Vinte anos atrás, America Singer participou da Seleção e conquistou o coração do príncipe Maxon. Agora chegou a vez da princesa Eadlyn, filha do casal. Prestes a conhecer os trinta e cinco pretendentes que irão disputar sua mão numa nova Seleção, ela não tem esperanças de viver um conto de fadas como o de seus pais… Mas assim que a competição começa, ela percebe que encontrar seu príncipe encantado talvez não seja tão impossível quanto parecia.
Editora: Seguinte l 390 Páginas l Romance (+Fantasia) l Compare & Compre: Saraiva • Submarino • Amazon l Skoob l Classificação: 3,5/5
Vinte anos depois do final de A Escolha, Maxon e America tornam-se coadjuvantes na história de seus descendentes. Em A Herdeira conhecemos a jovem Eadlyn, filha primogênita do casal que, graças a uma alteração na legislação, é a primeira herdeira na linhagem do trono real. Uma das primeiras ações de Maxon como rei foi propor a extinção das castas, assim Iléa prosperou em meio a um ambiente político calmo e igualitário. Enquanto isso, Eadlyn foi criada e preparada para ser a rainha perfeita – desde pequena suas escolhas sempre priorizaram as necessidades do seu povo. Contudo, o que ela não imaginava é o que o futuro, e o do peso da responsabilidade de ser uma rainha, chegaria tão cedo. A abolição das castas deu esperança ao povo, entretanto a medida não erradicou completamente o preconceito e a segregação social. Indignados e confusos, parte da população iniciou um movimento de retaliação à família real, o que colocou Maxon e America em uma saia justa: eles precisam pensar em algo, precisam de tempo, precisam alegrar o povo com uma nova seleção!
O diferencial do livro é que dessa vez a seleção acontece com uma princesa; é a primeira vez que o castelo abre suas portas para trinta e cinco rapazes tentarem conquistar o coração da futura rainha. Além disso, outro detalhe inusitado é a personalidade complexa de Eadlyn. Desde pequena ela sentiu o peso da sua responsabilidade. Enquanto o irmão gêmeo e os irmãos mais novos aproveitavam a infância e faziam planos para o futuro, a princesa concentrou suas forças para tornar-se a melhor rainha que Iléa já teve. – Dá para imaginar o que isso fez com essa garotinha? Eadlyn transformou-se em uma mulher poderosa, determinada e independente. Por ser a primeira soberana mulher, ela criou um forte sentimento de autonomia. A jovem quer ser a melhor sem ter que depender de ninguém, e depois de fazer tantos sacrifícios, ela sabe que será capaz de governar o país. O único problema é que o início da seleção muda completamente os seus planos. O concurso faz com que Eadlyn assuma o papel da mulher frágil que precisa de um companheiro, algo que ela não é e nunca considerou ser. Portanto, a obra foca nos problemas políticos atuais de Iléa, no concurso que mexe com o emocional de toda a família real, e nas peculiaridades da, incompreendida e pouco carismática, Eadlyn.
Quanto aos problemas políticos de Iléa, confesso que esperava mais. Não é a primeira vez que a Kiera Cass dá vida a um conflito social e acaba deixando-o de lado. Acho inaceitável o fato de que Maxon e America, depois de tudo o que enfrentaram, decidam expor sua filha a uma seleção com cara de estratégia política. Por mais que eu tente, isso não entra na minha cabeça. Ainda assim, não nego que gostei de como as coisas se desenrolaram. O processo como um todo é tão bom quanto o dos livros anteriores: repleto de intrigas, diversão, romance e muita paixão. Os meninos não são tão fofoqueiros quanto às meninas, mas ainda assim eles são vaidosos e inteligentes o suficiente para mexer com Eadlyn, a rainha do gelo. Até então a princesa tinha certeza que não precisava de ninguém ao seu lado para governar o país e não tinha dúvida de que era amada pelos seus súditos, mas quando a seleção começa tudo muda. Ao conhecer seus trinta e cinco pretendentes, Eadlyn percebe que não é carismática o suficiente, que seus ideais não são tão certeiros como ela imaginava, e que talvez se apaixonar não seja tão ruim. De fato, eu AMEI o processo da seleção. Os meninos são diferentes e envolventes, os protagonistas principais roubaram o meu coração, e o amadurecimento da protagonista me fez enfim gostar dela. Claro que as coisas não começaram como queria, mas o final foi o suficiente para me encantar.
Ainda com relação à protagonista, devo dizer que ela não é nenhum pouco como imaginei que seria. De início me incomodou sua forma de agir: mandona, mimada, metida a superior. Entendo que Eadlyn foi criada com o peso de saber que iria ser a próxima rainha, mas – pelo menos para mim – isso não justifica que ela viva em torno do seu próprio umbigo. As responsabilidades são grandes? Claro que são, mas para todo mundo é assim, o fato dela ser princesa não significa que ela é melhor que ninguém. O problema é que as preocupações de Eadlyn fizeram com que ela deixasse de observar o próximo, ela criou uma barreira tão forte em torno de si que esqueceu que existem pessoas com problemas ainda maiores que os dela. Por isso, eu odiei a personagem logo de início. Contudo, o bom foi que o decorrer da seleção mudou as coisas. Ao conviver com garotos de todas as classes sociais, Eadlyn vai aprender mais sobre o povo que quer governar. Além disso, ela vai aprender mais sobre si mesma e sobre o significado de ser vulnerável. Do meio em diante foi fácil aceitar a protagonista e torcer por ela; tanto é que estou louca pelo próximo volume da série!
No geral, assim como os outros livros da saga, a narrativa é fluida, envolvente e romântica. E por mais que o livro não seja perfeito, a leitura – e todas as emoções que ela gera – faz tudo valer a pena.
Sobre a Série
A Herdeira faz parte da série A Seleção, composta – até o momento – pelos livros A Seleção, A Elite, A Escolha e A Herdeira.
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