Lara Jean guarda suas cartas de amor em uma caixa azul-petróleo que ganhou da mãe. Não são cartas que ela recebeu de alguém, mas que ela mesma escreveu. Uma para cada garoto que amou — cinco ao todo. São cartas sinceras, sem joguinhos nem fingimentos, repletas de coisas que Lara Jean não diria a ninguém, confissões de seus sentimentos mais profundos. Até que um dia essas cartas secretas são misteriosamente enviadas aos destinatários, e de uma hora para outra a vida amorosa de Lara Jean sai do papel e se transforma em algo que ela não pode mais controlar.
Editora: Intrínseca l 320 Páginas l Jovem adulto l Compre: Submarino • Saraiva • Amazon l Skoob l Classificação: 5/5
Desde o começo eu sabia que iria amar esse livro. Sou fã assumida da escrita da Jenny Han; os livros dela sempre são capazes de me fazer sentir as emoções descritas. Já passei da fase escolar faz tempo, mas cada vez que leio um livro da autora é como se estivesse no ensino médio novamente. As típicas dúvidas juvenis voltam para me lembrar do quanto amadureci, fazendo com que eu torça com mais afinco pelas protagonistas de suas histórias. Assim, a leitura de Para todos os garotos que já amei foi envolvente, divertida, jovem, emocionante e extremamente reflexiva – exatamente como eu imaginei que seria! Ao falar de temas reais e atuais, Jenny Han dá vida a uma trama que, além de ser gostosa de ler, traz belas mensagens de amor, aceitação, perdão e recomeços. Definitivamente estou apaixonada por essa história.
Lara Jean é a filha do meio: nem tão corajosa como sua irmã mais velha, a Margot, e nem tão determinada como sua irmã mais nova, a Kitty. Ela é apenas a Lara Jean, a garota tímida e recatada. Depois que a mãe morreu as três meninas tiveram que amadurecer muito rápido. Juntas elas passaram a cuidar do pai e da rotina da casa. Mas, como é de se esperar, foi a mais velha entre elas que assumiu a função de liderá-las. Entretanto, agora que Margot está indo para faculdade tal responsabilidade será da Lara – que não sente que está preparada para isso. Como ela vai levar e buscar a Kitty se tem medo de dirigir? Como vai preparar os jantares se prefere cozinhar doces? Como vai sobreviver ao ano escolar sem a presença da sua irmã mais velha e melhor amiga? A mudança de Margot, que vai estudar na Escócia, transforma completamente a vida de Lara. Ela vai precisar cuidar mais da casa, ser um exemplo para sua irmãzinha, estar mais atenta ao pai e, o mais difícil, encontrar uma nova melhor amiga. Enquanto isso, para piorar ainda mais a situação, ela precisará encarar seu passado. Afinal, misteriosamente, as cartas de desamor que um dia ela escreveu – quanto queria desabafar e dar um fim ao amor que sentia – foram enviadas para os garotos que um dia ela amou. O que significa que, provavelmente, ela terá que enfrentar garotos bravos, magoados e infinitamente surpresos com os sentimentos nunca ditos pela certinha da Lara Jean. É mole ou quer mais?
“Se o amor é como uma possessão, talvez minhas cartas sejam meu exorcismo. As cartas me libertam. Ou pelo menos deveriam.”
O principal pilar do livro, ao contrário do que o título diz, não é o romance, mas sim o amadurecimento da protagonista. Antes, Lara tinha o respaldo diário da irmã mais velha. Contudo, assim que ela perde esse escudo descobre o quão sozinha está. Não passa despercebido aos olhos do leitor que Lara é dependente da Margot. De certa forma, o medo fez com que a jovem optasse por se esconder, e é por isso que ela não sai, não tem amigos, ama garotos mas não conta isso a eles, e mantém há anos o segredo de uma paixão proibida. Sendo assim, o livro narra o processo de mudança da protagonista. Antes Lara tinha medo de tudo, mas agora ela vai precisar ser mais forte. E eu amei tanto isso! Adorei a forma simples e direta com a qual a autora aborda os dramas da personagem. Foi fácil entender porque Lara tem tanto medo, e muitas vezes senti na pele seus dilemas. E o gostoso disso é que fica ainda mais emocionante vê-la crescer e aprender com seus erros. Cada pequeno passo é uma lição valiosa para a jovem. Assim como foi comigo quando tinha a mesma idade que ela. São desafios pequenos, tantos os meus quanto os dela, mas capazes de gerar grandes transformações em nossos futuros.
Outro pilar importante da obra é o que as cartas fazem com a vida da protagonista. Assim que os meninos começam a recebê-las, Lara cria um plano mirabolante e acaba em um namoro de mentira com um rapaz que não tem nada a ver com ela. Eles são muito diferentes, e o ponto central é que Lara tem uma imagem completamente negativa dele, assim como ele não conhece o quanto ela é incrível. Graças a essa união inusitada, a autora vai falar sobre o quanto as aparências enganam e como estamos acostumados com os estereótipos criados pela sociedade. Ninguém é exatamente o que pensamos, afinal por trás das aparências as pessoas podem nos surpreender muito, tanto positivamente quanto negativamente. Adorei a relação dos dois, de certa forma Lara vai encontrar nele um confidente, o que vai ajudá-la – e muito – a enfrentar as dificuldades que surgem em seu caminho.
Escrita fluída e encantadora, protagonista que cresce e aprende junto com o leitor, família unida e amorosa, e um romance para lá de fofo. Tem como não amar tudo isso? Estou muito curiosa para ler a continuação da história. Tenho certeza que Lara amadurecerá ainda mais e que, finalmente, ela estará pronta para não ter mais medo. Livro mais que recomendado para os fãs de literatura jovem adulta.
“Acho que agora consigo ver a diferença entre amar alguém de longe e amar de perto. (…). O amor é assustador; ele se transforma; ele murcha. Faz parte do risco. Não quero mais ter medo. Quero ser corajosa…”
Sobre a Série
Para todos os garotos que já amei é uma duologia composta pelos livros: Para todos os garotos que já amei e PS. Ainda te amo.
Beijos!
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