A noite e o dia são coisas que só se misturam perfeitamente em dois lugares: no céu de Brasília e na mente de Soraya. A protagonista deste livro é uma adolescente da periferia do Distrito Federal que narra os altos [poucos] e [muitos] baixos de seu último ano de ensino médio. Acompanhada de seus amigos que não são tão inseparáveis como ela imagina, Soraya descobre a cada capítulo que amadurecer é mais difícil do que qualquer prova de gramática. É em uma trilha sonora de clássicos da MPB que ela vai buscar conforto para as mudanças que o tempo lhe traz: ela perde o namorado em um pôr do sol; vê amizades antigas de apagarem em uma noite; mas vê também brilhar a luz de novos amores a cada dia. Amores. No plural. Mesmo com o coração dividido, porém, ela vai ter que aprender que a relação mais difícil de se administrar é a consigo mesma.
Soraya mora em Brasília, conta com o apoio de uma família presente e amorosa, possui poucos mas bons amigos e, ao que tudo indica, sente-se realizada em seu namoro. Contudo, nas férias de final de ano que precedem o último ano do ensino médio, sua vida vira de pernas para o ar. A rejeição do garoto que amava mexe com as emoções da jovem e, em um impulso, ela resolve viver por si mesma, abandonando as convenções e libertando-se dos grilhões gerados pelas expectativas da sociedade. Sem namorado e sem mais ninguém com o poder de fazê-la duvidar de si mesma, Sol liberta o drama que ameaça consumir seu coração, raspa o cabelo e decide trabalhar outro tipo de amor: o amor próprio. Assim, acompanhamos Soraya lidando com o ex, com os dias pouco pacíficos na escola, com novos amigos chegando e outros partindo, com a descoberta de novos amores e, principalmente, com a necessidade de amar o reflexo que vê no espelho.
Sol representa com maestria os típicos conflitos da adolescência: problemas para aceitar seu corpo, medo de se rotular, pressão para ser o que a sociedade espera, inseguranças sobre o futuro, amizades desfeitas e, obviamente, romances repletos de primeiras vezes. A narrativa da personagem tem um toque de drama que me lembrou a Paola de dez anos atrás e suas inseguranças. Quando somos jovens é difícil imaginar o futuro, mas a verdade é que o passar do tempo só nós faz bem. Portanto, ler sobre os dilemas da Soraya também significa se identificar com a sua maneira de ver o mundo, se jogar nos seus problemas e inseguranças, e viver sem ter a certeza de que o futuro será bom e feliz – exatamente como acontece com todo jovem adulto. Sem dúvida, o melhor de tudo é mergulhar na mente dessa jovem, compreender seus dilemas e, no momento certo, amadurecer com ela. Sol cresce muito ao longo do livro e isso cativa o leitor.
Os dilemas sobre padrões de beleza, dramas familiares, preconceito e laços de amizade foram extremamente bem trabalhados pelo autor. Me envolvi não só com a história de Sol, mas também com a de seus pais e amigos. O mesmo acontece com o romance. Em alguns momentos ele pende para o clichê e em outros segue caminhos tortuosos e dolorosos. Através de Sol lemos sobre primeiras vezes, paixão à primeira vista, ciúmes e muita insegurança. Não encontramos um romance leve e doce, como podemos imaginar, mas algo tão sincero quanto à vida real. Até porque, às vezes o amor não é o suficiente para manter duas pessoas próximas, não é mesmo?
Para quem gosta de livros jovens sobre crescimento e aprendizado, eis uma ótima opção de leitura. O autor escreve muito bem e sua personagem é maravilhosa.
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