Olá galera, tudo bem? No penúltimo post da coluna Fuxico de Mulherzinha (quem não viu, confira AQUI), a Camila, do blog Sonhos e Pontinhos, me perguntou por meio de um comentário, porque alguns romances de banca recebem nomes como Sabrina, Julia, Bianca, ou Mirella. Eu adorei a pergunta dela, pois, também me indagava sobre o critério adotado para a escolha desses nomes. Na realidade, antes de começar a ler romances de banca, imaginava que essas classes representadas por nomes femininos, descreviam em suas histórias um tipo específico de “mocinha” e que por isso, em livros da classe Sabrina, por exemplo, sempre encontraríamos uma protagonista chamada Sabrina. É, eu sei, bobeira isso, mas não conhecia muito esse gênero literário, por isso, não compreendia suas peculiaridades. Imaginem então minha surpresa, quando li um romance de banca da classe Julia e descobri maravilhada, que o livro narrava a história de uma donzela chamada Sarah, e não de uma Julia {rs}.
Assim, juntando a minha curiosidade, com a dúvida da Camila, fiz uma super pesquisa e acabei encontrando artigos e monografias baseadas na história do romance de banca no Brasil, material suficiente para me auxiliar a compreender o significado desses nomes. Estão curiosos? Então vamos saber um pouco mais sobre as peculiaridades desse gênero literário.
Os primeiros livros no estilo romance de banca surgiram no Brasil nas décadas de 40 e 60, fase em que recebiam o nome de Coleção Biblioteca para Moças. O nome, um tanto quanto preconceituoso, deixou de ser aceito no momento em que a sociedade foi evoluindo, e as mulheres, consequentemente, assumindo um papel mais significativo e opinativo em suas comunidades. A Nova Cultural, responsável pela publicação dessas obras, escolheu então classificá-las de acordo com a peculiaridade de cada narrativa, optando por utilizar nomes femininos comuns da época (Sabrina, Julia e Bianca) para dar vida e nome a suas classes literárias.
O fato é que, segundo a Nova Cultural, era preciso encontrar uma forma simples e marcante para classificar essas obras, já que, somente pelo nome do autor seria difícil estipular um padrão para a narrativa. Desta forma, ao escolher os nomes Sabrina, Bianca, Julia, e posteriormente, Mirella, a editora optou por nomes que poderiam definir um padrão para as histórias, de forma que as leitoras, ao ver os selos e suas denominações, saberiam exatamente o que esperar de cada uma desses livros.
“Jessica Mathews, Karen Field, Lynn Erickson e Susan Napier soam de alguma maneira familiar? A resposta obviamente negativa tem uma explicação simples: quem faz o sucesso dos romances não são seus autores, mas uma estrutura narrativa que raramente muda e obedece a certas regras tácitas. Segundo a Nova Cultural, todos os romances da linha têm em comum a característica romântica, porém cada série tem identidade e perfil específicos (Flávia Gusmão)”.
Sendo assim, cada classe pode receber a seguinte descrição:
*Bianca: Os relacionamentos amorosos são descritos de maneira sutil e poética;
*Sabrina: mostra conflitos do dia-a-dia gerados por mal-entendidos e ciúme, sempre coroados com um final feliz;
*Julia: as aventuras são mais impetuosas e suas heroínas refletem melhor a mulher moderna, mas sonhadora;
*Mirella: retratam uma mulher decidida e sexy.
Simples o significado não é mesmo?! Contudo, é difícil imaginar que esses nomes foram escolhidos ao acaso, para ser sincera, acho que os editores da época conheciam mulheres com esses nomes que se encaixavam nas características que procuravam, e como tributo a elas, escolherem seus nomes para acompanhar a leitura de infinitas gerações. {E ainda dizem que as mulheres não possuem o poder para dominar o mundo, rs}.
Bem, espero ter ajudado na compreensão de mais um detalhe sobre esse gênero literário magnífico que é o romance de banca, também espero, que tenham gostado do post de hoje, e se tiverem alguma dúvida, façam como a Camila, me perguntem! Vamos desvendar os segredos dos romances e banca juntas!
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