Cada livro da coleção Signos do Amor é inspirado nas características de um signo do Zodíaco. Baseado na mitologia de Sagitário, A voz do arqueiro é uma história sobre o poder transformador do amor. Bree Prescott quer deixar para trás seu passado de sofrimentos e precisa de um lugar para recomeçar. Quando chega à pequena Pelion, no estado do Maine, ela se encanta pela cidade e decide ficar. Logo seu caminho se cruza com o de Archer Hale, um rapaz mudo, de olhos profundos e músculos bem definidos, que se esconde atrás de uma aparência selvagem e parece invisível para todos do lugar. Intrigada pelo jovem, Bree se empenha em romper seu mundo de silêncio para descobrir quem ele é e que mistérios esconde. Alternando o ponto de vista dos dois personagens, Mia Sheridan fala de um amor que incendeia e transforma vidas. De um lado, a história de uma mulher presa à lembrança de uma noite terrível. Do outro, a trajetória de um homem que convive silenciosamente com uma ferida profunda. Archer pode ser a chave para a libertação de Bree e ela, a mulher que o ajudará a encontrar a própria voz. Juntos, os dois lutam para esquecer as marcas da violência e compreender muito mais do que as palavras poderiam expressar.
Editora: Arqueiro l 336 Páginas l New Adult l Compare & Compre: Submarino • Saraiva • Amazon l Skoob l Classificação: 5/5
A voz do Arqueiro é uma história sutil que surpreende o leitor com sua densa carga de drama e superação. Assim como acontece nos outros livros do gênero, já era de se esperar que a obra abordasse temas mais profundos ou que trouxesse personagens traumatizados. Contudo, essa história é singular por contar com reflexões raramente trabalhadas na literatura atual; diferindo da grande maioria dos livros ao focar em temas que incitam no leitor não apenas a compaixão, mas também a vontade de repensar suas atitudes. De fato, fazia tempo que não lia um livro assim: capaz de me transportar para as páginas da história. Enquanto lia eu só queria saber como tudo terminaria e quando a angústia, o medo, a culpa e, principalmente, a solidão deixariam de afligir Archer e Bree, os protagonistas deste belo romance. Entre encontros e desencontros, segredos e descobertas, preconceitos e aprendizagens, a autora leva-nos a experimentar o que o amor tem de melhor: o poder de curar e transformar até o mais ferido e maltratado dos corações.
Bree passou por um grande trauma e decidiu mudar de ares. Cansada dos pesadelos e das lembranças, ela parte para uma cidadezinha pequena do interior em busca de alívio e perdão. Contudo, além da calmaria e do acolhimento, na nova cidade ela também vai encontrar o misterioso Archer, um rapaz que se esconde atrás da barba mal cuidada e que é conhecido como o pobrezinho garoto louco e solitário. Bree precisa de cura, ela está ciente do quão quebrada está, entretanto ao ver Archer suas necessidades são deixadas de lado pois ela sente uma forte conexão com ele, uma vontade de ouvi-lo falar e de descobrir todos os seus medos, sonhos e segredos. Decidida a ser sua amiga, Bree não deixa a reputação de Archer intimidá-la e faz de tudo para conhecê-lo melhor. E, enquanto ela vai descobrindo o rapaz incrível que ele é, tudo muda: Bree não almeja apenas ser curada, a prioridade agora também é curar Archer, é ajudá-lo como ninguém nunca foi capaz de fazer. Mas o grande segredo da vida é que, ao ajudar, nós é que somos ajudados.
“Tento acreditar que algo bonito pode resultar de algo feio, e que chegará o momento em que conseguirei ver o que é. Você me ajudou a ver minha própria imagem, Archer. Deixe que eu o ajude a ver a sua.”
