Selva de Gafanhotos – Na pequena cidade de Ealing, Iowa, Austin e seu melhor amigo, Robby, libertam acidentalmente um exército incontrolável. São louva-a-deus de um metro e oitenta de altura, completamente tarados e famintos. Essa é a verdade. Essa é a história. É o fim do mundo e ninguém sabe o que fazer. Com todos os elementos obrigatórios de um romance apocalíptico, Selva de gafanhotos mistura insetos gigantes, um cientista louco, um fabuloso bunker subterrâneo, um mal resolvido triângulo amoroso-sexual e muita, muita confusão, e está longe de tratar apenas do fim do mundo. Engraçado, intenso e complexo, o livro fala de um jeito inovador de adolescência, relacionamentos, amizade e, claro, de temas um tanto mais inusitados, como testículos dissolvidos e milho modificado geneticamente. Um romance surpreendente sobre a odisseia hormonal, amorosa e intelectual que é essa fase da vida.
Editora: Intrínseca l 352 Páginas l Jovem Adulto • Ficção l Compare & Compre: Saraiva • Amazon • Cultura l Skoob l Classificação: 3,5/5
Selva de Gafanhotos é totalmente diferente de tudo o que já li. O livro começa como um típico romance jovem adulto maduro, trabalhando temas complexos e reais da vida dos adolescentes. Contudo, com uma dose certeira de ficção o autor muda o rumo da história, transformando-a na batalha de dois jovens que precisam se descobrir enquanto lutam contra um bando de gafanhotos de quase dois metros de altura. Improvável? Não na pequena cidade de Ealing, em Iowa. Local onde o fim do mundo acabou de começar.
A história é narrada pelo jovem Austin. Ele, como um típico historiador, é detalhista e observador, e escreve com a intenção de criar um diário do fim do mundo. Assim como os homens da pré-história que se comunicavam através de desenhos, ele registra os acontecimentos diários para alertar as gerações futuras, para deixar sua marca na história do mundo. Porém, como ele está no presente detalhando fatos do passado, sua explicação de como e onde tudo começou só fica clara com o avançar da leitura – que, exatamente por isso, é rica em mistérios e surpresas. É em um beco abandonado, onde Austin e seu melhor amigo Robby fumam e andam de skate, que o futuro do mundo é alterado. Quem é que iria imaginar que milhões de vidas estariam nas mãos desses meninos?
Sim, a lateral do livro é verde! ♥ |
O livro é uma mescla perfeita entre ficção e realidade. A parte real, que aborda sexualidade, bullying, e o amor sem rótulos e tabus, me encantou. Fiquei surpresa com a capacidade do autor em trabalhar tais temas e levar o leitor a refletir sobre as imposições sociais. Ele deixa claro que os jovens não devem se deixar rotular, que não é necessário ser uma ou outra coisa e, principalmente, que não é preciso seguir os caminhos ditados pela sociedade. Achei incrível a mensagem por trás das dúvidas do protagonista, até porque foi por meio delas que o autor trabalhou um tema difícil e pouco abordado na literatura juvenil. Já a parte da ficção foi uma surpresa. Nunca havia lido algo assim e, confesso, não tanto quanto imaginei que gostaria. O autor criou uma infestação lógica e bem pensada, as explicações são dadas nos momentos certos e o leitor nunca fica com a impressão de ponta solta. – Por mais ilógico que pareça o surgimento dos gafanhotos gigantes realmente faz sentido! Entretanto, não sou atraída por esse tipo de história e em muitos momentos me pegava pensando “Por que mesmo estou lendo esse livro?”. Gostei da ação e da luta contra os gafanhotos, adorei os personagens principais, achei incrível a narrativa divagada do protagonista, mas senti que a mistura de todos esses pilares – reflexão, bom-humor, ironia e ficção – deixou a obra pesada, tornando a leitura um pouco cansativa. Ainda assim, tenho consciência de que meu julgamento é baseado no fato de que o livro não foi o que eu esperava que fosse: apenas um romance contemporâneo jovem adulto.
“Às vezes é perfeitamente aceitável decidir não decidir, continuar confuso e alerta para a próxima coisa que vai surgir de repente na estrada que você construir.”
Nos agradecimentos o autor conta que nunca teve interesse em escrever um livro comercial, que ele se deixou levar em seus devaneios e criou exatamente o que queria. Portanto, Selva de Gafanhotos não é previsível ou racional, trata-se de uma história engraçada, confusa e inusitada. Não tenho dúvida de que os amantes de ficção irão se apaixonar pela história. Arrisco dizer até que os fãs de distopia gostarão do fim do mundo criado pelo Andrew Smith.
Saiba mais sobre o livro no vídeo que alguns blogueiros (inclusive eu) fizemos para divulgar a obra:
Beijos!
Esse é um reblog da resenha postada em Março.
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