Enigmático e sedutor, Gabriel Emerson é um renomado especialista em Dante. Durante o dia assume a fachada de um rigoroso professor universitário, mas à noite se entrega a uma desinibida vida de prazeres sem limites. O que ninguém sabe é que tanto sua máscara de frieza quanto sua extrema sensualidade na verdade escondem uma alma atormentada pelas feridas do passado. Gabriel se tortura pelos erros que cometeu e acredita que para ele não há mais nenhuma esperança ou chance de se redimir dos pecados. Julia Mitchell é uma jovem doce e inocente que luta para superar os traumas de uma infância difícil, marcada pela negligência dos pais. Quando vai fazer mestrado na Universidade de Toronto, ela sabe que reencontrará alguém importante – um homem que viu apenas uma vez, mas que nunca conseguiu esquecer. Assim que põe os olhos em Julia, Gabriel é tomado por uma estranha sensação de familiaridade, embora não saiba dizer por quê. A inexplicável e profunda conexão que existe entre eles deixa o professor numa situação delicada, que colocará sua carreira em risco e o obrigará a enfrentar os fantasmas dos quais sempre tentou fugir. Primeiro livro de uma trilogia, O inferno de Gabriel explora com brilhantismo a sensualidade de uma paixão proibida. É a história envolvente de dois amantes lutando para superar seus infernos pessoais e enfim viver a redenção que só o verdadeiro amor torna possível.
Editora: Arqueiro l 512 Páginas l Romance Adulto l Compre aqui: Amazon l Skoob l Classificação: 5/5 ♥
Observando as semelhanças existentes entre os inúmeros livros do gênero adulto que estão sendo lançados no Brasil ultimamente, fica fácil concluir qual é o perfil de história que caiu nas graças dos leitores brasileiros. No geral, as prateleiras de nossas livrarias estão abarrotadas de livros sensuais e eróticos que giram em torno de um protagonista forte, rico e complicado que se envolve com uma mulher capaz de transformá-lo por inteiro. Sendo assim, segui essa linha de raciocínio e julguei premeditadamente o romance “do autor¹” Sylvain Reynard, catalogando-o mentalmente como mais um romance adulto. Entretanto, a leitura do livro ‘O Inferno de Gabriel’ me reservou muitas surpresas, as quais me mostraram constantemente o valor dessa obra, sua complexidade, e o melhor, a riqueza de sua escrita. Repleto de citações literárias, musicais, populares e artísticas, o livro é bem mais que um romance escrito para entreter o leitor, ele é um achado cultural que une, majestosamente, a sociedade contemporânea com a arte clássica.
“- Se você for esperar que sua cicatriz desapareça, Julianne, vai ficar esperando para sempre. Cicatrizes nunca desaparecem. (…). Feridas podem se fechar e talvez até sejamos capazes de nos esquecer delas com o tempo, mas as cicatrizes são para sempre. Nem mesmo Jesus perdeu as suas.”
A inspiração fundamental para tal história deu-se da obra de Dante, A DivinaComédia, na qual Dante caminha pelo Inferno em busca da redenção, ou seja, da absolvição necessária para entrar no Paraíso. Em sua jornada, sua amada Beatriz serve não só como uma fonte de força, como também, um anjo, uma luz que o guia pelas trevas. Temos então, na obra em questão, a encarnação contemporânea desses personagens: o professor Gabriel Emerson, que carrega nos ombros as dores do passado, erros que o fazem agonizar e queimar em seu inferno pessoal; e Julia, jovem pura de alma e de coração, que procura no amor a comprovação da bondade nata desse sentimento. Entre encontros e desencontros, passado e presente, nossos protagonistas se unem em um emaranhado de conflitos, segredos e emoções.
Na primeira parte do livro somos apresentados ao passado dos protagonistas, não o suficiente para descobrirmos seus segredos, mas o necessário para a compreensão do sentimento que os une. Ficamos na torcida para que ocorra (logo) o desenvolvimento dessa união, e aqui o grande ponto é que a expectativa não é nutrida pelos motivos tradicionais, ou seja, não está ligada ao desejo carnal que fica evidente entre o casal, mas sim, ao sentimento de salvação que esse o amor poderá provocar em cada um deles. Da mesma forma que Julia, torcemos para que o amor prove o quão puro e bondoso é, e é exatamente sobre isso que lemos na segunda metade do livro, a respeito de ações e emoções que evidenciam a luz do amor. É claro que temos a representação do desejo carnal, e uma ou outra cena sensual, contudo, todas elas refletem o amor descrito, um sentimento real e palpável o suficiente para emocionar o leitor.
Em cada uma das descrições sentimentais desse casal fui submergida em um plano emocional paralelo, fiquei presa em suas dores e medos, e terminei de ler o livro com uma nova percepção do amor e da magnitude desse sentimento. Gabriel provou, não com palavras, mas sim com ações, que um homem, mesmo marcado pelo pecado, pode ser digno do verdadeiro amor. Desta forma, diferentemente dos livros dessa classe que estamos acostumados a ler, o personagem masculino prova ser merecedor da mocinha antes mesmo de descobrir que é dono do seu coração, fator que mexeu comigo o suficiente para elevar o patamar das minhas leituras adultas, levando-me a conclusão de que não vou me acostumar com livros que ofereçam menos do que Sylvain Reynard nos proporciona com sua obra.
Mas não é só a forma de apresentação do amor, ou a intensidade do personagem masculino que garante a imprevisibilidade desse livro. Outro ponto favorável para isso é a escrita do autor, que como eu já disse, é rica em cultura popular e artes clássicas, deixando o leitor extremamente curioso sobre as cidades, obras literárias, quadros e esculturas citadas. Por isso gostei tanto do livro, por ele ser mais do que uma bela história de amor e por ir muito além de cenas sensuais, ele difere-se ao utilizar o clássico para criar algo novo, envolvente e despretensioso. Desta forma, se você espera um romance alá Cinquenta Tons de Cinza, pode se decepcionar, ou se surpreender como eu, ao se deparar com a inteligência dessa obra. Só lendo para descobrir em qual grupo você se encaixará, e eu, sem dúvidas, correria o risco para descobrir.
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¹Do autor, pois sua identidade ainda é desconhecida. Não sabemos se Sylvain Reynard é o pseudônimo de um autor, ou de uma autora.
Quotes Preferidos
“Ela o consumia pouco a pouco e, quando abria um sorriso ou ria, Gabriel achava que iria pegar fogo.”
“-Quero beijar você – sussurrou ela. Ele sorriu. – Também quero. Ela esperou. Mesmo assim, ele não se mexeu. – Julianne – chamou ele. Ela abriu os olhos. – Venha pegar o que quer.”
“- Estou me abrindo para você. Sou destrutivo. Emocionalmente instável. Tenho um péssimo gênio. Parte disso tem a ver com meu vício, parte tem a ver com o meu… passado. Será que eu estava tão errado ao tê-la em tão alta conta que minha única explicação para a sua existência fosse achar que você era o produto de uma mente desesperada ou o ápice da criação divina?”
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