Alice é uma advogada beirando os trinta anos, que mora em Curitiba e sonha com o verdadeiro amor. O problema é que ela é apaixonada – desde menina – por Max (atual namorado de sua melhor amiga, Helen), nutrindo, por ele, uma paixão platônica. Esse sentimento se reacende na época da faculdade quando o reencontra como professor do curso de Direito. Alice resolve não revelar que fora sua vizinha quando criança e inicia um flerte com Max, mas a história toma outro rumo quando ele conhece Helen e eles começam a namorar. Sofrendo com essa paixão não correspondida, Alice conta sempre com o apoio de Alan, seu amigo e confidente, mas vê evaporarem suas últimas esperanças ao saber que Max pediu Helen em casamento. Abalada com a notícia, com a autoestima “no pé” e tentando “dar a volta por cima”, Alice decide ousar, com um vestido pra lá de provocante, justamente na festa de aniversário à fantasia de Helen (em que quase todos estão vestidos como as personagens de Alice no País das Maravilhas) e então desperta — novamente — o interesse de Max, que tenta seduzi-la. Será que Alice conquistará o homem dos seus sonhos?
Chiado Editora l 228 Páginas l Chick-Lit l Compare & Compre: Editora • Amazon l Skoob l Resenha: Day Farias l Classificação: 5/5
Alice é apaixonada por Max desde que se lembra e, no caso dela, isso é literal. Desde criança, quando se escondia embaixo da cama dele pra fugir das discussões de seus pais, Alice começou a sentir algo que levou até a vida adulta – um amor que jamais foi de fato concretizado, talvez nem sequer notado, por Max. Mesmo que tenha tentado de todas as formas, ela jamais conseguiu esquecer o que sentia por ele: ainda mais quando esses sentimentos se tornam um furacão ao saber que Max não só se envolve com sua melhor amiga, mas também a pede em casamento! Alice está destruída e pensa que tudo está perdido, mas em uma festa a fantasia o destino parece querer brincar com ela: Max finalmente parece corresponder seus sentimentos depois de tantos anos e essa pode ser sua chance (ou ser seu maior erro, afinal Max é o noivo de sua melhor amiga!). Em suas mãos, Alice tem o que sempre quis: sua própria história de amor. Mas a um custo tão alto, será que vale a pena?
Alice é uma advogada que se acha sem graça e comum. Mesmo tendo sonhos que adoraria viver, ela prefere a segurança de sua carreira atual e isso também se aplica a sua vida amorosa. Quantas vezes não nos enxergamos nessa mesma posição, com medo de arriscar? Esse foi um dos motivos pelos quais me envolvi e me identifiquei tão rapidamente com Alice. Durante a leitura, por diversas vezes, senti como se não estivesse mais no mesmo lugar em que abri o livro, mas sim que fora transportada para o pequeno, porém charmoso, apartamento de Alice e ouvia cada detalhe de sua história. Doía-me pela personagem ao mesmo tempo em que sentia vontade de sacudi-la diante de seus erros e do romantismo que ela, por vezes, insistia em querer enxergar onde não havia. Mas, logo depois, eu só queria abraçá-la por me identificar de tantas formas com suas atitudes e com sua história de vida. Conectei-me de forma tão real que as páginas simplesmente voaram e, se não fosse pela falta de tempo, com certeza teria devorado o livro bem mais rápido. Alice é real, encantadora, engraçada, reflexiva: em suma, cativante. A escrita de Lucilla é absolutamente fluída e muito gostosa o que me fará, definitivamente, ficar de olho nessa autora daqui por diante.
Embora a premissa nos faça esperar por um romance, não senti que de fato ele poderia se encaixar nessa categoria, pelo menos não no sentido mais comum da palavra. Acredito sim que Alice no País do Amor de fato fale sobre o amor, de um amor que não é romântico, mas é igualmente necessário: o amor próprio. Senti que durante toda a história de Alice, mesmo sem perceber, a personagem não estava em busca apenas do verdadeiro amor, mas também do amor que ela deveria ter dedicado a si mesma desde o início. E esse detalhe me encantou e fez com que eu me apaixonasse ainda mais por esse livro.
Engraçado e romântico de diversas formas, essa Alice não me levou a olhar para dentro da toca do coelho, mas sim pra dentro de mim mesma – e, definitivamente, isso não é algo fácil de se encontrar em um livro. Por ter gostado tanto do livro, só resta indicá-lo (e relê-lo, claro) mil vezes! Deem uma chance e deixem-se surpreender pela cativante escrita da Lucilla Guedes.
Beijos!
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