À beira da morte, o capitão Percival Morris fez um último pedido a seu oficial superior: que ele levasse a notícia de seu falecimento a sua irmã e que a protegesse Custe o que custar!. Quando o honrado coronel lorde Aidan Bedwyn chega ao Solar Ringwood para cumprir sua promessa, encontra uma propriedade próspera, administrada por Eve, uma jovem generosa e independente que não quer a proteção de homem nenhum. Porém Aidan descobre que, por causa da morte prematura do irmão, Eve perderá sua fortuna e será despejada, junto com todas as pessoas que dependem dela… a menos que cumpra uma condição deixada no testamento do pai: casar-se antes do primeiro aniversário da morte dele o que acontecerá em quatro dias. Fiel à sua promessa, o lorde propõe um casamento de conveniência para que a jovem mantenha sua herança. Após a cerimônia, ela poderá voltar para sua vida no campo e ele, para sua carreira militar. Só que o duque de Bewcastle, irmão mais velho do coronel, descobre que Aidan se casou e exige que a nova Bedwyn seja devidamente apresentada à rainha. Então os poucos dias em que ficariam juntos se transformam em semanas, até que eles começam a imaginar como seria não estarem apenas ligeiramente casados… Neste primeiro livro da série Os Bedwyns, Mary Balogh nos apresenta à família que conhece o luxo e o poder tão bem quanto a paixão e a ousadia. São três irmãos e três irmãs que, em busca do amor, beiram o escândalo e seduzem a cada página.
Editora: Arqueiro l 288 Páginas l Romance de Época l Compre aqui: Amazon l Skoob l Classificação: 4/5
É impossível resistir aos romances que, assim como Ligeiramente Casados, são construídos com o passar do tempo. O foco da história de Mary Balogh está no casamento de conveniência. Contudo, por mais previsível que o enlace romântico pareça, a trama conquista o leitor ao dar vida a um relacionamento que cresce e floresce na sinceridade do convívio diário, e não na centelha de uma paixão instantânea. Unindo duas pessoas completamente diferentes – com sonhos, prioridades e de classes sociais distintas – a autora leva o leitor a experimentar o que o amor tem de melhor: sua capacidade de derrubar barreiras sociais e emocionais.
O Coronel lorde Aidan foi encarregado de transmitir a informação da morte do capitão Percival Morris e de cuidar, custe o que custar, de sua jovem irmã. Tal promessa faz com que ele tire dois meses de licença em seu posto de combate e parta em direção ao solar da família da senhorita Eve Morris. O motivo do encontro deixa a jovem desconcertada com a perda de seu querido irmão e assustada com a perspectiva do futuro que a aguarda. O fato é que a morte precoce de Percival deixou Eve, e todos aqueles que ela mantém sob sua proteção, sem teto e sem a quem recorrer – afinal, seguindo o testamento de seu falecido pai, por não ser casada ela perderá toda a fortuna da família. Aidan, tomado pelo senso de obrigação de cumprir a promessa que fez, pede Eve em casamento, propondo um enlace de aparências que seja forte o suficiente para não deixar a jovem desamparada, mas que não siga as linhas tradicionais do matrimônio. A sugestão é simples: eles se casam, celebram com os amigos e familiares a união para comprovar sua legalidade, e na manhã seguinte Aidan partirá e eles nunca mais precisarão se ver. Acordo que sabemos que, de maneira alguma, irá funcionar.
O ponto alto do livro é que a característica que pensamos ser previsível, que é o romance, faz-se totalmente inesperada ao longo da narrativa. Aidan e Eve não são tomados pelo desejo assim que se encontram, existe interesse e cortesia entre o dois, mas o acordo que firmam não passa disso, um acordo. Em nenhum momento o casal pensa em tornar sua união verdadeira, por isso é surpreendente e encantador ver o convívio – que vai ser imposto a eles graças aos seus familiares amorosos e intrometidos – mudar o que sentem. E mesmo que o leitor espere que isso aconteça, a personalidade antagônica dos protagonistas torna a união admirável. Isso porque Aidan é frio e impessoal, enquanto Eve é calorosa e amorosa. Ele é de uma família tradicional da nobreza, não planeja ter uma família e muito menos pensa em abandonar seu trabalho. Já ela é a filha de um burguês, sonha com o amor e com o dia em que terá seus próprios filhos. De fato, eles não são compatíveis, mas ainda assim aprenderam a reconhecer no outro aquilo que seu coração mais deseja: amor verdadeiro, respeito, companheirismo e compreensão mútua. E é tão bonito ver eles cederem ao amor, abrindo seus corações para a enxurrada de sentimentos que estão experimentando. Fora que nesse processo passamos a conhecer mais de seus anseios e medos, o que faz o leitor se conectar completamente com o casal. Fato que eu adorei!
Em linhas gerais a narrativa da autora é rápida e envolvente, fugindo do clichê e descrevendo sentimentos reais e emocionantes. E indo além do romance e dos personagens principais, a obra encanta por ser mais tradicional com os costumes de época e por apresentar histórias paralelas a do casal (neste ponto saliento para os vários irmãos de Aidan, que colaboram para o desfecho do romance entre Eve e Aidan). Portanto, entre tantos pontos positivos, só posso dizer que adorei a obra e a escrita da autora. Foi uma bela surpresa a emoção contida nessas páginas, mas sou suspeita pois adoro livros desse gênero.
Sobre a Série
Ligeiramente Casados é o primeiro volume da saga Os Bedwyns, composta no total por seis livros, cada um narrando a história de um casal diferente.
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