Camryn Bennett é uma jovem de 20 anos que desistiu do amor desde que Ian, seu namorado, morreu num acidente de carro há um ano. Sua melhor amiga, Natalie, é a única capaz de animá-la. Mas a relação entre as duas fica abalada quando o namorado de Nat revela à Camryn que está apaixonado por ela. Perdida, sem saber o que fazer, Camryn vai para rodoviária e pega o primeiro ônibus interestadual, sem se importar com o destino. Com uma carteira, um celular e uma pequena bolsa com alguns itens indispensáveis, Camryn embarca para Idaho. Mas o que ela não esperava era conhecer Andrew Parrish, um jovem sedutor e misterioso, a caminho para visitar o pai, que está morrendo de câncer. Andrew se aproxima da companheira de viagem, primeiro para protegê-la, mas logo uma conexão irresistível se forma entre os dois. Camryn tenta lutar contra o sentimento, já que jurou nunca mais se apaixonar desde a morte de Ian. Andrew também tenta resistir, motivado pelos próprios segredos. Narrado em capítulos que alternam as vozes de Andrew e Camryn, Entre O Agora e O Nunca é uma história de amor e sexo, na qual os personagens testam seus limites, exploram seus desejos e buscam o caminho que os levará à felicidade.
Editora: Suma de Letras l 368 Páginas l New Adult l Compre aqui: Amazon l Skoob l Classificação: 5/5 ♥
Quando falamos de literatura New Adult subentende-se que estamos tratando de obras intensas tanto na carga de drama, quanto na abordagem do romance. Porém, indo além do envolvimento sentimental ou até mesmo puramente físico, o foco desse gênero literário está no período de transição do ser jovem para o se tornar adulto; divagando sobre as inseguranças, dúvidas e responsabilidades que essa nova fase acarreta. E o grande ponto é que, de todos os livros desse gênero que li até agora, nenhum foi tão preciso e profundo nessa abordagem quanto o romance Entre o Agora e o Nunca. Inicialmente a obra é como qualquer outro livro da classe, arriscando-se com um começo maçante e repetitivo até o momento em que o leitor é abocanhado por sua narrativa constantemente questionadora. – Será que uma vida adulta plena é aquela em que você faz um papel de figurante apenas seguindo os caminhos preestabelecidos pela sociedade, ou a felicidade está no desconhecido, nas escolhas que desafiam as expectativas alheias? Camryn Bennett não sabe o que quer e muito menos onde encontrar tal resposta, mas cansada de esperar por um futuro que não vem, ela toma a decisão de partir em busca do desconhecido e com ela, mergulhamos em uma narrativa vibrante que, para todo jovem que já adentrou na vida adulta, é um lembrete de onde estamos e de onde realmente queremos chegar.
“Não sei o que estou fazendo ou aonde estou indo, mas sei que quero fazer seja lá o que for de verdade, e quero chegar logo”.
De uma forma totalmente pessoal a busca de Cam por seu futuro tornou-se também a minha busca. Ela perdeu o namorado em um acidente fatal e se não bastasse, assistiu sua família desmoronar em mentiras. Presa em uma dor sem lágrimas ela vive uma vida que não é dela, uma vida pela qual ela não lutou ou muito menos escolheu viver. Depressão, escuridão, solidão, são infinitos termos que poderiam definir sua situação, contudo, não é a dor dessa personagem que dá ânimo a sua história, mas a decisão repentina de optar por viver, a escolha inesperada de sair em uma viagem sem rumo, não com a intenção de fugir dos seus problemas (ou pelo menos não apenas com esse objetivo), mas de solucioná-los com respostas para perguntas que ela nem mesmo foi capaz de formular. Nessa viagem a jovem desnuda o seu coração e finalmente permite sentir algo mais do que a dor da perda, mesmo que para isso precise contar com as artimanhas do destino.
