Honoria Smythe-Smith é parte do famoso quarteto musical Smythe-Smith, embora não se engane e saiba que o dito quarteto carece sequer do menor sentido musical e tem esperanças postas que esta seja a última vez que se submeta a semelhante humilhação. Esta será sua temporada e com um pouco de sorte conseguirá um marido. Durante um jantar, põe seus olhos em Gregory Bridgerton, um dos mais jovens da família Bridgerton. Sabe que não está apaixonada, mas ele parece uma opção mais que válida. Marcus Holroyd é o melhor amigo do irmão de Honoria, Daniel, que vive exilado na Itália. Ele prometeu olhar por ela e leva suas responsabilidades muito seriamente. Odeia Londres e durante toda a temporada, permaneceu vigilante e intermediou quando acreditava que o pretendente não era o adequado. Honoria e Marcus compartilham uma amizade, pouco atípica, fruto dos anos que se conhecem e que o torna parte da família. Entretanto, um desafortunado acidente faz que ambos repensem sua relação e encontrem a maneira de confrontar o que surge entre eles, se tiverem coragem suficiente.
Editora: Arqueiro l 272 Páginas l Romance de Época l Compare & Compre: Saraiva • Submarino • Amazon l Skoob l Classificação: 4,5/5
Eis que encontrei o livro mais fofo e leve já escrito pela Julia Quinn. Não é segredo que amo os livros da autora. Suas histórias são românticas, sensuais e sempre me deixam com a sensação de borboletas no estômago. A cada leitura me apaixono ainda mais pela autora, por seus romances e, principalmente, por seus personagens. Então óbvio que fui enlaçada pelo carisma de Honoria e Marcus. Confesso que os protagonistas, e até mesmo o romance vivido entre eles, não são do tipo por quem nos apaixonamos à primeira vista. Porém, ao decorrer das páginas é impossível deixar de torcer pelo sentimento puro e genuíno que transborda desse livro. Trata-se de um romance simples, verdadeiro e que nos faz pensar – principalmente quando estamos à procura do nosso próprio final feliz – que o amor pode estar bem mais próximo do que imaginamos. Diversão, paixão, amor e um esperado final feliz… Simplesmente o Paraíso é do tipo simplesmente irresistível.
Honoria precisa casar. Chegou a idade e o momento certo de encontrar um parceiro – e já que seus últimos pretendentes, aqueles que ela tinha certeza que pediria sua mão, sumiram do mapa – dessa vez a jovem terá que tomar atitudes extremistas. Enquanto cria oportunidades para conhecer cavalheiros solteiros, Honoria treina com afinco para a apresentação anual do quarteto Smythe-Smith. É tradição familiar que as jovens solteiras façam parte do quarteto e se apresentem em um dos eventos mais famosos da temporada (mas não se enganem, as apresentações são famosas graças à escassez de talento musical que essas jovens apresentam). Apesar de não tocar bem, e de saber disso, Honoria gosta das apresentações. Participar do quarteto faz com que a jovem se sinta parte da tradição de sua família, fora que para ela é muito divertido tocar enquanto observa as expressões de pânico dos ouvintes.
Do outro lado dessa história temos Marcus, Conde de Chatteris, melhor amigo do irmão mais velho de Honoria e, dada a ausência do amigo, atual responsável pelo bem estar da jovem. Enquanto observa Honoria de longe e tenta afastar os pretendentes indignos (aqueles que ele acha inaptos ou bobos ou simples demais), o Conde leva uma vida reclusa e solitária. Quando ainda era um menino, Marcus foi acolhido pela família de Honoria – foram eles, com suas refeições barulhentas e demonstrações de carinho, que mostraram ao jovem o que realmente significa ter uma família. Sendo assim, ele e Honoria se conhecem desde pequenos e sempre foram grandes amigos. Contudo, para o espanto de Marcus, as coisas mudam e assumiram caminhos completamente desconhecidos. Primeiro veio o ciúmes e a preocupação com o fato de Honoria estar caçando um marido, depois veio uma armadilha e um tornozelo contundido, e por fim uma febre fortíssima que fez nascer o desejo entre os dois. E o que era uma forte e sólida amizade, surpreendentemente, virou algo tão belo e assustador quanto o amor.
O que mais gostei do livro, sem dúvida, foi da personalidade de Marcus. Apesar do dinheiro e da ótima posição social o Conde é recluso e extremamente tímido. Geralmente encontramos mocinhos confiantes, charmosos e cheios de mulheres caindo de amores por eles. Porém, apesar de Marcus ser bonito, educado e um Conde, sua timidez faz com que ele seja tudo, menos confiante. Foi surpreendente e gratificante encontrar um homem como Marcus, alguém que tem suas inseguranças, medos e receios – principalmente quando precisa dizer para a mulher que ama o quanto a deseja. Além disso, achei bonito como ele anseia por uma família forte e unida, sempre na intenção de apagar as mágoas que o relacionamento com o pai criou. E também devo dizer que amei como o romance é construído. Honoria e Marcus se conhecem há tanto tempo que já existe carinho e cuidado entre eles. Assim, vemos o amor desabrochar entre duas pessoas que já se conhecem o suficiente para amar verdadeiramente. Aqui, o sentimento é natural, palpável e verdadeiro. Sentimos o amor nascer, acreditamos nele e, principalmente, torcermos por ele.
Além dos personagens cativantes e do romance fofo e natural, também gostei do teor de bom-humor que a obra traz: ironia na voz ativa de Honoria e sua personalidade forte; diversão por trás das trapalhadas desse casal (que não quer ser um casal); e cenas cômicas que mostram o quanto o quarteto Smythe-Smith ama suas apresentações e, ao mesmo tempo, odeia tocar de forma tão ruim na frente da sociedade. Portanto, Simplesmente o Paraíso é leve, divertido e surpreendente – principalmente por trazer um tipo de amor que nasce da amizade e do convívio diário. Claro que o livro não é tão sensual ou arrebatador quanto os romances dos Bridgertons, seria até injusto da nossa parte comparar os livros, mas a história é muito gostosa e merece uma chance de ganhar seu coração.
Sobre a Série
Simplesmente o Paraíso é o primeiro volume da série Quarteto Smythe-Smith. A saga é composta por quatro livros e cada um narra à história de um casal diferente. Contudo, todas as protagonistas participam do famoso quarteto de cordas Smythe-Smith.
Beijos!
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