Para Scarlet, cuidar de suas duas filhas sozinha significa que lutar pelo amanhã é uma batalha diária. Nathan tem uma mulher, mas não se lembra o que é estar apaixonado; a única coisa que faz a volta para casa valer a pena é sua filha Zoe. A maior preocupação de Miranda é saber se seu carro tem espaço suficiente para sua irmã e seus amigos irem viajar no fim de semana, escapando das provas finais da faculdade. Quando a notícia de uma epidemia mortal se espalha, essas pessoas comuns se deparam com situações extraordinárias e, de repente, seus destinos se misturam. Percebendo que não conseguiriam fugir do perigo, Scarlet, Nathan, e Miranda procuram desesperadamente por abrigo no mesmo rancho isolado, o Red Hill. Emoções estão à flor da pele quando novos e velhos relacionamentos são testados diante do terrível inimigo – um inimigo que já não se lembra mais o que é ser humano. O que acontece quando aquele por quem você morreria, se transforma naquele que pode lhe destruir? Red Hill prende desde a primeira página e é impossível deixa-lo até o final surpreendente. Este é o melhor da autora Jamie McGuire!
Editora: Verus l 350 Páginas l Ficção; Zumbis l Compare & Compre: Saraiva • Amazon l Skoob l Classificação: 4/5
Não é segredo para ninguém que não sou fã de livros de terror. Mas, o que talvez muitos de vocês não saibam, é que eu gosto de tramas voltadas para o universo Zumbi (filmes e séries nesse estilo sempre me agradam, tanto é que não vejo a hora de voltar a assistir The Walking Dead). Por isso, quando vi que o novo livro da Jamie McGuire – uma das minhas autoras preferidas – prometia aventura, romance e terror apocalíptico, resolvi que valia a pena arriscar. E quer saber? A leitura foi uma delícia! Assim como os outros livros da autora, Red Hill é envolvente do início ao fim. Em termos de conteúdo a obra não traz nada de completamente inovador, entretanto, a surpresa está no fato de mergulharmos em uma bela história de fé, superação, amor e recomeços. Afinal, quem é que iria imaginar o florescer de um romance em meio ao terror do fim do mundo?
A história é narrada sob três perspectivas bem distintas, as de Scarlet, Nathan e Miranda. Scarlet teve um casamento caótico, após anos de abuso resolveu se separar do marido, e agora vive uma vida pacata ao lado das duas filhas; elas são tudo para ela. No final de semana do fim do mundo, quando o vírus zumbi se espalha rapidamente pelos continentes e chega ao hospital no qual ela trabalha, suas filhas estão com o pai. Nathan casou com uma mulher maravilhosa que depois de engravidar virou uma completa estranha. A distância da esposa fez de Nathan um pai ainda mais presente e amoroso. Sua filha é peculiar, mas ela é seu maior bem. Quando os zumbis começam a atacar, Nathan está indo buscá-la na escola. Já Miranda, a mais jovem entre eles, é uma universitária forte e decidida. Depois que os pais se separaram ela virou o ponto de apoio da irmã mais nova. Mas, por mais racional e inteligente que ela seja, a jovem optou por afastar o pai, culpando-o pelo divórcio. Quando as notícias do cientista maluco que deu vida aos mortos começam a circular, ela está indo com a irmã – e seus respectivos namorados – para o rancho do pai. Red Hill é onde elas sempre passam as férias, e essa talvez seja sua última chance de dizer que ama o pai. Enquanto os protagonistas vão passando do espanto para o completo terror ao acompanhar a população ao redor deles ser transformada em zumbis, o leitor é surpreendido com o fato de que suas histórias estão completamente conectadas. No final, todos eles almejam pela mesma coisa: pelo rancho Red Hill.
O início do livro é totalmente caótico: gritos, mortes, horror absoluto. No hospital em que Scarlet trabalha o número de pacientes cresceu drasticamente, todos alegando sintomas que nenhum médico é capaz de compreender. O fato é que a população conhece os zumbis da ficção, mas de forma lógica ninguém consegue aceitar que eles saíram das telas da televisão e estão caminhando entre eles; é só quando as pessoas começam a se transformar em mortos-vivos comedores de carne que a descrença cede lugar ao caos. Por isso, os primeiros capítulos do livro são repletos de espanto, dúvida e medo. Mas o que me prendeu mesmo é o que vem a seguir: a dor. Dor de ver pessoas queridas morrendo, dor de ter que abandonar a segurança do lar e fugir para o desconhecido, dor de ter que se sacrificar por quem ama, e dor de precisar lutar pela sobrevivência. Foi surpreendente a forma como mergulhei nas batalhas diárias dos protagonistas. Torci por todos; vibrei com suas pequenas conquistas e sofri com cada uma de suas perdas. Chega a ser eletrizante vê-los correr em busca de abrigo, principalmente para Nathan, que tem consigo uma criança que depende totalmente dele. Nessa parte, uma coisa que me surpreendeu foi como a autora abordou as peculiaridades do ser humano, mostrando como momentos de pressão tendem a nos mudar tanto para melhor quanto para pior. É nessas horas que vemos do que o homem é capaz.
Quanto ao romance, gostei de como ele surgiu. Não acho que o envolvimento sentimental diminuiu a ação presente no livro, muito pelo contrário. E acho normal que, no meio da dor e da solidão, pessoas parecidas unam-se com base no sentimento de esperança de um novo começo. Até porque o romance nesse livro é exatamente isso: a fé de que o mundo vai sobreviver, de que a humanidade poderá recomeçar. Sendo assim, a única coisa que me incomodou na leitura foi a extrema bondade da autora. Entre os personagens principais muita gente morre, eles sofrem várias situações dolorosas e marcantes, e passam por coisas inimagináveis, porém ainda acho que o final foi bom demais. Não posso dizer detalhes, mas o fato é que caminhamos para um desfecho impossível de aceitar – pelo menos é isso que minha parte racional diz. Contudo, essa característica não diminui a intensidade da história. Eu realmente sofri com os ataques zumbis (tive até pesadelo, gente!), ao lado dos protagonistas corri em busca de abrigo, e torci pelo bem das crianças que roubaram a cena nesses livros. Elas são fortes demais! Não sei se teria a metade da coragem desses pequeninos.
No geral, a obra me surpreendeu por falar de amor familiar e por dar vida a personagens fortes que fazem de tudo para sobreviver – e não por terem apreço pela vida, mas por possuírem pessoas que dependem deles para sobreviver. Scarlet lutando para encontrar as filhas, Nathan para cuidar da sua pequena mocinha, e Miranda para reunir toda a sua família em um local seguro. No fundo eles só querem estar ao lado de quem amam. Exatamente o que eu gostaria se um ataque zumbi acontecesse; e vocês?
Para os fãs de zumbis, saliento que a obra não foca em como tudo começou, mas sim no desespero dos que quem sobreviver. Ou seja, é o tipo de livro válido para quem gosta de ação e emoção.
Beijos!
Comente via Facebook