E falando em destino, eis que aparece a figura de Andrew – bonito, misterioso, livre e bem humorado – a aparição dele no livro é certa (e óbvia) como um raio em um temporal, entretanto o papel dele na história vai além do que supomos e ler sobre isso é reconfortante, hipnotizante, apaixonante… Esse jovem também está viajando sem rumo. Apesar de saber para onde vai, ele não sabe o que encontrará, e como Cam, não quer fugir, mas pensar, respirar, se encontrar. Viajando juntos, territorialmente e emocionalmente, eles compartilham segredos, medos, paixões e seus mais profundos desejos. Somos envolvidos então em uma mistura de aventura libertadora, com muito rock clássico, desejo físico e um relacionamento de compreensão e auxílio mútuo palpável o suficiente para emocionar e incendiar o leitor. Aqui temos a realidade de ser um adulto, a verdade em ter medo do que ser e fazer do futuro, e ainda, a insegurança em seguir os chamados do coração diante dos conselhos da razão.
“O CORAÇÃO SEMPRE vence a razão. O coração, embora seja imprudente, suicida e masoquista de um jeito só seu, sempre ganha a parada. A razão pode ser a melhor opção, mas agora tô cagando para o que a voz da razão tá me dizendo. Agora só quero viver para o momento”.
Acredito que é a direção tomada por Cam que une a história do leitor com a trama descrita. É fácil se apegar, se envolver, se emocionar e principalmente, sentir as pequenas doses de liberdade que são inseridas na vida de Cam. Imagine, ela vivia o reflexo de uma vida predeterminada pelos erros ou escolhas de outras pessoas e de repente, passa a experimentar dias livres de pré determinações sociais, dias pelos quais ela era a única responsável por ditar qual direção tomar. Essa sensação é tão forte que durante a leitura sentimos o frenesi vivenciado pela personagem e assim como ela, passamos a ser assaltados por um desejo de experimentar a vida, como uma vontade de tomar banho de chuva ou até mesmo de pegar um ônibus sem destino.
Além da intensa carga emocional, seja para o drama, seja para o amadurecimento e superação desses personagens, o livro tem um leve mistério que acabou com as minhas forças (fazia tempo que não me emocionava assim com um livro, – leia-se chorava como uma boba) e claro, uma paixão arrebatadora. O enlace amoroso foi mais um dos fatores que me surpreendeu na trama, ele é forte e dominador de uma forma completamente compreensível; aqui finalmente temos o que esperamos de um “bad romance” da vida real. Fora isso tem a escrita da autora: jovem, sentimental, envolvente, e uma narrativa bem explorada que varia sob o ponto de vista de Cam e de Andrew, de forma que cada um deles conta uma parte da história. E de quebra ainda temos infinitas menções musicais, cada uma delas fazendo parte da história de uma maneira tão contagiante que é impossível não se deixar levar.
Para concluir digo que o livro, até agora, é um dos meus favoritos do ano, que com ele refleti sobre minha vida e meus sonhos, que me deixei guiar e sonhar com os personagens e que, me emocionei tanto, que não vou ser capaz de esquecer essa obra tão cedo – e muito menos o quero. Para os amantes de romance, eis uma obra que vale a pena ler e reler, são tantas emoções, conflitos e lições, que é impossível não indicar esse livro. E ainda vale lembrar que, teremos um novo livro para aplacar nossos corações apaixonados, em novembro desse ano acontecerá o lançamento internacional de The Edge of Always, continuação de Entre o agora e o Nunca. Até lá, só relendo a obra e curtindo sua trilha sonora (confira aqui) para matar a saudade, e eu repito, ler, reler, escutar, nesse caso, vale realmente a pena.
Veredito final: Apaixonei!
Quotes Preferidos
“(…) eu não disse de novo, Andrew; por me fazer sentir que estou viva pela primeira vez”
“(…) se permita chorar, tá? Uma das piores sensações do mundo é ser incapaz de chorar, e ela acaba… deixando tudo mais sombrio”
“Até que enfim, um ônibus meio vazio onde talvez eu possa dormir profundamente. Isso é tudo o que eu quero. Quanto mais tempo fico acordada, mais penso em todas as coisas nas quais não quero pensar. Não sei o que estou fazendo ou aonde estou indo, mas sei que quero fazer seja lá o que for de verdade, e quero chegar logo.”
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