Martha Heneydew é a primeira adolescente a ser presa e condenada no novo sistema de justiça da Inglaterra. A polícia a encontrou ao lado do corpo de Jackson Paige, filantropo, milionário e uma das celebridades mais queridas do país. Nesse novo sistema de justiça, o condenado tem sete dias, cada dia em uma cela diferente para ter seu destino determinado pelos votos dos telespectadores. Se a audiência do programa de TV Morte é Justiça decidir pela inocência do preso, ele será solto. Caso contrário, será morto na cadeira elétrica. Porém, algumas peças não se encaixam na história que Martha conta para a justiça. Ela se declara culpada, mas há algo por trás da cena do crime que os telespectadores ainda não sabem. Com a ajuda da consultora psicológica, Eve Stanton, de um juiz do antigo sistema jurídico, Cícero, e do seu grande amor, os sete dias que precedem sua execução serão de muita intensidade, sofrimento, descobertas inesperadas e reviravoltas de perder o fôlego. Quem é, de verdade, Jackson Paige? Martha Heneydew é realmente culpada? Será que esse sistema jurídico é justo? Nesta distopia eletrizante, todas essas questões nos fazem refletir sobre o poder do dinheiro que, muitas vezes, prevalece sobre a justiça. E Martha, uma adolescente forte e destemida, mostra sua crença em uma sociedade verdadeiramente justa, na força da amizade e do amor. Mesmo que isso possa significar sua própria vida.
Editora: Astral Cultural l 316 Páginas l Distopia l Compare & Compre: Amazon • Submarino • Saraiva l Skoob l Resenha: @mayeosvicios l Classificação: 4/5
Ambientado em uma sociedade no futuro A Sétima Cela apresenta ao leitor um mundo novo, um novo modelo de viver e um novo sistema de justiça. Nessa realidade elementos conhecidos como tribunais e juízes foram extintos da sociedade, surpreendentemente substituídos por um sistema judicial aberto e monitorado pela mídia, onde o público tem voz, tem poder de votar e decidir o futuro dos criminosos, independente do grau do crime praticado. Este sistema de justiça consiste em prender o acusado em sete celas, uma cela para cada dia de prisão, e ao final dos sete dias, ou seja, na sétima cela, será dado o veredito escolhido pelo público: inocente, então ele será libertado; culpado, será condenado à morte na cadeira elétrica.
Toda esta participação do público acontece através de um programa de televisão chamado Morte é Justiça, que é como um reality show e mostra os acusados presos, além de trazer matérias sensacionalistas que tem por objetivo manipular as pessoas e consequentemente a votação contra ou a favor do acusado. E aqui fica claro a intenção da autora em criticar a forma descarada como a mídia nos manipula, em como reality shows estão aí para entreter o telespectador e tirar nossa atenção dos reais problemas enfrentados pela nossa sociedade, e também em como nosso sistema judiciário é falho e pode facilmente ser corrompido por quem tem poder e dinheiro. Neste aspecto a obra dá muita ênfase e podemos ver claramente como tudo dentro do enredo tem um manipulador, além disso, podemos refletir e comparar com nossa sociedade atual momentos em que a mídia desvia nossa atenção e manipula aqueles que não têm acesso à internet e maiores informações, um problema que enfrentamos muito nos dias atuais.
“Melhor deixar para outra pessoa pensar por nós. Vamos simplesmente seguir a multidão.”, dizem. “Não importa se vocês inventam essas coisas, desde que pareça ser um escândalo”. São todas ovelhas.
Em meio a esta sociedade conhecemos Marta, a nossa protagonista, moradora dos Arranha Céus (parte pobre da cidade) que assume o crime pela morte do queridinho da população, o Jackson Paige – um figurão que veio da classe mais humilde e enriqueceu através de um reality show, morador das Avenidas ele era querido por todos por fazer caridade nos bairros menos favorecidos, por ter adotado um menino órfão e ajudar todos ao seu redor. Jackson foi morto a sangue frio e Marta assumiu ser a culpada, a assassina, por este motivo foi levada presa, sendo a primeira adolescente da história a passar por este sistema judiciário e pelas sete celas e, se em sete dias não provar sua inocência, será condenada à morte.
Mas é claro que nem tudo é o que parece ser por aqui, e o motivo que levou Marta a assumir a culpa por um crime que ninguém consegue provar que foi ela quem cometeu será desenvolvido e desenrolado no decorrer das páginas em uma luta contra o tempo e contra a cadeira elétrica. Enquanto Marta está presa, fora da cadeira acompanhamos Eve, a psicóloga designada para conversar com Marta e entender seus motivos para cometer o suposto assassinato. Eve teve o marido morto por este mesmo sistema e sabe como as coisas funcionam por ali, ela tentará ajudar Marta de todas as formas possíveis e lutará ao lado dela contra este sistema corrupto e manipulador. Junto dela temos o ex-juiz Cicero, alguns moradores dos Arranha Céus, e o próprio filho de Jackson Paige, que juntos embarcarão nesta corrida em favor de Marta, na luta por mudanças e por justiça de verdade.
A narrativa da autora é muito fluida e gostosa de ler, as personagens conquistam logo que as conhecemos e o mistério por trás da morte de Jackson nos deixa, durante todo o tempo, conectados na leitura. A obra é dividida em sete partes, uma parte para cada cela em que Marta está, e termina de uma forma extremamente instigante para o próximo volume desta trilogia que promete nos prender mais a cada volume. Fazia tempo que não lia nada do gênero distopia e fico imensamente feliz em terminar esta obra maravilhada, pensativa nos pontos de reflexão que a autora traz e muito curiosa e ansiosa pela sua continuação. Recomendo muito esta leitura.
Sobre a Série
A Sétima Cela faz parte de uma trilogia, mas ainda não temos informações sobre as continuações.
Beijos!
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