Archer é um pária. Desde muito pequeno ele vive à margem da sociedade, reduzido ao olhar de desprezo daqueles ao seu redor graças a um burburinho sem sentido. E a grande questão é que ninguém quis ver além, todos simplesmente aceitaram o pré-julgamento de alguns membros da sociedade e o afastaram. Ele viveu anos de solidão, durante boa parte da sua vida escutou injúrias e lidou com piadas de mau gosto e, graças a sua vida reclusa, cresceu sem conseguir enxergar todas as possibilidades que estavam diante dele. O fato é que Archer sofreu um acidente que mudou toda a sua vida, e desde então teve que lidar sozinho com as perdas, a culpa e a solidão que essa tragédia acarretou. Ninguém, salvo um tio que cuidou dele (mas que não pode fazer muito por ter suas próprias limitações), foi capaz de ouvir o que ele tinha para dizer, de se importar em ajudá-lo a superar a dor que crescia cada vez mais em seu coração. Foi tão doloroso acompanhar a saga de Archer, imaginá-lo como uma criança solitária e perdida destroçou meu coração. Só conseguia pensar nas pessoas espalhadas pelo mundo que são como o protagonista, nos meninos e meninas que precisam, desesperadamente, de alguém que cuide deles e que se importe, verdadeiramente, com seus sentimentos. Tudo o que Archer precisava era de alguém para ouvi-lo, por isso é um alívio quando Bree aparece em sua vida, disposta a fazer o que ninguém fez.
“Estou aqui por você. Estou aqui por sua causa. Estou aqui porque você me viu, não apenas com seus olhos, mas com seu coração. Estou aqui porque você quis saber o que eu tinha a dizer e porque estava certa… todo mundo precisa de amigos.”
Sei que a relação de Archer e Bree é clichê, que já conhecemos o tema “mocinha que cura mocinho”. Mas o ponto é que não é assim que a história discorre. Claro que Bree muda Archer, ela vai ajudá-lo a viver: a sair pela primeira vez, a conversar sobre coisas normais, a fazer amigos e confiar nas pessoas, a superar a culpa, e a perder o medo de amar. Contudo, ambos serão curados graças ao relacionamento que floresce entre eles. Archer vai mudar graças a Bree, e ela vai ter seu coração curado graças ao Archer. E tem coisa mais bonita do que isso? Abrir seu coração para o outro, deixar que o amor te cure e, principalmente, estender a mão ao próximo quando ele mais precisa? Foi emocionante acompanhar o romance entre eles por causa da cura que ele gera. Eu acredito que o amor é capaz de curar, por isso histórias que focam nisso sempre me comovem. Então claro que chorei, suspirei, ri – porque Archer é lindo, puro, divertido e romântico – e torci enlouquecidamente por esses dois.
Além do romance que cura, também adorei os traumas abordados pela autora – que fala sobre depressão, dependência, ciúmes, violência familiar e deficiência física, temas trágicos mas infelizmente reais. Também gostei de como o romance foge da previsibilidade tão comum ao gênero, e dessa vez não estou falando de como o amor é descrito, mas o quanto Bree é forte para não cair nas artimanhas da vida. Todas as vezes que tive certeza de que Bree seria como as outras mocinhas e teria um surto de insegurança, ela me surpreendeu com sua força ao mostrar-se segura, forte e digna. Bree realmente faz jus ao termo amor, pois se entrega, confia, luta pelo sentimento e, em momentos de dúvida, prefere conversar ao invés de fugir ou ignorar as emoções conflitantes que dominam seu coração. Ou seja, temos um romance lindo, um mocinho de coração enorme – um dos melhores protagonistas que já conheci –, uma mocinha forte e decidida, e uma história repleta de reflexão, paixão e superação. Tem como não amar?
Definitivamente adorei o livro. É engraçado pois estava com baixas expectativas (não gostei muito do primeiro livro da série), mas logo de início a autora me cativou com sua escrita fluída e emocionante. Contudo, sinto que devo alertá-los de que, assim como outros new adults, a escrita é mais leve e jovem, ou seja, pouco coloquial e formal. Além disso, o livro apresenta teor sexual. Porém não é como se esse fosse o foco da história, afinal primeiro vem a amizade, depois a luta interior de cada personagem, o amor e, só então, o enlace físico. Sendo assim, para quem gosta do gênero, penso que o livro é uma ótima opção de leitura.
Sobre a Série
A Voz do Arqueiro é o quarto volume da série A Sign of Love Novel. Cada obra é inspirada em um signo do zodíaco, portanto os livros podem ser lidos de forma independente – já que narram histórias diferentes.
Beijos!
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