Para Sir Phillip, Com Amor – Eloise Bridgerton é uma jovem simpática e extrovertida, cuja forma preferida de comunicação sempre foram as cartas, nas quais sua personalidade se torna ainda mais cativante. Quando uma prima distante morre, ela decide escrever para o viúvo e oferecer as condolências. Ao ser surpreendido por um gesto tão amável vindo de uma desconhecida, Sir Phillip resolve retribuir a atenção e responder. Assim, os dois começam uma instigante troca de correspondências. Ele logo descobre que Eloise, além de uma solteirona que nunca encontrou o par perfeito, é uma confidente de rara inteligência. E ela fica sabendo que Sir Phillip é um cavalheiro honrado que quer encontrar uma esposa para ajudá-lo na criação de seus dois filhos órfãos. Após alguns meses, uma das cartas traz uma proposta peculiar: o que Eloise acharia de passar uma temporada com Sir Phillip para os dois se conhecerem melhor e, caso se deem bem, pensarem em se casar? Ela aceita o convite, mas em pouco tempo eles se dão conta de que, ao vivo, não são bem como imaginaram. Ela é voluntariosa e não para de falar, e ele é temperamental e rude, com um comportamento bem diferente dos homens da alta sociedade londrina. Apesar disso, nos raros momentos em que Eloise fecha a boca, Phillip só pensa em beijá-la. E cada vez que ele sorri, o resto do mundo desaparece e ela só quer se jogar em seus braços. Agora os dois precisam descobrir se, mesmo com todas as suas imperfeições, foram feitos um para o outro.
Editora: Arqueiro l 288 Páginas l Romance de Época l Compare & Compre: Saraiva • Submarino • Amazon l Skoob l Classificação: 4/5
Mais uma vez, por trás de um romance doce e previsível, Julia Quinn aborda temas essenciais para a construção de qualquer sociedade (tanto a histórica quanto a contemporânea, afinal as lições dessa leitura são atemporais). Ao unir dois personagens completamente diferentes em suas experiências familiares, a autora fala de uma maneira tocante e reflexiva sobre abuso, desilusão, medos e recomeços. Enquanto Eloise é uma jovem sonhadora que almeja romance, Phillip é um homem racional e reservado. Sendo assim, ela espera ser cortejada e viver uma torrente de paixão e amor, entretanto tudo o que Phillip quer em um relacionamento é encontrar a madrasta ideal para os seus filhos. O fato é que ele, diferentemente dela, não acredita em amor, apenas em obrigação e respeito. Dessa forma, será que duas pessoas tão diferentes podem acabar juntas? Ou melhor, será que o convívio é capaz de provar do que amor é capaz?
O diferencial desta obra, sem dúvida, é o mocinho já ter sido casado e ter dois filhos. Até agora nenhum livro da autora tratava de uma segunda união, portando a história prende o leitor por trazer à tona o fato da vida ser repleta de segundas chances – mesmo que, assim como Phillip, custamos a acreditar nisso. Outro detalhe especial é que o casal se conhece através de cartas. Quando Phillip fica viúvo recebe de Eloise uma breve e cordial mensagem de pêsames e, solitário e magoado, decide respondê-la, dando início a um ano de conversas divertidas e sinceras. Acreditando conhecer Phillip completamente, Eloise decide correr atrás do seu destino e encontrá-lo pessoalmente. Mas, convenhamos, um ano de correspondências nunca seria capaz de prepará-la para esse encontro! Diferentemente do que ela esperava, Phillip é um homem belo de uma forma rude, é inteligente mas extremamente reservado, não tem uma boa relação com os filhos – os quais ele esqueceu de comentar em suas cartas –, e evita ver o quão abandonado está seu lar. Sendo assim, como ele poderia se dar bem com alguém tão faladeira e ativa como Eloise é o grande mistério da leitura. Sabe o tal do clichê dos opostos se atraem? Pois bem, aqui eles não apenas se atraem como também ajudam a instigar no outro um lado completamente novo. Eloise veio de uma família unida e amorosa e, independente do romance, é isso que ela vai incitar no coração de Phillip: a vontade de ser um pai melhor. E eu amei muito isso!
Gostei do livro por ele abordar um tipo diferente de amor. Eloise cura o coração de Phillip ao ponto dele perceber o quanto está errado ao se distanciar das pessoas amadas, principalmente dos seus filhos. Assim, a obra foca na reconstrução familiar de Phillip, em sua necessidade de aprender a lidar com os gêmeos (dois pestinhas por sinal, risos), de se abrir aos sentimentos e, principalmente, de superar seu passado. Nesse ponto a autora ainda trata dos abusos que o protagonista sofreu do pai e também da depressão que assolou sua primeira esposa. De início, confesso que queria bater no cabeça dura do Phillip, entretanto aprendi a entendê-lo e a torcer para que a família Bridgerton o acolhesse ao ponto dele finalmente descobrir o que é fazer parte de uma verdadeira família. – Porque se tem uma coisa que eles entendem é de amor e companheirismo.
As últimas páginas do livro são perfeitas, repletas de superação e romance. Achei o começo meio conturbado, mas o desenrolar da história nos deixa com o coração mole e com um sorriso bobo no rosto. Como todos os livros da Julia Quinn, terminei a leitura com uma sensação boa no coração, como se eu fizesse parte da história e fosse capaz de sentir na pele o amor e a amizade compartilhada por esses personagens. Não é o meu livro preferido da série, mas sem dúvida é uma leitura contagiante e emocionante.
Sobre a Série
Para Sir Phillip, Com Amor é o quinto volume da série Os Bridgertons, composta no total por oito livros e com cinco deles já publicados no Brasil: O Duque e Eu, O Visconde que me Amava, Um Perfeito Cavalheiro, Os Segredos de Colin Bridgerton e Para Sir Phillip, Com Amor.
A saga narra às aventuras da grande e barulhenta família Bridgerton. Sendo ela composta por oito irmãos – Anthony, Benedict, Colin, Daphne, Eloise, Francesca, Gregory e Hyacinth – a série conta com uma obra para cada um deles, apresentando-nos a família como um todo, porém priorizando suas histórias particulares. Desta forma, mesmo que cada livro apresente início, meio e fim, é importante lê-los em sequência para evitar spoilers, já que é comum os irmãos participarem (leia-se intrometerem) nas histórias uns dos outros.
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