Amor, perdas, encanto, ilusão e tragédia num romance de vida inteira, inspirado na obra de Mario Vargas Llosa.
Nas obras do Otávio Bravo acompanhamos o jovem Victor embarcar em uma jornada de crescimento e aprendizado. Ao longo dos anos ele descobre o valor do tempo e, principalmente, das pessoas que o destino trás para perto (ou até mesmo daquelas que escolhem ir embora).
Além das valiosas mensagens sobre a vida, a jornada do Victor também chama nossa atenção por começar em meados da década de 80 e seguir até o ano de 2053. – São muitos anos de aprendizados, erros e acertos, romances e decepções, para compartilhar com os leitores!
Segundo o autor, a ideia do livro surgiu em 2012 – após ouvir de uma ex-namorada que ele se parecia com o personagem Ricardito Somocurcio, do livro Travessuras da menina má, de Mario Vargas Llosa. O trabalho de elaboração, escrita, reescrita, leitura e revisão acabou se prolongando por quase cinco anos e deu origem a uma história em que às linhas autobiográficas e fictícias se somam relatos de acontecimentos históricos, aventuras pelo mundo e projeções ao passado e ao futuro.
A obra foi dividida em três partes, que retratam o romance de Victor com Maria Eduarda, sua querida menina má:
Livro I: Avant les saisons
Na primeira parte do seu relato, antes da entrada da menina má em sua vida, Victor descreve as aventuras da sua juventude, em meio ao frenético Rio de Janeiro do final dos anos 80: as descobertas da adolescência, a idolatria pelo irmão mais novo, Caíque, o primeiro amor, Marcella, as escolhas profissionais, a partida para Cambridge e as perdas terríveis que é obrigado a enfrentar. “Era um verão devastador, aquele de janeiro de 84, com o sol a chamuscar a pele dos jovens que, em férias, acorriam às praias da Zona Sul. Um vapor invisível, mas perceptível, engolia as casas – ainda havia casas naquela época – e os prédios baixos do Leblon, sufocando amendoeiras, mangueiras, figueiras, chicas, pés de jambo, cajueiros, abricós-de-macaco e espirradeiras, que se misturavam na flora plural dos cariocas (…). O Rio de Janeiro era, como sempre fora e sempre seria, a cidade fragmentada entre ricos e pobres, playboys da Zona Sul e favelados dos morros, brancos, negros, mulatos e mamelucos, todos separados e misturados ao mesmo tempo. Havia ali harmonia caótica, rompida, só bem de vez em quando, pelos episódios de opressão e violência que se tornariam bem mais comuns nas décadas seguintes”.
Esse primeiro volume descreve a adolescência e a juventude de Victor, antes de Duda entrar em sua vida, com as perdas terríveis que ele é obrigado a enfrentar, transformando-o no homem que combina maturidade e carência em igual medida e que, afinal, se envolve com a “sua” menina má.
Livro II: Les saisons
Depois de mais de uma década afastado do Brasil, Victor retorna ao Rio de Janeiro, como acadêmico respeitado, próximo dos quarenta anos. Finalmente, conhece a sua menina má, Maria Eduarda, tão encantadora quanto inconstante. Vivem as quatro estações da sua paixão: a aproximação enamorada, o tórrido romance, o surgimento dos obstáculos decorrentes da personalidade volátil e indecifrável de Duda e o afastamento definitivo. “Numa situação normal, eu estaria preocupado com a possibilidade de ser visto ali, jantando – e, mais ainda, num restaurante reservado e romântico – na companhia de uma aluna. Aquele tipo de coisa seria absolutamente inconcebível na Inglaterra. Mas, com Maria Eduarda comigo, venciam-se quaisquer sopros da prudência e do discernimento. Era como a primeira vez vendo o mar, ou fazendo amor, ou recebendo às mãos um recém-nascido. Estar com Duda era assim: ia-se de todo a razão, ficava apenas o encantamento.”
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Já o segundo exemplar narra o romance entre Victor e Maria Eduarda: a primavera do encantamento, o verão da paixão tórrida, o outono dos problemas decorrentes das diferenças de idade e temperamento e o inverno do afastamento definitivo, com a partida de Duda para a Europa.
Livro III: Après les saisons
Victor narra o tempo posterior ao romance com Maria Eduarda: os desvarios cometidos na Europa, em meio às drogas e à insanidade, a recuperação gradativa no Rio de Janeiro, o retorno a Cambridge e os vários reencontros com Duda, pelos cantos do mundo, numa montanha-russa de amor, perdas, encanto, ilusão e tragédia. “Havíamos comido o brunch no Spotted Pig, na esquina da 11th com a Greenwich, assim que deixáramos o High Line, mas sempre que estávamos cansados das andanças, sentávamo-nos em algum lugar, para tomar um chá ou um sorvete. Eu nem percebia muito bem o que fazíamos e aonde íamos, e era ela que dava itinerário ao mapa do nosso passeio. Encantava-me estar ali, a ouvir suas rápidas intervenções ou somente vê-la sorrir do que eu dizia, e, em alguns momentos, parecia que tempo algum se passara e éramos nós dois novamente, eu e Duda, a passear pelo calçadão do Arpoador, pelas ruas de Londres ou pelas areias escuras de Lonesome Cove.”
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E, por fim, o último livro relata os reencontros de Victor e Duda pelo mundo, que se estendem pelo resto de suas vidas, na parte da narrativa que, de certa forma, mais se aproxima do “Travessuras da menina má” de Vargas Llosa.
Confesso que achei a premissa das obras muito interessante e contagiante (adoro livros atemporais e repletos de viagens). Além disso, os encontros e desencontros da relação amorosa me deixaram curiosa para descobrir o desfecho desse casal.
E vocês, o que acharam?
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