Ao contrário da maioria de seus amigos, Gregory Bridgerton sempre acreditou no amor. Não podia ser diferente: seus pais se adoravam e seus sete irmãos se casaram apaixonados. Por isso, o jovem tem certeza de que também encontrará a mulher que foi feita para ele e que a reconhecerá assim que a vir. E é exatamente isso que acontece. O problema é que Hermione Watson está encantada por outro homem e não lhe dá a menor atenção. Para sorte de Gregory, porém, Lucinda Abernathy considera o pretendente da melhor amiga um péssimo partido e se oferece para ajudar o romântico Bridgerton a conquistá-la. Mas tudo começa a mudar quando quem se apaixona por ele é Lucy, que já foi prometida pelo tio a um homem que mal conhece. Agora, será que Gregory perceberá a tempo que ela, com seu humor inteligente e seu sorriso luminoso, é a mulher ideal para ele? A caminho do altar, oitavo livro da série Os Bridgertons, é uma história sobre encontros, desencontros e esperança no amor. De forma leve e revigorante, Julia Quinn nos mostra que tudo o que imaginamos sobre paixão à primeira vista é verdade – só precisamos saber onde buscá-la.
Editora: Arqueiro l 320 Páginas l Romance de Época l Compare & Compre: Saraiva • Submarino • Amazon l Skoob l Classificação: 4/5
Ainda lembro da sensação de ler o primeiro livro da família Bridgerton: as lágrimas, as gargalhadas, o sorriso bobo no rosto, e a vontade de entrar no livro e fazer parte dessa linda história de amor. Nunca vou superar o final dessa série; sem dúvida essa família deveria ser composta por muito mais que apenas oito membros cativantes e apaixonantes. Contudo, mesmo amando a saga dos Bridgertons tenho que confessar que acho os primeiros livros infinitamente melhores que os últimos. Em determinado ponto as histórias deixaram de ser grandiosas – e não me entendam mal, elas são maravilhosas, porém o nível de magnitude não se manteve constante nos oito volumes. E A Caminho do Altar é a prova disso: um livro lindo, divertido e emocionante, mas que raspa na trave na hora de marcar e conquistar o coração dos leitores. Mas claro que, como já era de se esperar, me diverti demais com a leitura e apesar de não achá-la excepcional, foi fácil amar o romance e as ligações familiares trabalhadas na obra.
A trama gira em torno de Gregory, o mais novo entre os Bridgertons, e da jovem Lucy. Depois de ver todos os irmãos casarem por amor, Gregory criou altíssimas expectativas a respeito do amor e da sua futura esposa. Ele sabia, por causa da descrição dos irmãos, que encontrar o amor seria uma experiência única, especial e paralisadora. Por isso, quando se depara com a nuca – linda e brilhante – da bela Hermione Watson, ele tem a certeza de que encontrou a mulher da sua vida. O problema é que a jovem acredita estar apaixonada pelo contador do seu pai, portanto vive indisponível para todos (e olha que são muitos) pretendentes que se apaixonam por ela e por sua estonteante beleza. Decidido a provar para Hermione que eles foram feitos um para o outro, Gregory contará com a ajuda de Lucy, melhor amiga da sua amada. Ao lado de Lucy ele fará de tudo para conquistar o coração e a atenção da senhorita Watson, mas essa parceria só vai confundir Gregory que, mesmo acreditando estar apaixonado, descobrirá na língua afiada de sua mais nova amiga uma companhia instigante e divertida. Em contrapartida, Lucy – que nunca foi cortejada e já está prometida em casamento – ao aceitar ajudar Gregory encontrará nele tudo o que ela nunca poderá ter: conforto, amizade e amor. A jovem sabe que se casará bem mas que o amor não fará parte desse compromisso, porém Gregory faz com que ela deseje um futuro diferente e recheado de amor e felicidade. Ambos estão confusos e enganados, mas no momento certo descobrirão o que é o amor verdadeiro e o quanto ele muda nossas vidas.
O mais legal desse livro é que ele começa do final: com Gregory interrompendo um casamento e se declarando para a noiva no altar (prestes a dizer sim a outro homem). Além disso, logo no começo fica claro que Gregory, que tem certeza que está apaixonado, ainda não descobriu o que verdadeiramente é o amor. Sendo assim, durante a narrativa o leitor é assolado pela curiosidade de saber se ele conseguirá seu tão sonhado final feliz. Fiquei a leitura toda com o coração na mão almejando e temendo o momento em que Gregory colocaria tudo em risco e declararia seu amor em plena celebração de casamento alheia. Outra coisa instigante nessa leitura é a personalidade do protagonista. O fato de Gregory ser o filho mais novo pesa na leitura, pois percebemos o quando o jovem almeja a aprovação dos irmãos. Tanto é que isso reflete na forma como ele vê o amor: primeiro se apaixonando perdidamente ao ver a nuca de sua amada (pensando que é aquilo, aquele momento que você olha uma pessoa e a deseja do seu lado para sempre, é o amor do qual seus irmãos tanto falam), e depois descobrindo um sentimento forte e misterioso que nasce do dia a dia, das conversas, dos sorrisos, das valsas e dos segredos compartilhadas. Gregory queria tanto o que os irmãos tinham que quase deixou o verdadeiro amor escapar, e achei isso lindo e tocante. Amo quando os livros de romance descrevem o amor com veracidade e aproveitam para abordar as descrições excessivamente romantizadas que esse sentimento tende a criar.
Também gostei da maneira como a protagonista feminina cresce durante a leitura. Lucy está acostumada a agradar todos ao seu redor, por isso raramente luta por seus sonhos, sempre colocando amigos e familiares como prioridade. Entretanto, quando Gregory aparece em sua vida seus anseios mudam, e mesmo que ela não consiga escutar seu coração plenamente, o fato é que ela é instigada a mudar e crescer. Achei que Lucy fez várias escolhas erradas e me decepcionei muito com a maneira dela fazer, mesmo sem querer, Gregory sofrer. Confesso que, como uma irmã mais velha coruja, quis estapear Lucy e sua cabeça dura. Além disso, foi exatamente por esse motivo que não consegui me envolver completamente com a trama: achei o final corrido e fiquei com a sensação de que Lucy não merecia, pelo menos não tão rápido, o perdão de Gregory. Entretanto, não nego que mesmo permeado de altos e baixos o romance é do tipo que nos deixa suspirando e com um sorriso bobo no rosto.
O final deixou um gostinho de quero mais e a sensação de que nunca vamos encontrar uma família literária mais amorosa, intrometida e divertida quanto essa. Queria sim que A Caminho do Altar fosse um pouco melhor, mas ao mesmo tempo não sou capaz de não amar os livros da Julia Quinn. Não conhece essa série? Então dê uma chance e se deixa apaixonar.
Sobre a Série
A Caminho do Altar é o oitavo e último volume da série Os Bridgertons (temos um nono livro, mas ele é um bônus com epílogos de cada casal da saga).
Os livros narram as aventuras da grande e barulhenta família Bridgerton. Sendo ela composta por oito irmãos – Anthony, Benedict, Colin, Daphne, Eloise, Francesca, Gregory e Hyacinth – a série conta com uma obra para cada um deles, apresentando-nos a família como um todo, porém priorizando suas histórias particulares. Desta forma, mesmo que cada livro apresente início, meio e fim, é importante lê-los em sequência para evitar spoilers, já que é comum os irmãos participarem (leia-se intrometerem) nas histórias uns dos outros.
Beijos!
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