Tudo se inicia com a vida de um homem simples e trabalhador que pregava o Evangelho de Deus, Bíblia, nas estações de trem, trens e no centro da cidade de São Paulo aos sábados. Seu filho, um menino cego, cresceu ouvindo histórias (ensinamentos, amor, direitos e deveres) contadas pelo pai, principalmente antes de dormir. O garoto tem seu pai como um ídolo, mas presencia seu herói humilhado, desrespeitado e desacreditado em suas palavras quando prega, não entende qual é o propósito de vida dele e o que ele procura com essa atitude. Um acidente leva à morte de seu pai, mas o que era para ser o fim se torna o começo de uma grande história. Seu pai é doador de órgãos, e eles são transplantados em quatro pessoas: em um homem rico que não tem herdeiros; um advogado de sucesso; uma professora aposentada; e no seu próprio filho que muda seus pensamentos sobre o mundo ao ver ao seu redor uma realidade diferente daquele que sempre imaginou. A curiosidade de conhecer e a vontade de agradecer aos familiares da pessoa que salvou suas vidas levam os transplantados a procurarem a família do doador. Um livro que vai levar o leitor a pensar, rir, emocionar-se e ter certeza que ser honesto, lutar pelos seus ideais e ajudar o próximo é um dever, e ser doador de órgãos, uma divindade.
Editora: Biblioteca 24Horas l 312 Páginas l Drama l Compare & Compre: Editora Biblioteca 24Horas • Amazon l Conheça o Autor l Skoob l Classificação: 4,5/5
O Legado do Justo é o tipo de livro que transborda, desde a primeira página, valiosos ensinamentos sobre amor, respeito e honestidade. Ao falar de assuntos polêmicos – como doação de órgãos, preconceito, disparidade social e serviço a Deus – o autor criou uma história emocionante e reflexiva, que toca o leitor ao mesmo em tempo em que incita nele a vontade de repensar seus valores de vida. Aqui é importante fazer a leitura com o coração, e não apenas com a razão, pois só assim conseguimos sentir o debate criado através da figura de um jovem que, apesar de cego, enxerga o mundo com mais destreza do que muitos homens perdidos no vazio da ganância e do poder.
A obra gira em torno de Daniel, jovem que nasceu cego e que apesar das dificuldades encontra na figura do pai – seu grande herói – motivação mais que suficiente para seguir em frente. Acompanhamos a história do garoto desde a infância e vemos, com o decorrer da narrativa, ele crescer e amadurecer: adolescência, período escolar, vestibular, faculdade, primeiro emprego e, então, as típicas aventuras da vida adulta. E intercalada à história de Daniel, e a relação incrível que ele tem com o pai, conhecemos também algumas figuras aleatórias: uma professora aposentada, um advogado rígido e engomado, e até mesmo um ricaço desbocado. Todos esses narradores, assim como Daniel, possuem alguma especialidade ou limitação física e, de uma forma incrível e surpreendente, graças a um mesmo doador de órgãos a história deles se unirá. A partir desse gesto de amor todos eles receberão uma nova chance de viver plenamente e também, quem sabe, de retribuir tal gesto de amor gratuito que mudou suas vidas.
Uma das coisas mais notáveis da história é a relação de Daniel com o pai. A família do garoto é simples e já passou por algumas dificuldades financeiras, mas é fato que são unidos, esperançosos e extremamente justos. O pai de Daniel é uma figura que irradia amor e entrega; sem se importar com a o preconceito ou com os obstáculos impostos pela vida, ele prega a Palavra de Deus e, com ações de respeito e fraternidade, mostra o que esse amor grandioso significa. Nesse ponto é importante dizer que o livro não tem conotação religiosa – ele não fala sobre uma religião específica – mas sim sobre Deus, Seus ensinamentos, Sua Palavra e, o mais importante, como Ele guia nossos corações e nos ensina a amar sem medida. Assim, a questão principal é que Daniel cresce ao lado de um homem incrível, de um pai presente, temente, bondoso, caridoso e extremamente justo. Esse é o maior legado que ele poderia deixar ao seu filho, e aqui – como futura mãe – senti o quanto é importante mostrarmos (com gestos muito mais do que com palavras) aos nossos filhos os valores que carregamos no peito. Tanto é que ao longo do livro vemos como Daniel segue os passos do pai e coloca em prática, mesmo sem perceber, os valores que um dia recebeu em casa.
“Não, olha para mim, eu sou negro, tenho orgulho das minhas origens. Meu pai me ensinou que tenho que me aceitar, amar e ter orgulho do que sou, aceitar as diferenças faz parte da vida dos justos, é o básico da civilização moderna.”
Além de uma relação incrível entre pai e filho e de trazer uma mensagem importante sobre alicerce familiar, Alberdam também encanta ao falar dos preconceitos que dominam nossa sociedade. Uma hora Daniel é excluído por ser cego, outra por ser pobre, outra por sua cor, outra por sua fé… e assim seguimos através de relatos reais, que infelizmente fazem parte do dia a dia de inúmeras pessoas, sobre a disparidade social gigantesca que afasta uma comunidade que, no fundo (seja metaforicamente ou não), é composta por homens e mulheres extremamente iguais. Além disso, o livro também aborda corrupção, desvio de verbas, leis que não favorecem os mais pobres e transplante de órgãos (algo que amei ver no livro). Ou seja, a história é recheada de temas importantes e reflexivos, que fazem o leitor avaliar suas escolhas e repensar o quanto está se doando pelo próximo.
Uma coisa importante é que a narrativa do autor é detalhada e carregada de emoção. É perceptível para o leitor que os valores do Alberdam estão nessas páginas, portanto trata-se de um livro que vai bem além da história de vida do protagoniza e que traz a contemplação de temas importantes na intenção de quebrar – nem que seja só um pouco – as barreiras do preconceito e da desigualdade social. Ou seja, estamos falando daquele tipo de história perfeita para os momentos em que buscamos inspiração e força, e não quando procuramos um leve e romântico entretenimento. O que encontramos aqui é uma narrativa mais lenta que exige do leitor tempo e esforço mental. E sobre isso, não vou negar que sou do time que gosta de livros fluidos (aqueles que devoramos em poucas horas) e que estranhei um pouco a escrita do autor, contudo preciso dizer que mesmo demorando um pouco mais para terminar a leitura sinto que valeu a pena conhecer Daniel. Aprendi bastante com o jovem e com os ensinamentos deixados por seu pai.
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