O romance é do tipo cão e gato, algo que eu adoro. E, o mais legal nesse caso, é que a trama mistura muito bem passado e presente. Como os personagens já se conheciam da época de colégio, é legal vê-los brigando – e se desejando – logo nas primeiras páginas. Porém, é claro que a relação vai muito além das brigas e do desejo. Assim como todos os livros que li da autora, o romance vem para agregar, curar e revelar os verdadeiros sonhos dos protagonistas. E é isso que encontramos aqui: conversa, perdão, luta e recomeços.

Esse é um dos livros mais jovens que li da Sheila – a linguagem é informal e, assim como os personagens, irreverente. No começo, fiquei um pouco incomodada com a repetição de expressões e traquejos, contudo, aos poucos entendemos que até no modo de falar Aline, nossa protagonista, se esconde. A verdade é que a jovem sofreu um grande trauma e, depois de precisar deixar sua vida luxuosa para trás e recomeçar completamente sozinha, criou uma personagem para si mesma: durona, caricata, independente e sem paciência. Contudo, muitas dessas características só servem para afastar as pessoas e não para defini-la. 

Além do romance, do cenário que envolve games e campeonatos nacionais, e do amadurecimento da protagonista, o livro também aborda temas importantes como corrupção, drama familiar e preconceito social. Ou seja, estamos falando de um livro jovem, divertido e que mistura muito bem drama e romance. Sem dúvida indico a duologia para quem ama livros rápidos, jovens e com um toque de drama.