois últimos ainda não lançados no Brasil: Barely Breathing e Out of Breath e, como o final do primeiro livro foi completamente enlouquecedor – risos – já deu pra perceber que estou esperando mais do que ansiosa pelas continuações, certo?
Para ler ao som de
Foi impossível não associar esse livro com várias músicas quando terminei a leitura como Demons do Imagine Dragons (sim, novamente! Rs’) e She Will Be Loved de Maroon 5… Talvez porque essa leitura tenha me despertado tantos sentimentos únicos que só mesmo uma canção poderia expressá-los adequadamente. Então, minha escolhida da vez foi:
“Você é o mais próximo do paraíso que chegarei
E eu não quero ir para casa agora (…)
E eu não quero que o mundo me veja
Porque eu não acho que eles entenderiam
Quando tudo estiver destruído
Eu só quero que você saiba quem eu sou”.
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