Após sofrer uma decepção amorosa, Amelia Hathaway perdeu as esperanças de se casar. Desde a morte dos pais, ela se dedica exclusivamente a cuidar dos quatro irmãos – uma tarefa nada fácil, sobretudo porque Leo, o mais velho, anda desperdiçando dinheiro com mulheres, jogos e bebida. Certa noite, quando sai em busca de Leo pelos redutos boêmios de Londres, Amelia conhece Cam Rohan. Meio cigano, meio irlandês, Rohan é um homem difícil de se definir e, embora tenha ficado muito rico, nunca se acostumou com a vida na sociedade londrina. Apesar de não conseguirem esconder a imediata atração que sentem, Rohan e Amelia ficam aliviados com a perspectiva de nunca mais se encontrarem. Mas parece que o destino já traçou outros planos. Quando se muda com a família para a propriedade recém-herdada em Hampshire, Amelia acredita que esse pode ser o início de uma vida melhor para os Hathaways. Mas não faz ideia de quantas dificuldades estão a sua espera. E a maior delas é o reencontro com o sedutor Rohan, que parece determinado a ajudá-la a resolver seus problemas. Agora a independente Amelia se verá dividida entre o orgulho e seus sentimentos. Será que Rohan, um cigano que preza sua liberdade acima de tudo, estará disposto a abrir mão de suas raízes e se curvar à maior instituição de todos os tempos: o casamento?
Editora: Arqueiro l 272 Páginas l Romance de Época (Conteúdo Adulto) l Compre aqui: Amazon l Skoob l Classificação: 4/5
Desejo à Meia-Noite é o primeiro volume da série The Hathaways, que conta com cinco livros publicados pela autora Lisa Kleypas entre os anos de 2007 e 2010. Tal saga narra às aventuras e paixões dos irmãos Hathaway, de forma que cada um dos membros dessa família é protagonista de um livro em especial, entretanto, mesmo que as obras possuam início, meio e fim, é necessário lê-las em ordem para acompanhar os avanços gerais dessa numerosa e espirituosa família. Sendo assim, nesse primeiro romance conhecemos Amelia, uma jovem que para os padrões londrinos já passou da idade de se casar e que, depois de ter seu coração despedaçado, se fechou para o amor e passou a dedicar todo o seu tempo no cuidado com suas irmãs mais novas – fora o fato dela ser a responsável por boa parte das tarefas que deveriam dizer respeito ao cabeça-dura do seu irmão mais velho. Porém, além da história de Amelia conhecemos também as particularidades dos Hathaways, suas perdas, seus defeitos, suas personalidades díspares, de forma que quando menos esperamos estamos completamente envolvidos em suas histórias de vida. Entre muito drama familiar e espessas doses de bom humor, temos ainda um romance clichê, mas exatamente por isso, fortemente cativante. Afinal, quem não sonha em viver um romance sob a luz do luar da meia noite?
“Ela merecia bem mais que isso. Merecia um amor apaixonado, quente, avassalador, um sentimento que consumia tudo. Ela merecia… Ah, inferno. Estava pensando demais.”
Amelia tem uma personalidade típica de mocinhas de romance de época: forte, destemida, controladora, dona de si… Depois da morte dos seus pais ela – como irmã mais velha – assumiu uma grande responsabilidade ao virar uma espécie de mãe para os seus irmãos. E o fato é que para isso ela precisou assumir o controle de tudo ao seu redor, o que fez dela uma mulher que prefere a segurança de um terreno límpido do que a incerteza de caminhos desconhecidos. Além disso, o controle também fez de Amelia uma jovem com opiniões fortes que facilmente se confundem com resquícios de teimosia, de forma que quando o mestiço (meio cigano, meio irlandês) Cam Rohan aparece em sua vida fazendo as coisas fugirem do seu controle, ela instintivamente foge dele, mesmo que isso demande mais força de vontade do que ela ousaria admitir. O envolvimento dos dois é previsível e instantâneo (como já é de se esperar), mas em contrapartida os fatores familiares que eles carregam tornam tal relação envolvente e imprudente. Talvez o elemento místico da trama, ligado com a cultura cigana apresentada pela autora, seja o grande ponto de imprevisibilidade da história, mas independente disso é inegável que o livro começa como ‘qualquer outro’ romance de época e acaba como um livro único e apaixonante.
Minha ruína foi o enredo familiar; de início, quando o livro parecia focar apenas em um romance platônico e socialmente reprovável, não achei que iria gostar tanto dele, contudo a narrativa se transformou e me abocanhou de jeito quando passou a revelar mais sobre as idas e vindas do destino que entrelaçam a vida de Cam com a família Hathaway. Tudo que liga passado com presente e que apresenta uma grande e complexa família como pano de fundo para um romance intenso, me ganha como leitora. Porém, existem mais fatores apaixonantes nesse livro como, por exemplo, os personagens estruturados e a inserção de dois ciganos para lá de misteriosos, os traumas bem explorados e a escrita contagiante da autora, que ao mesmo tempo em que é rica em detalhes, é fluída e leve sem se tornar cansativa.
Cam e Amelia nos levam a viver um romance açucarado e libertador. É contagiante ver como juntos eles deixam aparecer seus medos e sonhos mais íntimos. Um grande ponto que a autora aborda é que, antes do amor, ambos possuíam regras e valores rígidos quanto aos seus anseios para o futuro, porém, quando experimentam um sentimento tão forte de união e compreensão, deixam as máscaras caírem, sem medo de julgamentos e repressões. É claro que o romance é fantasioso e sonhador, contudo, quem não espera um amor assim? Verdadeiro, intenso e transformador?
Já conhecia o trabalho dessa autora, por isso, por mais que ela tenha me surpreendido com uma abordagem ‘cigana’, não me surpreendi com seu talento, pois era ciente sobre ele. Com esse livro eu ri, suspirei, ganhei um novo mocinho favorito e fiquei com um gosto de quero mais. Estou muito ansiosa pelos próximos volumes da série, e não posso deixar de parabenizar a editora Arqueiro por trazer a doçura desses romances para o Brasil.
E se você ficou curioso, pode aproveitar para participar da promoção “Dia dos namorados épico com a Arqueiro”, aqui, valendo três romances históricos incríveis, incluindo o livro Desejo à Meia-Noite.
Quotes Preferidos
“… Dormirei entre quatro paredes. Cortarei o cabelo. Deus me ajude, acho que até carregaria um relógio de bolso, se assim você desejasse.”
“Abaixando a cabeça, passou as mãos no cabelo rebelde. O peito doía como sempre que ansiava pela liberdade. Mas, pela primeira vez, ele se perguntou se tinha certeza do que queria. Porque não parecia que a dor seria curada pela partida. Na verdade, ela ameaçava se tornar bem pior.”
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