Aos 18 anos, Angelina está prestes a viver o maior desafio de sua vida: sair de Petrópolis para estudar no Rio de Janeiro, deixando para trás os cuidados e a proteção de seus pais. Assim que se instala na república de estudantes e começa a assistir às aulas, a jovem percebe que as dificuldades serão muitas. Ela divide um quarto com uma colega desorganizada, uma frequentadora assídua de festas e chopadas que vive cercada de más companhias. Além disso, as condições das instalações da faculdade são precárias e os professores não parecem comprometidos. Angelina já está desanimando de sua nova vida quando esbarra no lindo Alderico – ou Rico –, um cara capaz de fazer qualquer garota perder o fôlego. O que ela não poderia imaginar era que Rico é seu professor de linguística e se interessaria por ela também. Deslumbrada com a descoberta da paixão e certa de que Rico é seu grande amor, Angelina se joga de cabeça nessa relação, ignorando todos os conselhos que recebera dos pais a vida inteira. Ao mesmo tempo ela começa a ter sonhos que não consegue entender: homens lhe oferecem objetos numa bandeja e, logo depois que Angelina aceita seus presentes, eles se transformam em feras e desaparecem numa floresta. Primeiro volume da série “Despertar”, A bandeja é um romance arrebatador que retrata os dramas e as provações pelos quais qualquer jovem passa quando se afasta de sua essência e deve trilhar de novo o caminho do amor verdadeiro e de Deus.
Editora: Arqueiro l 240 Páginas l New Adult l Compre aqui: Amazon l Skoob l Classificação:5/5
A Bandeja me surpreendeu completamente, não pela qualidade da escrita da autora – que eu já sabia que seria ótima – mas pelo teor religioso presente na trama. Em um primeiro momento temos um new adult convencional, com uma mocinha que acabou de completar dezoito anos e que sai de sua casa no interior, onde sempre foi mimada e protegida pelos pais, para viver em uma república universitária na cidade grande. Lá, ao ingressar no curso de literatura, Angelina se apaixona por seu professor e vive momentos intensos e conflituosos, que mudam completamente o rumo de sua vida. Contudo, não demora muito para a autora mostrar que o enfoque não está no romance ou no processo de amadurecimento vivenciado pela protagonista (fatores comuns em livros desse gênero), mas sim nas dificuldades que a jovem enfrentará, nas tentações que precisará vencer, e no conforto que encontrará em Deus. Assim, a obra foge do clichê e traz uma bela e tocante mensagem sobre recomeços e fé.
“As escolhas são nossas… Rejeite a maldição, e a bênção de alcançará.”
Em um mundo no qual as pessoas evitam falar sobre religião, até porque se tornou muito mais fácil julgar do que aceitar, achei incrível a força da narrativa da autora, que cita trechos da bíblia, fala sem medo sobre tabus como drogas, alcoolismo e sexo na juventude, e que não tem receio em mostrar o poder da fé. Nesse ponto é importante dizer que eu sou católica e, mesmo percebendo as citações evangélicas próprias da religião da protagonista (e da autora, acredito eu), consegui enxergar que não se trata de discutir ou propagar uma religião por si só, mas sim de discorrer sobre o amor bondoso e benevolente de Deus, de um Pai que cuida e zela pelos seus filhos amados. Então, antes de pensar que essa é uma história religiosa, tenha em mente que a trama foca na fé e no amor do Criador, apenas nisso.
É fato que me emocionei demais com a jornada de Angelina. Por ser um livro nacional (ou seja, que faz referências a uma realidade comum ao jovem brasileiro), por eu já ter passado pelo complicado ingresso em uma faculdade, e por compreender a dificuldade que é seguir a palavra de Deus, pude entender os dilemas vivenciados pela jovem, que sofre com as imposições de um mundo descrente e que, em muitos momentos, se esquece de sua fé para obter os prazeres da vida terrena. O bacana é que é fácil entender Angelina e suas ações impensadas porque nós somos assim, nós erramos, pecamos, mentimos e enganamos a nós mesmos, muitas vezes até sem perceber nossas falhas. Portanto, quando a personagem erra nós refletimos sobre nossos próprios erros, e quando ela cresce em sua fé nós evoluímos junto com ela, avaliando nossas ações e buscando, da mesma forma que a protagonista, a redenção.
Além de uma mensagem reflexiva e tocante, a autora faz uso de uma escrita fácil e fluída, que varia entre a narrativa em primeira pessoa, algumas mensagens de textos, e os sonhos e/ou pesadelos que afligem a personagem principal. Outros pontos positivos são os mocinhos incríveis (sim, no plural!), o processo de cura que acontece com vários personagens, e a motivação que o livro dá no leitor – aquela vontade de agir em nome de Deus sabe? O único ponto negativo é que, no geral, senti que alguns detalhes foram explicados ou solucionados de forma demasiada rápida, contudo acredito que isso esteja relacionado com o fato da autora querer enfatizar a força da fé. Entre muitos altos e pouquíssimos baixos, digo que realmente gostei desse livro e que estou muito curiosa para ler novas obras da autora.
Lycia Barros, um novo nome para a minha lista de autoras favoritas.
“Mais uma lágrima de gratidão desceu pelo meu rosto. Ele não desistira de mim. Mesmo depois de tantos pecados, Jesus realmente me amava.”
Sobre a Série
A Bandeja, Qual pecado te seduz? é o primeiro volume da duologia Despertar, composta pelos livros A Bandeja e Entre a mente e o Coração. Ambos os livros já foram publicados no Brasil, contudo serão relançados pela Editora Arqueiro. Vale salientar que os livros narram histórias diferentes, cada qual com o enfoque em um casal diferente.
Para ler ao som dê…
Vou contar um segredo, temos uma banda nessa história, a qual me lembrou em demasia de um grupo musical que curtia muito na minha época de grupo de jovens, o Pimentas do Reino. Uma musical em especial é perfeita para essa história, escuta só:
Comente via Facebook