Uma viagem de formatura. Uma aposta perigosa. Lex, o galinha do colégio, terá apenas sete dias para derreter o congelado coração de Nina, a garota que odeia quem use cuecas. Nina enlouquece quando descobre sobre a grande aposta do ano. E agora ela quer sangue: o sangue de Lex. Em meio a chantagens, intrigas, vinganças, diálogos ácidos, aventuras, romance e momentos hilários, as páginas desse livro entrarão em combustão espontânea. Quem sairá vencedor? Façam suas apostas. O jogo de sedução está prestes a começar.
Editora: Novo Conceito l 286 Páginas l Jovem adulto l Compare & Compre: Submarino • Saraiva • Amazon l Classificação: 3,5/5
Um dos grandes diferenciais do livro A Aposta, pelo menos para mim, foi o fato dele ser um jovem adulto. Julgando pela capa eu jurava que o livro era um new adult – aqueles que são clichês mas ainda assim apaixonantes – portanto fui surpreendida ao me deparar com uma história juvenil um tanto quanto bobinha. Contudo, por mais que minhas expectativas iniciais não tenham sido supridas, não posso negar que a narrativa da Vanessa Bosso é fluida o suficiente para capturar o leitor e inseri-lo em um mundo de romances proibidos, planos mirabolantes, amizades para a vida toda, dúvidas com relação ao futuro, amadurecimento e muitas apostas – apostas por dinheiro, por poder e, principalmente, pelo direito de amar quem e o que quiserem. Com uma narrativa leve e divertida, a autora descreve uma história de amor que nasce de uma aposta mas que floresce no melhor estilo contos de fadas.
Nina já sofreu por amor e resolveu fechar seu coração. Depois de um episódio traumático a jovem resolve que não quer mais saber de homens, tanto é que ela é conhecida como “a garota para se manter distância” – talvez pelo fato dela adorar uma boa briga com o sexo oposto. Já Alex é o garanhão da escola. Ele não é o típico cara sem escrúpulos, contudo por ser bonito e por ter várias meninas correndo atrás dele, o jovem carrega uma má fama – a qual ele aproveita muito bem, é claro. Mas a questão é que depois de um acidente, Alex precisa de dinheiro para consertar sua moto. E é nesse momento que surge a ideia da grande aposta do colégio: Nina versus Alex. A aposta gira em torno do fato de que Alex precisa fazer Nina se apaixonar por ele enquanto eles estiverem na viagem de formatura da turma deles do ensino médio; caso ele ganhe levará para casa uma grana altíssima (mais que suficiente para arrumar sua moto). O casal improvável não está interessado na aposta, mas no colégio estão todos tão animados que eles acabam embarcando em um perigoso jogo de sedução. O resultado? Todos nós já sabemos! É óbvio que Nina e Alex vão acabar se envolvendo de verdade mas vão esconder seus sentimentos por causa da aposta. Mas a questão é que existe muita gente má na escola deles, garotos e garotas com sede de vingança e com uma tremenda dor de cotovelo, pessoas que vão fazer de tudo para afastar e magoar o casal. Sendo assim, essa aposta coloca muito mais em jogo do que uma possível paixão de Nina por Alex.
A história em si é extremamente previsível. Logo no início da leitura ficou claro para mim o que aconteceria entre Nina e Alex, principalmente como o relacionamento deles seria afetado por algumas pessoas ruins. De forma simples e direta a obra é como a novela Malhação: casal que não quer mas acaba se apaixonando, mentiras que só os magoam e afastam, barreiras familiares, joguinhos perigosos guiados pela inveja e pela ganância, e por trás uma mensagem de crescimento pessoal… Portanto a trama não é ruim, muito pelo contrário, ela é apenas clichê em demasia. Ainda assim, confesso que me envolvi com o romance de Alex e Nina. Achei os personagens reais em seus medos e inseguranças, e gostei de como o amor faz com que eles amadureçam. Fora que além do romance, a autora aborda temas bacanas e reflexivos a respeito do dia a dia juvenil, como sexo, drogas, crimes cibernéticos, mentiras e aí por diante.
Entretanto, o diferencial da trama é sua narrativa inusitada. Ao contrário da grande maioria dos livros dessa classe, A Aposta conta com um narrador que participa de forma ativa da história. Ao assumir o papel de narrador, Vanessa Bosso incentiva o leitor a perceber as possibilidades por trás das atitudes dos personagens principais, dando pitacos sobre suas escolhas e dicas de como o futuro deles se desenrolará. Além disso, o narrador fala com o leitor, alfinetando e fazendo piadas extremamente engraçadas – o que, sem dúvida, dá um toque especial à obra. Acho que nunca havia lido um livro assim, então foi uma grande surpresa me envolver com o narrador ao invés dos mocinhos da história (que, por causa da narrativa, ficam mais distantes do leitor). Achei a ideia da Vanessa brilhante e, exatamente por isso, a trama clichê acabou sendo deixada de lado. Portanto, por mais que a obra conte com um cenário bem previsível, a condução inusitada dos fatos deixou o livro gostoso de ler.
Entre altos e baixos, consegui gostar e aproveitar a leitura. Como disse anteriormente, a obra é bobinha e clichê em vários aspectos, mas a narrativa é envolvente o suficiente para encantar o leitor. Assim, indico a obra para os que gostam de romances previsíveis, leves e muito divertidos.
Beijos!
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