Tudo começa com uma tarefa para a escola: escrever uma carta para alguém que já morreu. Logo o caderno de Laurel está repleto de mensagens para Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Heath Ledger, Judy Garland, Elizabeth Bishop… apesar de ela jamais entregá-las à professora. Nessas cartas, ela analisa a história de cada uma dessas personalidades e tenta desvendar os mistérios que envolvem suas mortes. Ao mesmo tempo, conta sobre sua própria vida, como as amizades no novo colégio e seu primeiro amor: um garoto misterioso chamado Sky. Mas Laurel não pode escapar de seu passado. Só quando ela escrever a verdade sobre o que se passou com ela e com a irmã é que poderá aceitar o que aconteceu e perdoar May e a si mesma. E só quando enxergar a irmã como realmente era — encantadora e incrível, mas imperfeita como qualquer um — é que poderá seguir em frente e descobrir seu próprio caminho.
Editora: Seguinte l 344 Páginas l Jovem Adulto l Compre aqui: Amazon l Skoob l Classificação: 5/5 ♥
Cartas de Amor aos Mortos é o tipo de livro que comove e que, a cada página lida, faz o leitor refletir a respeito de um dos pilares de nossa sociedade. Famílias desfeitas pelo arrependimento, jovens sobrecarregados com responsabilidades de adultos, adolescentes calados pelos monstros da vida, violência, preconceito, suicídio… esses são apenas alguns dos temas abordados pela autora Ava Dellaira que, com grande maestria, une a dor de uma jovem de quinze anos que acabou de perder a irmã – e precisa lidar com a culpa gerada por essa morte – com as dúvidas e descobertas tão características desse período de nossas vidas. Laurel não sabe a que lugar pertence ou muito menos o que esperar do futuro, e ainda que se sinta sozinha e perdida, terá que ser capaz de superar o passado, aprender com o presente, e construir um novo futuro. Prestes a iniciar o ensino médio em uma nova escola, onde ninguém saberá da tragédia que acompanha sua família, Laurel vai receber uma segunda chance, uma oportunidade de reescrever sua história.
“(…) talvez amadurecer signifique que você não precisa ser uma personagem seguindo um roteiro. É saber que você pode ser a autora.”
O grande diferencial desse livro é, sem dúvida, o fato de ele ser todo narrado por cartas. Na aula de inglês Laurel recebe a tarefa de escrever uma carta para uma personalidade – admirada por ela – que já faleceu, o que a faz criar uma espécie de diário em cartas, mensagens direcionadas a pessoas que já morreram: atores, escritores, e cantores que marcaram a vida da jovem. Assim, temos uma garota de quinze anos solitária, que perdeu sua grande confidente e melhor amiga, depositando em cartas todos os sentimentos que vem reprimindo ao longo dos meses. Laurel escreve então sobre a falta que a irmã faz, o sentimento de culpa que a aflige, os problemas familiares que vem enfrentando, o medo da verdade ser revelada, e sua rotina na nova escola (detalhe que dá um ar mais leve ao livro). Portanto, entre memórias e descrições diárias sofremos ao lado desta jovem, mergulhando em sua triste realidade, ao mesmo tempo em que, graças às suas experiências juvenis, torcemos para que ela faça bons amigos e se apaixone perdidamente, como qualquer garota de sua idade. O charme da narrativa está então na voz ativa e emocional dessa jovem, e na mescla de passado e presente, de dor e esperança.
De início as cartas de Laurel me pareceram muito densas; são tantos detalhes que fica difícil decifrar as emoções por trás de suas palavras. Contudo, não demorou muito para que eu compreendesse o grande dilema dessa jovem e me envolvesse completamente em sua história, em sua vontade de deixar o passado para trás, com a força de sua dor, e em como ela se fecha ao mundo, com medo de sofrer ainda mais. Porém, o ponto forte da história não são as cartas, as emoções conflitantes da protagonista, ou até mesmo os tabus abordados pela autora, é claro que esses são pontos positivos, mas o que realmente abocanha o leitor e nos deixa à beira das lágrimas é o segredo que essa jovem esconde. Em um determinado momento da narrativa é fácil imaginar o que aconteceu, mas isso não diminui nossa tristeza, perplexidade ou surpresa. Eu queria tanto ter sido a irmã mais velha dessa jovem, ter tido a oportunidade de protegê-la e de escutá-la. E mais, eu sou uma irmã mais velha e, confesso, a visão de Laurel e suas experiências fez com que eu avaliasse totalmente minhas ações como irmã.
Além de me levar às lágrimas, de me surpreender, de me fazer refletir sobre a sociedade e sobre o papel de um irmão mais velho, o livro também me alegrou por trazer o desenvolvimento de um belo romance e de amizades muito especiais. Sabe aquele velho clichê de que ninguém é feliz ou completo sozinho? Ou de que, para superar é preciso falar? Pois bem, em suma é isso que o livro aborda, fazendo-nos mergulhar na história de uma jovem que já sofreu e que agora, com a ajuda de pessoas muito especiais, vai aprender a seguir em frente e ser feliz. Atualmente é fácil encontrar livros com essa mesma mensagem, mas são raros os autores que conseguem unir tão bem a realidade com a ficção, dando vida a um personagem principal real e extremamente parecido com o leitor. – Sabe Ava Dellaira, sou dessas que tem fé na força das palavras, por isso as suas me conquistaram ainda mais, e fizeram de Laurel um reflexo de um pedaço de mim, de um pedaço de todos os jovens do mundo todo. Simplesmente adorei sua história.
“Quero ser purificada, quero queimar todas as lembranças ruins. E talvez a paixão faça isso. Que uma vida, uma pessoa, um momento que você precisa manter, fique com você até a eternidade.”
Curiosidade
É fato que livros como esse, com mensagens reais e tocantes voltadas ao público jovem adulto, estão na mira dos estúdios cinematográficos, assim, sem perder tempo, a Fox 2000 adquiriu os direitos da obra e, com os mesmos produtores de A Culpa é das Estrelas, está apostando alto nessa adaptação. Saiba mais aqui.
Sorteio
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