Era uma vez uma princesa… Você já deve ter ouvido essa introdução algumas vezes, nas histórias que amava quando criança. Mas essa princesa sou eu. Quer dizer, é assim que eu fiquei conhecida. Só que minha vida não é nada romântica como são os contos de fada. Muito pelo contrário. Reinos distantes? Linhagem real? Sequestro? Uma bruxa vingativa? Para mim isso tudo só existia nos livros. Meu cotidiano era normal. Tá, quase normal. Vivia com meus (superprotetores) tios, era boa aluna, tinha grandes amigas. Até que de uma hora pra outra, tudo mudou. Imagina acordar um dia e descobrir que o mundo que você achava que era real, nada mais é do que um sonho. E se todas as pessoas que você conheceu na vida simplesmente fossem uma invenção e, ao despertar, percebesse que não sabe onde mora, que nunca viu quem está do seu lado, e, especialmente, que não tem a menor ideia de onde foi parar o amor da sua vida. Se alguma vez passar por isso, saiba que você não é a única. Eu não conheço a sua história, mas a minha é mais ou menos assim…
Editora: Galera Record l 192 Páginas l Jovem Adulto l Compre aqui: Amazon l Skoob l Classificação: 4/5
Imagine acordar em uma maca de hospital e descobrir que, além de ter sido enganada durante dezesseis anos por aqueles que você mais ama, na realidade você é uma princesa perdida? Rosa, ou melhor Áurea, foi criada pelos tios de uma forma extremamente protetora. Até os dezesseis anos a jovem, estudante de um colégio interno, nunca havia saído com suas amigas e muito menos conversado com um rapaz. Contudo, como um marco para uma nova vida, a jovem é incentivada pelas amigas a fugir da superproteção de seus tios, sem imaginar que essa escolha, que uma única noite em um bar da região, iria mudar sua vida completamente. Lá ela conhece a DJ Cinderela e revela seus sonhos de encontrar o verdadeiro amor, é lá que que ela descobre o quanto quer levar uma vida normal, e é a partir dessa noite que ela resolve jogar algumas regras para o ar e sonhar com seu final feliz.
O livro começa com Áurea deixando claro que sua vida mudou drasticamente. Até pouco tempo ela era uma jovem comum mas agora, após ter descoberto que na realidade é uma princesa, ela virou alvo de repórteres intrometidos e de canais de TV sensacionalistas. Desta maneira, a partir dessa revelação, a jovem começa a narrar os fatos passados que a levaram a essa descoberta, contando-nos mais sobre sua infância, sua família, seu dia a dia na escola, e como ela conheceu seu primeiro amor. Nesse momento a autora encanta o leitor com um texto divertido e jovem, que descreve em detalhes a rotina leve dos adolescentes. Outro ponto bacana é a troca de mensagens presente na história, já que com uma pitada de mistério a autora faz com que a mocinha se envolva com alguém que ela nunca viu, com um jovem que ela conheceu através de mensagens de texto.
Temos então diversão, romance, mistério e um toque de suspense digno de “A bela adormecida”. E é claro que, por se tratar da recontagem de uma história amplamente conhecida nos já sabemos os detalhes principais da trama, como por exemplo, um dedo espetado, uma princesa perdida e o despertar com um beijo. Porém o charme está na forma contemporânea e jovem com que a história da princesa Áurea nos é apresentada, em como os detalhes se encaixam para dar vida a esse belo conto de fadas.
Gostei então da narrativa da autora, que é rápida e divertida, de como ela deu uma nova vida a essa história, e de como o romance é fofo em demasia. Sério, que personagem masculino mais príncipe – e sim, quis dizer isso no duplo sentido! Porém, alguns detalhes da trama me incomodaram um pouco como: a forma confusa com a qual a narrativa mescla entre passado e presente; como a mocinha parece bem mais jovem do que realmente é (o que me fez concluir que seria muito mais fácil admitir sua personalidade e sua maneira de lidar com os problemas se ela tivesse quatorze para quinze anos, e não quinze para dezesseis – e digo isso porque tenho uma irmã dessa idade); e a maneira romantizada como tudo é rapidamente resolvido. Eu entendo que se trata de uma obra mais juvenil, entretanto não consigo deixar de pensar que a leveza, pelo menos em alguns momentos, deu lugar a infantilidade.
Ainda assim, entre altos e baixos, confesso que terminei a leitura com um sorriso bobo no rosto. Eu tenho vinte e três anos e consegui, mesmo com uma visão mais adulta e crítica, entender a protagonista e torcer por seu final feliz. Sem contar que, graças à última página do livro, que é fofa ao extremo, terminei a leitura acreditando que contos de fadas e que príncipes encantados realmente existem. Afinal, uma menina tem o direito de sonhar, não é mesmo?
“Você treina em casa para ser tão fofo ou já nasceu assim?”
Curiosidade
A protagonista de Princesa Adormecida tem o dom de cantar e tocar piano, assim a jovem Áurea faz várias menções a música Rainbow, da Colbie Caillat, que eu adorei e achei bacana falar para vocês.
Outro detalhe da trama é a citação da DJ Cinderela, conto que faz parte do Livro das Princesas, publicado pela Galera Record.
Beijos!
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