Se em O diário de Bridget Jones os leitores já se apaixonaram pela personagem despojada e carismática, no segundo volume, Bridget Jones: No limite da razão, conheceremos seu lado ainda mais inusitado. Seja em uma prisão tailandesa ou em jantares desconfortáveis, nada é tão ruim que não possa piorar. Mas é imprescindível manter o bom humor e contar sempre com os amigos.
Editora: Paralela l 336 Páginas l Chick-Lit l Compare: Submarino • Saraiva • Amazon l Skoob l Resenha: Kamila Mendes l Classificação: 4/5
Antes da leitura, minha relação com Bridget Jones era estritamente cinematográfica. E tenho que admitir que não gostei da adaptação deste livro pros cinemas. Achei as cenas forçadas demais, apesar de saber que a Bridget é realmente atrapalhada. A título de informação, não comecei a ler as aventuras de Bridget na ordem certa. O primeiro livro da personagem que li e resenhei foi “Bridget Jones – Louca pelo garoto”. Então já parti para a leitura do segundo sabendo o desfecho da relação, o que fez com que cada página tivesse um sabor doce e amargo ao mesmo tempo. Mas vamos lá. Vou tentar ser sucinta para não comprometer a leitura de ninguém.
Bridget Jones, no limite da razão é o segundo livro da série escrita pela britânica Helen Fielding. Assim como o primeiro, também já ganhou adaptação cinematográfica. Ele segue o mesmo formato do anterior: a narrativa é toda em primeira pessoa – como se a personagem de fato estivesse escrevendo um diário – e está carregado de humor, bebidas, problemas financeiros, insegurança e busca pelo peso ideal.
Bidget não mudou de um livro para outro. A maturidade que esperava da protagonista vai aparecer muito depois. Ela é bem desajeitada, o que rende bons momentos cômicos, deixa as coisas para cima da hora, adora comer croissant de chocolate e beber chocolate quente. A diferença é que agora ela tem um namorado, Mark Darçy, mas a falta de diálogo entre os dois acaba provocando desentendimentos que deixam a relação em crise. E o livro é todo sobre isso: o romance de Bridget e as dificuldades que ele enfrenta dentro do namoro. O ponto é que eles se amam, mas não se entendem. Isso é uma situação comum para os dias de hoje, os casais têm medo de falar para o outro o que pensam, ou simplesmente não acham importante falar.
Como sou um tanto quanto desajeitada, as trapalhadas da personagem me incomodaram um pouco, soaram meio forçadas. Sou o tipo de pessoa que não pode ficar perto de uma prateleira cheia de taças de vidro no supermercado. Mas ainda assim é difícil acreditar que uma mulher madura cometa burradas que uma adolescente faria. Isso não é impossível. Mas a forma como elas acontecem é que torna um pouco forçado. Outra coisa que incomodou foi a insegurança de Bridget em relação ao namoro. A maioria das mulheres é insegura (eu sou). Mas a personagem se importa demais com o que as pessoas pensam dela e dá ouvidos para os conselhos estranhos das amigas Magda, Jude e Sharon. Parece que elas não querem ver Bridget feliz.
Contudo, é claro que apesar dos pontos negativos eu gostei do livro. A maioria dos chick-lits traz personagens atrapalhadas na tentativa de mostrar que o dia a dia de uma mulher não é NADA fácil – e, apesar de algumas vezes achar que eles erram na dose ao mostrarem mulheres inseguras em demasia – gosto do fato dessas leituras serem suaves e divertidas.
Apesar de um pouco repetitiva, você consegue passar alguns momentos tranquilamente na presença de Bridget sem que isso se torne cansativo ou monótono. Como nos filmes, temos momentos bem bizarros e engraçados. E isso através de uma personagem cativante e instigante. Mas fica a dica: os filmes têm muitas diferenças dos livros que, como já é de costume, são bem mais profundos e detalhados que suas adaptações.
Gosta de histórias divertidas? Então vale a pena dar uma chance para a Bridget. Só não espere demais para não se decepcionar. O bacana é curtir a leitura e entender que ela oferece uma história bem-humorada e fácil de ler.
Sobre a Série
A série é composta por quatro livros. Todos já publicados no Brasil pela editora Companhia das Letras (e republicados agora pela Paralela).
Beijos!
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