Que livro mais fofo! Sério, dizer que estou apaixonada é pouco. No final do mês passado entrei em uma grande ressaca literária. Comecei vários livros e não consegui concluir nenhum. Estava cansada, mentalmente e fisicamente (com a maratona de vídeos, os longos períodos de escrita, e o pouco tempo de descanso que tive durante o mês), e não conseguia me envolver com nenhuma história. Precisava de algo que me fisgasse na primeira página e que, de preferência, fosse rápido e fácil de ler. E é nesse momento que Casada até Quarta – indicação de uma leitora querida a quem sou muito grata – entrou na minha vida. Sério, foi paixão à primeira linha! Comecei a ler e já senti aquele calorzinho gostoso tomando conta do meu coração. Trata-se de uma história clichê, mas o meu tipo de clichê preferido: divertido, sensual, emocionante e digno de um sorriso bobo no rosto.

Blake é aquele tipo de homem desejado por metade da população feminina. Primeiro por sua beleza sedutora, e segundo por ser um dos homens mais poderosos das Américas. E, se não fosse suficiente, Blake ainda é um Duque. Isso mesmo, meninas e meninos! Um dos últimos Duques de uma distinta dinastia de sangues azuis britânicos. Ou seja, Blake é o alvo perfeito das mulheres casamenteiras. Por isso, e por ter em mente a herança que receberá do antigo Duque, ele precisa se casar o mais rápido possível – de preferência com alguém que não tenha interesse em conquistar seu coração. Para se proteger, Blake procura uma agência de relacionamentos, profissionais que prometem um acordo nupcial legal e burocrático (sem emoção e confusão) perfeito para homens como ele. E é nesse momento que Sam, a dona dessa agência, entra na história. Linda, inteligente e afiada, ela está prestes a colocar o nome de sua empresa na boca de todos os cidadãos de Malibu. Para isso ela só precisa fechar acordo com Blake, um dos seus clientes mais importantes. Contudo, as coisas saem do controle assim que esses dois se conhecem. Existe um sentimento proibido entre eles, uma química tentadora, e algo que os colocará em constantes apuros e que, sem dúvida, acabará em casamento – só não sabemos de quem.

O livro gira em torno de um clichê que eu AMO: relacionamentos de conveniência. Inicialmente é tudo um acordo simples e direto, mas aos poucos as coisas progridem para o físico e quando menos esperamos (ou quando mais esperamos, já que estamos falando de clichês) o amor entra na jogada. É previsível sim, mas quando bem escrito é igualmente maravilhoso. A escrita da Catherine Bybee é encantadora o suficiente para tornar esse clichê algo único. Fiquei completamente apaixonada pelo casal, pelo laço entre eles, com o amor que surge no convívio diário, e até mesmo com as dificuldades – MEGA previsíveis – que eles enfrentam. Esse é o tipo de livro doce e fluido, que encanta o leitor e nos faz torcer, avidamente, por um final feliz. Então os primeiros motivos para a obra são: clichês bem trabalhados, trama (e personagens) cativantes, e uma narrativa fluida e gostosa. Sabe aqueles romances de banca maravilhosos e com a cara da Nora Roberts? Pois bem, é disso que estou falando.

Blake é sedutor e garanhão, mas a autora aborda outros aspectos da personalidade dele, mostrando seu dia a dia de trabalho, suas preocupações com Sam, suas inseguranças com relação ao amor, e como ele descobre – dia após dia – o que é ter uma família para chamar de sua. O fato é que nós sentimos ele se apaixonar aos poucos, e amo quando consigo ver o protagonista masculino descobrir, verdadeiramente, o amor. Já Sam é demais! Ela passou por momentos difíceis na adolescência, tem uma irmã completamente dependente dela, e – mesmo depois de tantas decepções e perdas familiares – nunca parou de sonhar com um futuro bom para ele e para a irmã. Claro que ela tem um problema sério com confiança, ainda mais no sexo masculino, mas é bacana vê-la superar essas barreiras e se abrir ao sentimento. Fora que da mesma forma que existe química entre eles, também existe amizade e carinho. E isso foi algo que me surpreendeu muito. Existe conteúdo sexual na trama, mas o livro não gira em torno disso e pende muito mais para o amor do que para qualquer outra coisa.

O final é meio novela mexicana, com altas revelações e mistérios (com toque de testamentos, mentiras, intrigas e tudo mais). Mas isso não diminui o encanto do livro, muito pelo contrário, deixa tudo ainda mais fofo e contagiante. Claro que é importante ter em mente o quanto a história beira o clichê, mas para uma fã desse tipo de história digo que tudo nela é perfeito, ainda mais para aqueles que precisam de um romance rápido e apaixonante.

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