Eu sou o Número Quatro é o primeiro volume da série Os Legados de Lorien, estória idealizada por James Frey, escrita com a colaboração de Jonie Hughes e publicada sob o pseudônimo de Pittacus Lore, ancião de Lorien a quem foi confiada à história dos Nove Gardes (alienígenas capazes de desenvolver legados, espécie de poderes especiais) que quando crianças tiveram que fugir de seu planeta, Lorien, ao lado de seus Cêpans (Guardiões) para escaparem dos Mogadorianos, que invadiram e destruíram todo e qualquer tipo de vida em Lorien. Os Nove Gardes fugiram na esperança de um dia destruir os Mogadorianos e então, voltar e reconstruir Lorien. Na fuga eles foram ligados por um laço mágico, que para mantê-los seguros atribuiu a eles uma ordem – 1..2..3..4..5..6..7..8..9, assim se separados eles só poderiam ser mortos na ordem do laço, diferentemente disso eles se tornariam imunes a morte. O planeta mais próximo de Lorien é a Terra, por isso, eles vieram para cá, se separaram, se misturaram aos humanos, e começaram a treinar e esperar o desenvolvimento de seus legados. Contudo, quando os Mogadorianos descobrem a existência de Nove Gardes sobreviventes, eles viajam para a Terra a fim de tentar encontrá-los e então, matá-los.
Editora: Intrínseca l Compre aqui: Amazon l Classificação: 4/5
“Nove de nós vieram para cá. Somos parecidos com vocês. Falamos como vocês. Vivemos entre vocês. Mas não somos vocês. Conseguimos fazer coisas que vocês apenas sonham fazer. Temos poderes que vocês apenas sonham ter. Somos mais fortes e mais rápidos do que qualquer coisa que já viram. Somos os super-heróis que vocês idolatram nos filmes e nos quadrinhos – porém somos reais. […] Nosso plano era crescer, treinar, ser mais poderosos e nos tornar apenas um, e então combatê-los. Mas eles nos encontraram antes. E começaram a nos caçar. Agora, todos nós estamos fugindo. Vivemos nas sombras, em lugares onde nunca seremos procurados, tentando não ser notados. Vivemos entre vocês sem que vocês saibam… Mas eles sabem”
Sob esse contexto, o livro Eu sou o Número Quatro conta a história de John Smith, o Garde número quatro, e de seu Cêpan Henri. Já se passaram dez anos que eles estão na Terra, sempre disfarçados e mudando constantemente de cidade, tudo para despistar os Mogadorianos que, estão se aproximando de John, já que o número 1, 2 e 3 já foram mortos, e ele por ser o número quatro, é o próximo a ser procurado por eles. Assim, o livro começa com mais uma mudança de John e Henri, eles estão saindo da Flórida e indo para Paradise, Ohio. Essas constantes mudanças de cidade, nome, de vida, os entristecem, é difícil se mudar sabendo que em poucos meses você terá que fazer isso novamente, ambos alimentam uma esperança interna de que Paradise seja diferente, mesmo sabendo que isso é impossível.
“É aterrorizante saber que sou o próximo. Mas temos nos mantido à frente deles com as constantes mudanças, fugindo. Estou cansado de fugir, mas sei que é isso que nos mantém vivos. Se pararmos, eles nos encontrarão. E, agora que sou o próximo da fila, devem ter intensificado a procura, sem dúvida”
Em Paradise, John e Henri se misturam, alugam uma casa afastada da cidade e assumem nomes e identidades diferentes, Henri a de um escritor, e John a de um estudante do colegial. Na escola John conhece Sam, um rapaz fanático por lendas de alienígenas, que se mantém isolado para fugir da mira dos valentões do colégio, eles se tornam amigos, um sentimento que John não compartilhou por anos. Além de amizade ele descobre a paixão quando conhece Sarah Hart, uma colega do colégio, os dois se envolvem emocionalmente, e a ligação deles é tão forte que faz John repensar a necessidade de tantas fugas e mudanças, ele não quer mais fugir, ele quer ter um lar, uma namorada e um amigo, quer desfrutar de uma vida normal… Mas ele sabe que não pode, pois ele não é normal, e quando seus legados começam a aparecer, fica claro que não demorará muito para que os Mogadorianos o localizem.
“Mantenha a calma, penso. Ela é só uma garota… Sarah está olhando para mim. Tenho a sensação de que tudo dentro de meu corpo começa a derreter. Ela talvez seja a garota mais linda que já conheci”.
“– Está tudo bem? – Sarah pergunta. Eu a abraço com mais força. – Sinto sua falta – digo.
– Sente? Mas eu estou aqui. – Essa é a pior maneira de sentir falta de alguém. Quando a pessoa está a seu lado e ainda assim você sente falta dela…”
Com o passar do tempo Henri começa a ficar preocupado com os laços criados por John em Paradise, ele sabe que se eles precisarem fugir será mais difícil para John do que de costume, por isso ele redobra a segurança, sempre alerta a possíveis ameaças, Henri é uma espécie de pai para John, a união dos dois, a cumplicidade, a dor que compartilham pelas perdas, deixa claro que o laço entre os dois é muito forte, contudo chega um momento em que Henri sente a aproximação dos Mogadorianos, mas John não o escuta, ele não quer mais fugir e toma uma decisão que os expõe. John, Henri, Sarah, Sam, todos eles, mesmo que indiretamente, se vêem no meio de uma batalha, muito está em jogo, e só um lado sairá vitorioso.
“Tento gritar, mas a mão cobre minha boca. O medo me invade. Sinto Sarah se debatendo sob os braços que a imobilizaram e faço o mesmo, mas o adversário é muito mais forte. Nunca pensei que os MagadorianosHenri espero que lute melhor do que eu…”
Eu sou o Número Quatro é repleto de ação, a narrativa é simples e direta, a estória flui com facilidade, permitindo que possamos nos envolver sentimentalmente com os personagens, além de que, o final é surpreendente, o autor reserva muitas surpresas para o final do livro, e confesso que não vejo a hora de ler o próximo volume da série (Que será lançado no Brasil no próximo semestre de 2011). A leitura vale a pena, não tem como não se envolver com a estória e com os personagens.
Super recomendo, quem gosta de livros de ação não pode deixar de ler “Eu sou o Número Quatro”.
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